A BÍBLIA SAGRADA

A Bíblia Sagrada  

   

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O que é a bíblia

Capítulos: 1189

Assunto: criação; perdição do ser humano; degeneração espiritual; sacrifício; perdão; salvação e a restauração da terra.

Palavra chave: Deus

Versículo chave: João 3. 16 

De origem grega o termo bíblia é um rolo pequeno de papiro cujo diminutivo é biblos ou uma folha de papiro preparada para a escrita. A etimologia ainda sugere como termo do grego koiné por "τὰ βιβλία" que além da expressão grega τὰ βιβλία τὰ ἅγια (ta bible ta hágia) significa livros sagrados ou "os livros" que e no singular é βιβλίον ou biblion.

A  bíblia é constituída de uma pequena biblioteca que contém 66 livros, sendo que é dividida em Antigo Testamento com 39 livros Novo Testamento com 27 livros.

Esses livros foram escritos num período de aproximadamente 1600 anos por mais de 40 autores diferentes, dos mais distintos e remotos lugares, e todos eles foram inspirados por Deus; conforme está escrito: "Toma o rolo, o livro, e escreve nele todas as palavras que te falei... Jeremias 36. 2" - "Toda a Escritura é inspirada por Deus... porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens (santos) falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo" II Timóteo 3. 16 e II Pedro 1. 21.

Na bíblia encontramos a revelação de Deus a toda humanidade, ao revelar que: "o único Deus e a Jesus Cristo, a quem Ele enviou" João. 17. 3.

Sendo as Escrituras a revelação de Deus, tanto o antigo testamento como o novo é o Seu esforço de revelar a sua salvação, através de Jesus Cristo.

Como alguém já disse: "A Bíblia é Deus falando ao homem, é Deus falando através do homem, é Deus falando com o homem, é Deus falando a favor do homem, mas, é sempre Deus falando" autor desconhecido.

A revelação de Jesus Cristo em busca do ser humano perdido:

Oséias 4: 6Mateus 22 - 29? Por que a bíblia deve ser estudada?

Ela é a luz para quem está procurando a verdade: Salmos 119.105; João 17. 17

As Escrituras é o alimento para a alma: Jeremias 15. 16; I Pedro 2. 1.

É o meio usado pelo Espírito Santo para nos falar: Efésios 6. 17.

Como foi formada a bíblia hebraica?

O velho testamento hebraico é composto de:

1. A torá - lei: chamada pentateuco - composta por 5 livros.

2. Os profetas: homens separados e inspirados por Deus.

3. Os escritos: chamado de Hagiógrafos.

Como é constituída a Bíblia?

O Velho Testamento são 39 livros divididos em cinco partes:

Livros da lei: tratam da criação e a lei.  

1. Gênesis: fala como começou tudo, o pecado, e o sofrimento.

2. Êxodo: fala da saída do povo hebreu do Egito; o Sinai, etc.

3. Levítico: fala das leis e os mandamentos de Deus à Israel.

4. Números: fala da contagem dos israelitas.

5. Deuteronômio: Segundo a Lei: narra os discursos de Moisés. 

Livros Históricos: fala da caminhada do povo israelita.

Josué - Juízes - Rute - I Samuel - II Samuel - I Reis - II Reis - I  Crônicas - II Crônicas - Esdras - Neemias - Ester.

Livros Poéticos: são chamados poéticos devido ao seu gênero literário. 

Jó - Salmos - Provérbios - Eclesiastes - Cantares. 

Profetas Maiores: por serem os livros mais longos que os outros são assim chamados de profetas maiores.

Isaías - Jeremias - Lamentações de Jeremias - Ezequiel - Daniel.  

Profetas Menores: por serem os livros mais curtos são conhecidos como profetas menores.

Oséias - Joel - Amós - Obadias - Jonas - Miquéias - Naum - Habacuque - Sofonias - Ageu - Zacarias - Malaquias  

O Novo Testamento é divido em quatro partes e  27 livros:

1ª. Biografias:

São os quatro evangelhos, sendo que os três primeiros são chamados sinópticos devido ao paralelismo que se apresentam:

Mateus: para atender aos judeus (genealogia).

Marcos: para atender os romanos (Jesus como servo).

Lucas: para os gregos (Jesus como Filho de Deus, ou do Homem).

João: para o mundo (Jesus para o mundo).

