O Limite do Materialismo
As leis naturais sobre a informação confirmam: para a imensa quantidade de informação da natureza é necessário que haja um Emissor onisciente e onipotente. Elas apontam para um mundo espiritual.
Na área da ciência, a argumentação mais forte é sempre dada quando se emprega as leis naturais para fundamentar um procedimento ou uma ideia, bem como para contestá-los. Em cada ser vivo encontramos uma gama inimaginável de informação que é absolutamente necessária para os planos construtivos dos indivíduos e para o direcionamento de todos os procedimentos complexos nas células. Com o auxílio das leis naturais da informação é possível comprovar que cada informação, e isso inclui também a informação biológica, necessita de um autor inteligente.
Fala-se em uma lei natural quando, em nosso mundo perceptível, a validade geral de frases de forma reprodutiva pode ser constantemente confirmada. As leis naturais possuem o maior poder de afirmação na ciência, pois:
- Para elas não há exceções;
- Elas respondem as questões se algum procedimento planejado é possível de ser realizado ou não;
- Elas já sempre existiram, e isso independentemente de sua descoberta ou formulação realizada por pessoas;
- Elas podem ser aplicadas com êxito também para situações ainda desconhecidas.
Por leis naturais normalmente entendemos as leis da física e da química. Aquele que pensa que o mundo pode ser descrito unicamente com grandezas materiais acaba restringindo suas percepções. Também as grandezas não materiais como, por exemplo, a informação, a vontade e a consciência fazem parte da nossa realidade. As leis naturais para grandezas não materiais preenchem os mesmos critérios rigorosos como as leis para grandezas materiais e, por isso, têm o mesmo efeito em suas conclusões.
Para que se possa descrever as leis naturais da informação e analisar um sistema desconhecido, é necessário que se tenha a definição precisa e adequada da informação: a informação está presente sempre que são identificados todos esses cinco níveis hierárquicos em um sistema observado: estatística, sintaxe (código, gramática, vocabulário), semântica (significado), pragmática (ação) e apobética (alvo, resultado).
As quatro leis naturais da informação são:
- Uma grandeza material não pode produzir uma grandeza não material.
- A informação é uma grandeza não material.
- Em processos estatísticos (procedimentos sem uma inteligência diretiva) não se produz informação.
- A informação somente surge por meio de um emissor inteligente.
Um emissor inteligente é provido de consciência, é criativo, pensa com independência e age orientado para um objetivo. Após as leis naturais da informação serem conhecidas, elas podem então ser aplicadas objetiva e efetivamente para obter conclusões de ampla abrangência. Como nossas questões ultrapassam as respostas possíveis de cunho científico, precisamos de uma fonte de informação superior e esta, em minha opinião de cristão, é a Bíblia. A seguir mencionaremos primeiramente a conclusão científica com base nas leis naturais e na sequência mencionaremos a orientação bíblica que confirma ou até ultrapassa o resultado científico.
Conclusão nº 1: pelo fato de que em todas as formas de vida há um código (molécula DNA ou RNA) além dos outros níveis da informação, encontramo-nos claramente dentro da área de definição da informação. Assim, nesse caso podemos identificar a 4ª lei natural da informação: é necessário que haja um emissor inteligente!
Como não existe processo comprobatório por meio de observação ou experimentação dizendo que a informação surgiu por si na matéria, isso também vale para qualquer informação nos seres vivos. Assim, as leis naturais 1 a 4 também requerem um autor inteligente para elaborar os programas. Assim, a 1ª conclusão é uma prova da existência de Deus ou também uma contestação científica ao ateísmo.
Conclusão nº 2: a informação codificada na molécula DNA supera de longe qualquer das nossas tecnologias disponíveis. Já que nenhuma pessoa entra em questão como emissor, este precisa ser procurado fora do nosso mundo visível. Podemos concluir: o emissor não só precisa ser extremamente inteligente como também precisa dispor de uma imensa gama de informação e inteligência, isto é: ele precisa ser onisciente. Isso se aplica com as leis naturais nº 1 e 4 sobre a informação.
Admitamos que esse emissor (autor, criador, deus) tivesse inteligência limitada, então ele necessitaria de um deus superior a ele e que tivesse mais informação para ensiná-lo. Como este, por sua vez, também necessitaria de um instrutor, chegaremos a uma grande quantidade de deuses, sendo que o “último”, pelo constante acréscimo, chegaria ao saber infinito, isto é, seria onisciente. A alternativa lógica equivalente a ser admitida seria a de haver um único Deus. Este, nesse caso, precisaria ser infinitamente inteligente e ter à sua disposição um conjunto infinito de informações. Assim, ele precisaria ser onisciente.
