O papa Francisco está se posicionando contra Israel
ISRAEL E O POVO JUDEU DEVERIAM PROTESTAR CONTRA ESSA MEDIDA NOS TERMOS MAIS FORTES POSSÍVEIS, E SE CERTIFICAR DE QUE O PAPA FRANCISCO PERCEBA O MAL QUE FEZ.
Em um acordo que foi estabelecido em Roma em maio de 2015, a Igreja Católica disparou a mais recente salva de tiros de sua luta de 2.000 anos para desqualificar o povo judeu. Em uma reunião com representantes palestinos no Vaticano, as autoridades da igreja concordaram em reconhecer formalmente o "Estado da Palestina" como parte de uma negociação relativa às atividades católicas nas áreas controladas pelos palestinos.
E, se por acaso alguém não percebeu o recado, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, deu--se ao trabalho de confirmar: "Sim, é um reconhecimento de que o Estado existe". Este vergonhoso passo é um grave golpe nas relações católico-judaicas e não pode ficar sem resposta.
Israel e o povo judeu deveriam protestar contra essa medida nos termos mais fortes possíveis, e se certificar de que o papa Francisco perceba o mal que fez.
Em termos bíblicos, ao reconhecer um Estado palestino na Judéia e em Somaria, o Vaticano está efetiva-mente buscando negar a aliança eterna entre Deus e o povo judeu, a quem essa terra foi prometida muito tempo atrás. Isto não é somente ofensivo e desrespeitoso, mas também desonesto. De fato, não se pode deixar de questionar: Qual Bíblia o Vaticano está lendo?
Seja qual for, devem estar faltando algumas páginas, já que uma olhada mesmo que superficial pelas Escrituras deixa claro que Deus prometeu dar a Terra de Israel para o povo judeu e a ninguém mais. Na verdade, há mais de 150 versículos bíblicos, de Gênesis a Josué e Crônicas, que declaram isto e reafirmam que Israel retornaria do Exílio para este solo sagrado.
Vejamos, por exemplo, Isaías 14.1-2: "Porque o senhor se compadecerá de Jacó, e ainda elegerá a Israel, e os porá na sua própria terra". Ou, vamos ler Jeremias 31.5, onde Deus diz: "Ainda plantarás vinhas nos montes de Somaria". Observemos também Gênesis 48.3-4; e Juizes 2.1; Ezequiel 34.11-13; Oséias 3.4-5; Amos 9.14-15; Obadias 1.17; Sofonias 3.19-20 e Zacarias 8:7- 8.
A Bíblia coloca em realce, sobretudo, que estas não eram meramente afirmativas, mas juramentos divinos, que jamais seriam quebrados.
Crônicas 16.15-18 diz: "Lembra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações; da aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a (saque; o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel, por aliança perpétua, dizendo: Dar-vos-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança". Você entende, mas parece que o Vaticano não.
Na verdade, meus amigos cristãos me dizem que as palavras "Palestina" e "palestinos" não aparecem em lugar algum no Novo Testamento. Consequentemente, pode-se afirmar que o próprio Jesus ficaria perplexo diante da posição do papa.
O porta-voz do Vaticano, padre Frederico Lombardi [D] confirmou: "SIM (...) O Estado [Palestino] existe.
Afinal, de acordo com a crença cristã, Jesus, o judeu, nasceu e foi criado em Belém, o que significa que havia uma comunidade judaica ali, com sinagogas, rituais de banhos, rabinos e talvez uma confeitaria kosher também, centenas de anos antes que o islamismo fosse criado.
Então, a Igreja Católica agora julga que Jesus foi um "assentado" ou um "ocupante" da terra palestina? Pois, para uma instituição que se denomina "a Santa Sé" e que afirma manter valores sagrados, o envolvimento profano do Vaticano na política do Oriente Médio é simplesmente indecente.
E, dada sua sórdida história de anti-semitismo, queima de livros, conversões forçadas e inquisições, a Igreja Católica deveria pensar cem vezes antes de se atrever a pisar nos calos de Israel.
No mínimo, o papa deveria estar de joelhos pedindo perdão ao povo judeu e expiação ao Criador pelo que o Vaticano tem forjado durante séculos. A atual tentativa de enfraquecer e negar o direito de Israel à Judéia e Somaria ao reconhecer o Estado palestino vem cheia de "supersessionismo", ou "teologia da substituição", uma doutrina de acordo com a qual a Igreja substituiu Israel como instrumento escolhido por Deus cerca de dois mil anos atrás.
Pelos últimos 50 anos, desde o Concílio Vaticano Segundo, a Igreja Católica vinha vagarosamente reconhecendo que o povo judeu é "um povo aliançado", desta forma, escapando, mesmo que levemente, do supersessionismo.
Mas conferir legitimidade a um Estado palestino é o mesmo que sugerir que os palestinos substituíram Israel como os legítimos donos da terra, uma posição que insulta a história, a teologia e o bom senso.
Isto não é nada menos que o supersessionismo via meios diplomáticos, e um insulto cruel às gerações de judeus que aspiravam por Sião enquanto suportavam a opressão e a perseguição católicas.
Israel precisa responder veementemente a esta afronta. Não podemos ficar alheios e observar enquanto nossa integridade nacional é posta em questão. Um bom lugar para começar seria retirando o nosso embaixador à Santa Sé, restringindo o número de vistos dados aos representantes do Vaticano e excluindo qualquer possibilidade de dar à Igreja o espaço que ela tão profundamente deseja no túmulo do rei Davi e no Monte Sião.
Que vergonha é que, depois de tanto progresso nas relações católico-judaicas nas últimas décadas, o Vaticano agora traia todos os avanços que já foram feitos. Mas o papa Francisco precisa perceber que, ao reconhecer o fictício "Estado da Palestina", está se posicionando contra Israel, contra o povo judeu e contra a própria Bíblia. E isto é algo que não podemos perdoar, nem esquecer tão cedo.
(Mi-chael Freund - www.jpost.com) Michael Freund serviu como Diretor de Comunicações do Gabinete do primeiro-ministro de Israel sob Benjamin Netonyohu. Ele é fundador e presidente do Shovei Israel/ Isroel Retorno [N.T.: lit. os que retornam ao povo de Israel], uma organização com base em Jerusalém, que busca e dá assistência às Tribos Perdidas de Israel e a outros "judeus escondidos" que desejam retornar a Sião.