2ª.  História:

Registra a história da Igreja Primitiva e a atuação do Espírito Santo, nos seus primeiros primórdios. Atos dos apóstolos: são os Atos do Espírito Santo na igreja emergente, como alguém já sugeriu.

3ª. Epístolas Paulinas: 

São cartas dirigidas às igrejas ou a indivíduos.

Atribuídas geralmente a Paulo.

Romanos - I Coríntios - II Coríntios - Gálatas - Efésios - Filipenses - Colossenses - Tessalonicenses - II Tessalonicenses - I Timóteo - II Timóteo - Tito - Filemon.

4ª. Epístolas Gerais:

São cartas universais atribuídas a vários apóstolos sendo que a de Hebreus o autor é desconhecido. 

Hebreus - Tiago - I Pedro - II Pedro - I João - II João - III João - Judas.

Livros Proféticos:

Também chamado de revelação das coisas dos últimos dias que deverão acontecer. É um livro apocalíptico Apocalipse.

Todas as Bíblias são iguais? Se compararmos a Bíblia católica romana com a Bíblia protestante, veremos que além dos 66 livros, a Bíblia católica possui 7 livros chamados apócrifos (secretos, espúrios ou misteriosos) que possuem um valor histórico de uma época, mas não canônico, ou seja, de uma revelação divina.

Eles são: 

Tobias: narra a vida de Tobias, que era filho de um pai cego.

Judite: é uma narrativa histórica dos judeus libertados do poder de Holofernes, general da Pérsia, devido à coragem de um heroína chamada Judite. Apareceu por volta do II século a.C.

Sabedoria: mostra através de provérbios a sabedoria verdadeira e a reta da gentílica ou iníqua e idólatra. Apareceu entre 50 a 10 a.e.C.

Eclesiástico: também chamado de Sabedoria de Jesus, filho de Siraque, semelhante ao livro de Provérbios. Apareceu em torno de 180 a.C.

Baruque: dividida em três partes: confissão e arrependimento; exortativo e promessa de livramento. Apareceu no II século a.C.

I e II Macabeus: narra a revolta dos Macabeus pelo império romano em 167 a.e.C.

Acréscimos aos livros de Daniel e Ester.

O que a Bíblia produz em nossa vida?  

Sabedoria: Salmos 19. 7.

Esperança: Romanos 15. 4.

Alegria: Salmos 19. 8a.

Ilumina os olhos: Salmos 119. 9.

Educa, corrige: II Timóteo 3. 16.

Purifica: João 15. 3.

Dirige: Salmos 119. 104.

Produz fruto: II Timóteo 3. 17.

Revelação:

A palavra revelação vem do vocábulo grego que significa: tirar ou levantar o véu. Revelação no sentido bíblico, é a verdade revelada ou descoberta ao escritor sagrado pelo Espírito Santo.

É Deus quem toma a iniciativa de trazer ao conhecimento dos seres humanos os seus planos e propósitos.

1. Revelação Geral: Deus se revelando através de sua criação: Salmos 19. 1; 97.

2. Deus se revelando através da natureza: Romanos 1. 20 

3. Deus revelando em todas as consciências, de si mesmo: Atos 14. 17

4. Revelação Especial: Deus se revelou particularmente pela Escritura: II Timóteo 3. 16

5. Deus se revelou nestes últimos dias pelo filho: Hb 1. 2

6. Jesus é a revelação do próprio Deus: João 10. 30; 14. 9

7. Jesus é a revelação de Deus para a nossa salvação: João 20. 31 

Inspiração:

Inspiração é o (graphe), que quer dizer escrito, que é dado por inspiração, que significa sopro divino. Que é o auxílio sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritos sagrados, para que os seus escritos tivessem plena validade. Isto é, o próprio Deus, mediante o Espírito Santo revelou aos homens o que justamente deviam escrever.

1. Inspiração se revela:

Toda a Escritura é inspirada por Deus: II Timóteo 3. 16

Jesus se revela pela Palavra (logos) encarnada por Deus: João 1. 1 -  4

O Espírito que nos inspira na compreensão da Palavra: João 32. 8

2. Iluminação.

É através da iluminação que o Espírito Santo concede aos cristãos a capacidade intelectual de poderem compreender o que foi inspirado e revelado nas Escrituras Sagradas. É impossível entendermos a situação de pecado sem intervenção do Espírito Santo que produz luz em nossa consciência.

