Alta do antissemitismo na França provoca imigração


Imprensa -        

Artigo publicado em 13 de Setembro de 2014        -        Atualizado em  13 de Setembro de 2014     

 

        Alta do antissemitismo na França provoca imigração de judeus para Israel     

Judeus ortodoxos caminham pelas ruas de Paris.
Judeus ortodoxos caminham pelas ruas de Paris.
AFP PHOTO / MIGUEL MEDINA
RFI

O crescimento de casos de antissemitismo na França assusta a comunidade judaica na França. Dados revelados pelo ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve,  ao jornal Le Monde foram reproduzidos nos principais veículos do país nesse sábado. O número de atos e de ameaças antissemitas saltou de 276 no ano passado para 527 neste ano.

Os atos explícitos de antissemitismo cresceram 91% no acumulado dos sete primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Nessa categoria, entram ameaças, atos de vandalismo e violência. Diante desse panorama, as entidades judaicas na França pediram ajuda ao governo e se dizem muito preocupadas, revela Le Monde.

O jornal de esquerda Libération também traz a informação de que mais de 4.500 judeus franceses decidiram emigrar para Israel apenas neste ano. Esse dado é um recorde desde a criação do Estado de Israel. Até o final do ano, esse número pode chegar a 5.500. O recente conflito em Gaza aumentou a hostilidade contra os judeus que vivem na França, dizem os representantes dessa comunidade, mas a situação frágil da economia também é um argumento importante para deixar o país.

O jornal Le Figaro argumenta que o número de episódios de antissemitismo pode ser até maior. De acordo com o líder de um sindicato estudantil judaico, muitos membros nem prestam mais queixa à polícia. "Isso já se tornou muito banal", lamenta Sacha Reingewirtz, presidente da União de Estudantes Judeus da França. Segundo Reingewirtz, xingamentos na rua e nas redes sociais já se tornaram uma situação cotidiana.

Outros representantes judaicos ouvidos pelo jornal revelam ainda que há o aumento de um "forte sentimento de extrema direita", sobretudo nas universidades. "Cada vez mais estudantes assumem o voto na Frente Nacional. Antigamente, eles escondiam essa opção", afirma Alain Jakubowicz, presidente da Licra, uma entidade de defesa dos direitos dos judeus.

comentários por Disqus