A Iluminação acontece por quê?

O homem natural não pode discerni-la: I Coríntios 2. 14.

A obra de Cristo na cruz faz sentido: I Coríntios 1. 18.

O Espírito Santo ensina: João 14. 26.

Medite nos textos bíblicos abaixo e responda com suas próprias palavras.

1. Quem foi que escreveu a Bíblia? II Pedro 1. 21

2. Qual é o tema central da bíblia? João 5. 39 compare com Mateus 20. 28

3. Como a bíblia que é a palavra de Deus age?

Salmos 119. 15 - Salmos 119. 72 -Salmos 119.103 - Tiago 1. 23 - Hebreus 4.12 - Jeremias 23. 29 - Isaías 55. 10 -Lucas 8. 11 - Deuteronômio 8. 3 - Efésios 5. 23.

Teste o seu conhecimento:

Tente responder as seguintes questões sem procurar as respostas no texto!

O que quer dizer a palavra bíblia?

Encontramos a palavra bíblia, na própria bíblia?

Aproximadamente, quantos autores escreveram a bíblia?

Em quantas línguas a bíblia foi escrita?

Como está dividida a bíblia?

Quantos livros têm o velho testamento?

Quantos livros têm o novo testamento?

Quanto tempo demorou para se formar a bíblia? 

Como podemos classificar o velho testamento?

Como podemos classificar o novo testamento?

O velho testamento  está relacionado como o novo? Por que?

Cite versículos da bíblia nas respostas das questões a seguir:

O que é revelação geral? 

O que é revelação especial?

III. O que é inspiração?

Como a inspiração se revela? Comprove com a Bíblia! 

IV. O que é Iluminação? 

V. Por que é de suma importância orar antes de ler a Bíblia? João 14. 26  

VI. Por que devemos praticar a Palavra de Deus? Mateus 7. 24 - 25 compare com Tiago 1. 22 - 25  

Para nunca mais esquecer:

"Se Bíblia não te afastar do pecado, o pecado te afastará da Bíblia"

Cornelio A. Dias 


A Bíblia em Português

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Conforme mostra o organograma acima podemos observar  o desenvolvimento da bíblia na língua portuguesa desde a sua origem; bem como os fundamentos sobre os quais descansa cada versão sucessiva.

Como vivemos em uma época de grande desenvolvimento tecnológico principalmente na área da imprensa, temos uma grande dificuldade em perceber o quanto era difícil produzir uma cópia dos livros bíblicos à época em que estes foram escritos.

Nesta época de grande desenvolvimento da tecnologia principalmente na área da imprensa, podemos perceber o quanto era difícil produzir uma cópia dos livros bíblicos à época em que estes foram escritos.

Foi inevitável que muitos livros antigos se perdessem o que em grande parte explica o desaparecimento de todos os manuscritos originais da bíblia?

O texto das páginas seguintes procura responder á pergunta:

Qual é o fundamento literário da bíblia?   

O gráfico acima mostra a origem e o desenvolvimento da bíblia em língua portuguesa, bem como os fundamentos sobre os quais descansa cada versão sucessiva. Como vivemos em uma época de grande desenvolvimento tecnológico, principalmente na área da imprensa, temos dificuldade em perceber o quanto era difícil produzir uma cópia dos livros bíblicos, à época em que estes foram escritos. Cada cópia tinha de ser feita lenta e laboriosamente a mão.

Foi inevitável que muitos livros antigos se perdessem o que em grande parte explica o desaparecimento de todos os manuscritos originais da bíblia? 

O texto das páginas seguintes procura responder á pergunta:

Qual é o fundamento literário da Bíblia? 

1. Nunca foram citados por Jesus, e duvida-se que os apóstolos tenham feito alusão a eles. 

2. A maioria dos primeiros pais da igreja os considerou como não inspirados

3. Não aparecem no cânon hebraico antigo.

Quando comparados aos canônicos, os livros apócrifos por sua qualidade inferior, se revelam como indignos de ocupar um lugar nas Sagradas Escrituras.

O caráter dos livros

As autoridades divergem quanto à classificação desses livros.

Por exemplo, a Epístola de Jeremias é com frequência incorporada ao livro de Baruque, enquanto geralmente são omitidos o terceiro e o quarto livro dos Macabeus.

Históricos - l e 2 Macabeus e l Esdras.

Tradicionais - Adições ao livro de Ester, Susana, a Canção dos Três Jovens, Bel e o Dragão, Judite e Tobias.

Proféticos - Baruque e a Oração de Manassés.

Apocalípticos - 2 Esdras e 4 Esdras na Vulgata Latina.

Eclesiástico e Sabedoria de Salomão (em estilo similar ao de Provérbios). 

Origens: as primeiras traduções: 

a) A Septuaginta: Como consequência dos setenta anos de cativeiro na Babilônia, e em virtude da forte influência do aramaico, a língua hebraica enfraqueceu-se. Todavia, fiéis à tradição de preservar os oráculos em sua própria língua, os judeus não permitiam ainda fossem esses livros sagrados vertidos para outro idioma.

Alguns séculos mais tarde, porém, essa atitude exclusivista e ortodoxa teria de dar lugar a um senso mais prático e liberal.

Com o estabelecimento do império de Alexandre o Grande, a partir de 331 a. C.; língua grega popularizou-se ao ponto de tomar imprescindível que para ela se fizesse uma tradução das Sagradas Escrituras.

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Segundo o escritor Aristeias a tradução grega foi feita por setenta e dois sábios judeus (daí o seu nome "Septuaginta"), na cidade de Alexandria, a partir de 285 a.C.; a pedido de Demétrio Falario, bibliotecário do rei Ptolomeu Filadelfo.

Concluída trinta e nove anos mais tarde, essa versão assinalou o começo de uma grande obra que, além de preparar o mundo para o advento de Cristo, deveria tornar conhecida de todos os povos a Palavra de Deus. Segundo o escritor Aristeias a tradução grega foi feita por setenta e dois sábios judeus (daí o seu nome "Septuaginta"), na cidade de Alexandria, a partir de 285 a.C.; a pedido de Demétrio Falario, bibliotecário do rei Ptolomeu Filadelfo.

Na igreja primitiva era essa a versão conhecida de todos os crentes.

A Carta de Aristeas a Filócrates conta a história da tradução do Pentateuco em grego por setenta e dois sábios de Jerusalém na corte de Ptolomeu Philadelphus.

b) A "Hexapla": Nem todos os livros do Antigo Testamento, infelizmente, foram bem traduzidos na "Septuaginta", razão pela qual Orígenes, por volta de 228 d.C., compôs a Hexapla, ou versão de seis colunas, contendo a Septuaginta e as três traduções gregas do Antigo Testamento efetuadas por Áquila do Ponto, Teodoro de Efeso e Símaco de Samaria, feitas respectivamente em 130, 160 e 218 d. C.

Além destas, constavam nas duas últimas colunas o texto hebraico e o mesmo texto em grego. Esta grandiosa obra, constituída de cinquenta volumes, perdeu-se provavelmente quando os sarracenos saquearam Cesaréia em 653 d.C.

c) A Vulgata: Em 382 d. C., o bispo Dâmaso encarregou São Jerônimo de traduzir da Septuaginta para o latim o livro dos Salmos e o Novo Testamento, o que ele fez em três anos e meio. Mais tarde, um novo bispo assumia a direção da Igreja em Roma e percebia, com inveja, a grande cultura e a influência de Jerônimo.

Este, perseguido e humilhado se dirige a Belém na Terra Santa, e ali estuda e trabalha durante trinta e quatro anos na tradução de toda a Bíblia para a língua latina. Jerônimo escreveu ainda vinte e quatro livros de comentários bíblicos, um conjunto de biografias de eremitas, duas histórias da igreja primitiva e diversos tratados.

Mais tarde, a Bíblia de Jerônimo ficou conhecida por "Vulgata" (vulgar), sendo hoje usada pela Igreja Católica Romana como a autêntica versão das Escrituras em latim, apesar de muitos eruditos a acharem pobre e até a acusarem de conter falhas graves. 

Códices e manuscritos bíblicos

A partir do quarto século depois de Cristo, os livros cristãos passaram a ser escritos em codex, palavra derivada de caudex, que era uma tabuinha coberta de cera na qual se escrevia com um estilete metálico (stylus). Reunidos por um cordão que passava por orifícios feitos no alto dos exemplares, à esquerda, os códices ficavam em forma de livro, portanto bem mais práticos de serem manuseados que os antigos rolos.

Os mais importantes códices bíblicos são:

Sinaítico: produzido cerca de 325 d.C., contém todo o Antigo Testamento grego, além das epístolas de Barnabé e parte do Pastor de Hérnias. Foi encontrado pelo sábio alemão Constantino Tischendorf, em 1844 no mosteiro de Santa Catarina, situado na encosta do Sinai.

Tischendorf viu 129 páginas do manuscrito numa cesta de papel, para serem lançadas ao fogo. Percebendo o seu enorme valor levou-as para a Europa.

Em 1859 voltou ao mosteiro e encontrou as páginas restantes doada pelo seu descobridor Alexandre II da Rússia essa preciosidade foi posteriormente comprada pela Inglaterra pela vultosa quantia de cem mil libras esterlinas. Está no Museu Britânico desde 1933.

Alexandrino: de meados do quarto século d.C., contém o antigo testamento grego e quase todo o novo, com omissões de 24 capítulos de Mateus, cerca de quatro de João e oito de 2 Coríntios. Contém ainda a primeira Epístola de Clemente de Roma e parte da segunda. Está no Museu Britânico.

Outros famosos códices bíblicos são: o Vaticano, do quarto século d.C., contém o Antigo e o Novo Testamento, com omissões. Está na Biblioteca do Vaticano. O Efraemi, produzido por volta de 450 d.C., acha-se na Biblioteca Nacional de Paris.

O Baza, encontrado por Teodoro Baza no mosteiro de Santo Irineu, na França, em 1581, está vinculado ao quinto século d.C. e encontra-se atualmente na Biblioteca de Cambridge, Inglaterra. O códice Washington, produzido nos séculos quarto e quinto d.C., acha-se no Museu Freer, na capital dos Estados Unidos da América.

Há, ainda, vários outros códices de menor importância, expostos em museus e bibliotecas de várias partes do mundo. Somente de livros do Novo Testamento, completos ou em fragmentos, conhecem-se hoje 156.

Os rolos do mar Morto

Em se tratando de manuscritos em rolos, o mais antigo e o mais importante de todos foi encontrado casualmente em 1947 por um beduíno numa bem dissimulada gruta nas proximidades de Jericó, junto ao mar Morto. Examinado pelo professor Sukenik, da Universidade Hebraica de Jerusalém, revelou-se pertencer ao terceiro século antes de Cristo. Contém o livro completo de Isaías e comentários de Habacuque, além de outras importantes informações sobre a época em que foi escondido. É mais conhecido como o Rolo do mar Morto.

A Bíblia em português

Período das traduções parciais  

a) "Venturoso", ou "bem-aventurado". A despeito de este título ter sido atribuído a D. Manuel como o principal incentivador das grandes navegações, mais bem-aventurado que este rei português foi um de seus antecessores, D. Diniz (1279-1325), por ter sido a primeira pessoa a traduzir para a língua portuguesa o texto bíblico, tornando assim possível a futura grande navegação dos leitores de língua portuguesa pelo imenso mar da Palavra de Deus.

Grande conhecedor do latim clássico, e leitor da Vulgata, D. Diniz resolveu enriquecer o português traduzindo as Sagradas Escrituras para o nosso idioma, tomando como base a Vulgata Latina. Embora lhe faltasse perseverança e só conseguisse traduzir os vinte primeiros capítulos do livro de Gênesis, esse seu esforço o colocou em uma posição historicamente anterior a alguns dos primeiros tradutores da Bíblia para outros idiomas, como João Wycliff, por exemplo, que só em 1380 traduziu as Escrituras para o inglês.

b) Fernão Lopes disse em seu curioso estilo de cronista o século XV, que D. João I (1385-1433), um dos sucessores de D. Diniz no trono português, "fez grandes letrados tirar em linguagem os Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e as epístolas de São Paulo, para que aqueles que os ouvissem fossem mais devotos acerca da lei de Deus". (Crônica de D. João I, 2ª Parte).

Esses "grandes letrados" eram vários padres que também se utilizaram da Vulgata Latina em seu trabalho de tradução.

Enquanto esses padres trabalhavam, D. João I, também conhecedor do latim, traduziu o livro de Salmos, que foi reunido aos livros do Novo Testamento traduzidos pelos padres. Seu sucessor, D. João II, outro grande apoiador das traduções do texto bíblico, mandou gravar no seu cetro a parte final do versículo 31 de Romanos 8: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?", atestando assim o quanto os soberanos portugueses reverenciavam a Bíblia.

Como nessa época a imprensa ainda não havia sido inventada, os livros eram produzidos em forma manuscrita, usando de folhas de pergaminho. Isso tornava sua circulação extremamente reduzida. Por ser um trabalho lento e caro, era necessário que ou a Igreja Romana ou alguém muito rico assumisse os custos do projeto. Ninguém mais indicado para isto do que os nobres e os reis.

c) Outras figuras da monarquia de Portugal também realizaram traduções parciais da Bíblia. A neta do rei D. loão I e filha do Infante D. Pedro, a Infanta D. Filipa, traduziu do francês os Evangelhos. No século XV surgiram publicados em Lisboa o Evangelho de Mateus e porções dos demais Evangelhos, um trabalho realizado pelo frei Bernardo de Alcobaça, que pertenceu à grande escola de tradutores portugueses da Real Abadia de Alcobaça. Ele baseou suas traduções na Vulgata Latina.

d) A primeira harmonia dos Evangelhos em língua portuguesa, preparada em 1495 pelo cronista Valentim Fernandes, e intitulada De Voa Christi, teve os seus custos de publicação pagos pela rainha Dona Leonora, esposa de D. João II. Cinco anos após o descobrimento do Brasil, D. Lenora mandou também imprimir livro de Atos dos Apóstolos e as epístolas universais de Tiago, "Pedro, João e Judas, que haviam sido traduzidos do latim vários anos antes por frei Bernardo de Brinega.

Em 1566 foi publicada em Lisboa uma gramática hebraica para estudantes portugueses. Ela trazia em português, como texto básico o livro de Obadias.

Outras traduções

Outras traduções em língua portuguesa, realizadas em Portugal, são dignas de menção:

a) Os quatro Evangelhos, traduzidos em elegante português pelo Padre Jesuíta Luiz Brandão.

b) No início do século XIX, o padre António Ribeiro dos Santos traduziu os Evangelhos de Mateus e Marcos, ainda hoje inéditos.

É fundamental salientar que todas essas obras sofreram, ao longo dos séculos, implacável perseguição da Igreja Romana, e de muitas delas só escaparam um ou dois exemplares, hoje raríssimos.

A Igreja Romana também amaldiçoou a todos os que conservassem consigo essas "traduções da bíblia em idioma vulgar", conforme as denominavam.

Período das traduções completas

Tradução de Almeida

Coube a João Ferreira de Almeida a grandiosa tarefa de traduzir pela primeira vez para o português o antigo e o novo testamento.

Nascido em 1628 em Torre de Tavares, nas proximidades de Lisboa, João Ferreira de Almeida, quando tinha doze anos de idade, mudou-se para o sudeste da Ásia. Após viver dois anos na Batávia (atual Jacarta), na ilha de Java, Indonésia, Almeida partiu para Málaca, na Malásia, e lá, através da leitura de um folheto em espanhol acerca das diferenças da cristandade, converteu-se do catolicismo à fé evangélica.

No ano seguinte começou a pregar o evangelho no Ceilão e em muitos pontos da costa de Malabar.

Não tinha ele ainda dezessete anos de idade quando iniciou o trabalho de tradução da Bíblia para o português, mas lamentavelmente ele perdeu o seu manuscrito e teve de reiniciar a tradução em 1648.

Por conhecer o hebraico e o grego, Almeida pôde utilizar-se dos manuscritos dessas línguas, calcando sua tradução no chamado Textus Receptus, do grupo bizantino. Durante esse exaustivo e criterioso trabalho, ele também se serviu das traduções holandesa, francesa (tradução de Beza), italiana, espanhola e latina (Vulgata).

Em 1676 João Ferreira de Almeida concluiu a tradução do novo testamento, e naquele mesmo ano remeteu o manuscrito para ser impresso na Batávia; todavia, o lento trabalho de revisão a que a tradução foi submetida levou Almeida a retomá-la e enviá-la para ser impressa em Amsterdã, Holanda.

Finalmente, em 1681 surgiu o primeiro novo testamento em português, trazendo no frontispício os seguintes dizeres, que transcrevemos ipsis litteris:

"O Novo Testamento, isto he, Todos os Sacro Sanctos Livros e Escritos Evangélicos e Apostólicos do Novo Concerto de Nosso Fiel Salvador e Redentor lesu Cristo, agora traduzido em português por João Ferreira de Almeida, ministro pregador do Sancto Evangelho. Com todas as licenças necessárias. Em Amsterdam, por Viuva de J. V. Someren. Anno 1681."

Milhares de erros foram detectados nesse novo testamento de Almeida, muitos deles produzidos pela comissão de eruditos que tentou harmonizar o texto português com a tradução holandesa de 1637. O próprio Almeida identificou mais de dois mil erros nessa tradução, e outro revisor, Ribeiro dos Santos, afirmou ter encontrado um número bem maior.

Logo após a publicação do novo testamento, Almeida iniciou a tradução do Antigo, e ao falecer, em 6 de agosto de 1691, ele havia traduzido até Ezequiel 41:21.

Em 1748, o pastor Jacobus op den Akker, de Batávia, reiniciou o trabalho interrompido por Almeida, e cinco anos depois, em 1753, foi impressa a primeira Bíblia completa em português, em dois volumes. Estava, portanto, concluído o inestimável trabalho de tradução da Bíblia por João Ferreira de Almeida.

Apesar dos erros iniciais, ao longo dos anos eruditos evangélicos têm depurado a obra de Almeida, tornando-a a preferida dos leitores de fala portuguesa.

A Bíblia de Rahmeyer

A tradução completa da bíblia ainda hoje inédita, traduzida em meados do século XVIII pelo comerciante hamburguês Pedro Rahmeyer, que residiu em Lisboa durante 30 anos. O manuscrito dessa Bíblia se encontra na Biblioteca do Senado de Hamburgo, Alemanha.

Tradução de Figueiredo

Nascido em 1725, em Tomar, nas proximidades de Lisboa, o padre António Pereira de Figueiredo, partindo da Vulgata Latina, traduziu integralmente o Novo e o Antigo Testamentos, gastando dezoito anos nessa laboriosa tarefa.

A primeira edição do novo testamento saiu em 1778, em seis volumes. Quanto ao antigo, os dezessete volumes de sua primeira edição foram publicados de 1783 a 1790.

Em 1819 veio à luz a bíblia completa de Figueiredo, em sete volumes, e em 1821 ela foi publicada pela primeira vez em um volume único.

Figueiredo incluiu em sua tradução os chamados livros apócrifos que o Concílio de Trento havia acrescentado aos livros canônicos em 8 de abril de 1546. Esse fato tem contribuído para que a sua Bíblia seja ainda hoje apreciada pelos católicos romanos nos países de fala portuguesa.

Na condição de exímio filólogo e latinista, Figueiredo pôde utilizar-se de um estilo sublime e grandiloquente, e seu trabalho resultou em um verdadeiro monumento da prosa portuguesa. Porém, por não conhecer as línguas originais e ter-se baseado tão somente na Vulgata, sua tradução não tem suplantado em preferência popular o texto de Almeida.

Bíblia no Brasil -Traduções parciais

a) Nazaré. Em 1847 publicou-se, em São Luís do Maranhão, O Novo Testamento traduzido por frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, que se baseou na Vulgata.

Este foi portanto, o primeiro texto bíblico traduzido no Brasil. Essa tradução tornou-se famosa por trazer em seu prefácio pesadas acusações contra as "bíblias protestantes", que, segundo os acusadores, estariam "falsificadas" e falavam "contra Jesus Cristo e contra tudo quanto há de bom".

b) Em 1879, a Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro publicou a que ficou conhecida como "A Primeira Edição Brasileira" do Novo Testamento de Almeida.

Essa versão foi revista por José Manoel Garcia, lente do Colégio D. Pedro II; pelo pastor M. P. B. de Carvalhosa, de Campos, RJ, e pelo primeiro agente da Sociedade Bíblica Americana no Brasil, pastor Alexandre Blackford, ministro do Evangelho no Rio de Janeiro.

c) "Harpa de Israel" foi o título que o notável hebraísta F.  R. dos Santos Saraiva deu á sua tradução do Livro dos Salmos, publicada em 1898.

d) Em 1909, o padre Santana publicou sua tradução do Evangelho de Mateus, vertida diretamente do grego. Três anos depois Basílio Teles publicou a tradução do Livro de Já, com sangrias poéticas. Em 1917 foi a vez de J. L. Assunção publicar O Novo Testamento, tradução baseada na Vulgata Latina.

e) Traduzido do velho idioma etíope por Esteves Pereira, O Livro de Amos surgiu isoladamente no Brasil em 1917. Seis anos depois, J. Basílio Pereira publicou a tradução do Novo Testamento e do Livro dos Salmos, ambos baseados na Vulgata. Por essa época surgiu no Brasil (infelizmente, sem indicação de data) a Lei de Moisés (O Pentateuco, edição bilíngue hebraico-português, preparada pelo rabino Meir Masiah Melamed).

f) O padre Huberto Rohden foi o primeiro católico a traduzir no Brasil o Novo Testamento diretamente do grego.  Publicada pela instituição católico-romana Cruzada Boa Esperança em 1930, essa tradução, por estar baseada em textos considerados inferiores, sofreu severas criticas.

Traduções completas.

a) Em 1902, as sociedades bíblicas empenhadas na disseminação da Bíblia no Brasil patrocinaram nova tradução da Bíblia para o português, baseada em manuscritos melhores que os utilizados por Almeida. A comissão constituída para tal fim composta de eruditos nas línguas originais e no vernáculo entre eles o gramático Eduardo Carlos Pereira, fez uso de ortografia correta e vocabulário erudito.

Publicado em 1917 esse trabalho ficou conhecido como tradução brasileira. Apesar de ainda hoje apreciadíssima por grande número de leitores- essa Bíblia não conseguiu se firmar-se no gosto do grande público.

b) Coube ao padre Matos Soares realizar a tradução mais popular da Bíblia entre os católicos na atualidade. Publicada em 1930 e baseada na Vulgata, essa tradução possui notas entre parêntesis defendendo os dogmas da Igreja Romana. Por esse motivo recebeu apoio papal em 1932.

c) Em 1943, as Sociedades Bíblicas Unidas encomendaram a um grupo de hebraístas, helenistas e vernaculistas competentes uma revisão da tradução de Almeida. A comissão  melhorou a linguagem, a grafia de nomes próprios e o estilo da Bíblia de Almeida.

d) Em 1948 organizou-se a Sociedade Bíblica do Brasil, dedicada a "Dar a Bíblia á Pátria". Esta entidade fez duas revistas no texto de Almeida, uma mais aprofundada, que deu origem a Edição Revista e Atualizada no Brasil, e uma menos profunda, que conservou o antigo nome "Corrigida".

e) Em 1967, a Imprensa Bíblica Brasileira, criada em 1940, publicou a sua Edição Revisada de Almeida, cotejada com os textos em hebraico e grego. Essa edição foi posteriormente reeditada com ligeiras modificações.

f) Mais recentemente, a Sociedade Bíblica do Brasil traduziu e Publicou a Bíblia na Linguagem de Hoje (1988). O propósito básico desta tradução tem sido o de apresentar o texto bíblico numa linguagem comum e corrente.

g) Em 1990, a Editora Vida publicou a sua Edição Contemporânea da Bíblia traduzida por Almeida. Essa edição eliminou arcaísmos e ambiguidades do texto quase tricentenário de Almeida, e preservou, sempre que possível, as excelências do texto que lhe serviu de base.

h) Enquanto esta edição da Bíblia Thompson estava sendo preparada, uma comissão constituída de eruditos em grego, hebraico, aramaico e português, coordenada pelo Rev. Luiz Sayão trabalhava em uma nova tradução das Escrituras para língua portuguesa, sob o patrocínio da Sociedade Bíblica Internacional.

i) São, também, dignas de referência: A bíblia traduzida pelos monges de Meredsous (1959)

A bíblia de Jerusalém traduzida pela Escola Bíblica de Jerusalém (padres dominicanos), e editada no Brasil por Edições Paulinas em 1981, com notas, e a Edição Integral da Bíblia, trabalho de diversos tradutores sob a coordenação de Ludovico Garmus, editado por Editora Vozes e pelo Círculo do Livro, também com notas. Bíblia Thompson 4215.   

Edição 27.11.16

Revisão 11.10.21

Em Cristo

Sincero Shalom 

Por Cornelio A.Dias  

 

"Feito perfeito, é imperfeito; como criação, o meu eu; natureza humana! C. A. Dias.