A segunda alternativa é a que a Bíblia também ensina. Existe somente um Deus: “Eu sou o primeiro e eu sou o último; além de mim não há Deus” (Is 44.6). Se esse Deus, como observamos na 2ª conclusão, é onisciente, então ele tem conhecimento sobre todas as coisas do presente, do passado e também do futuro. Se ele sabe de tudo, também além dos limites temporais, então ele deve mesmo ser eterno! É o que lemos também em Salmo 90.2, Isaías 40.28 e Daniel 6.26.
Conclusão nº 3: pelo fato de que o Emissor
- codificou a informação de maneira genial, como a encontramos nas moléculas de DNA,
- deve ter construído as complexas biomáquinas, que decodificam a informação e executam os vários processos para a biossíntese,
- deve ter elaborado cada detalhe de todos os seres vivos e programado todas as suas habilidades,
podemos concluir que o Emissor queria que tudo fosse dessa maneira e que ele deve ser muito poderoso.
A partir da 2ª conclusão verificamos, com base nas leis naturais, que o emissor (criador, deus) deve ser onisciente e eterno. Agora passamos a indagar sobre a grandeza do seu poder. Aplicando a mesma lógica como na 2ª conclusão, chegaremos ao resultado de que ele também precisa ser onipotente. É o que a Bíblia também comprova: “‘Eu sou o Alfa e o Ômega’, diz o Senhor Deus, ‘o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso’” (Ap 1.8).
Conclusão nº 4: como as pessoas estão em condições de produzir nova informação, esta não pode ter origem em nossa parte material (corpo). Assim, podemos concluir: o homem precisa ter um componente não material (alma, espírito). Isso também contradiz a ideia do materialismo. É o que podemos constatar com a aplicação da 1ª e da 4ª leis naturais sobre a informação.
Na biologia da evolução e das moléculas raciocina-se exclusivamente de modo materialista. Com o auxílio da informação, esse materialismo pode ser contestado da seguinte maneira: todos nós temos a capacidade de gerar nova informação (p. ex.: em cartas, livros, etc.) – isto é, grandezas não materiais. Como a matéria é incapaz de fazer isso (1ª lei natural sobre a informação), requer-se um componente não material além do nosso corpo (matéria), e esse é a alma. Em 1Tessalonicenses 5.23, a Bíblia confirma essa conclusão: “Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. O corpo é a parte material da pessoa, enquanto a alma e o espírito são componentes não materiais.
Em virtude da maneira materialista de pensar, na ciência, os pesquisadores trabalham com a seguinte condição: “Nosso cérebro é a fonte da informação”. Essa suposição é errada, pois nosso cérebro é matéria e, de acordo com a 1ª lei natural sobre a informação, ele é incapaz de gerar informação. Assim, o cérebro, mesmo que seja muito complexo, não pode ser a fonte da informação; ele é apenas uma máquina de processamento da informação.
Conclusão nº 5: pelo fato de que a informação é o componente básico de toda a vida, que não pode ser gerada a partir da matéria e energia, é necessário que haja um emissor inteligente. Como, porém, todas as teorias da evolução química e biológica exigem que a informação seja gerada unicamente pela matéria e pela energia (e assim não podem ter um emissor), podemos concluir que todas essas teorias e conceitos da evolução química e biológica (macroevolução) devem ser falsas. Podemos verificar isso mediante a aplicação da 1ª e da 2º leis naturais sobre a informação.
A evolução tenta explicar a vida simplesmente no nível físico-químico. As leis naturais excluem a ideia da macroevolução – isto é, a trajetória desde a célula original até a pessoa. O sistema da evolução, diante dos enunciados da informação, se apresenta como um “Perpetuum mobile da informação” (“movimento perpétuo”), ou seja, é algo impossível.
A microevolução, ou seja, a adaptação dentro de uma espécie (p. ex.: diferenças entre os bicos dos tentilhões de Darwin) são possíveis de observar. A informação necessária para isso, por consequência, também não foi gerada na matéria, mas decorre de diversificação do programa que o Criador, em toda sua onisciência, já havia previsto.
O relato da criação ressalta reiteradamente que a inimaginável multiplicidade de toda a vida foi criada muito especificamente – cada um conforme a sua espécie. Também nesse caso não há sinal algum da evolução.
Conclusão nº 6: como também aquilo que é vivo não constitui uma grandeza material, não pode ter sido gerado pela matéria. Disso concluímos: na matéria não existe nenhum processo que conduza do estado sem vida para o estado vivo. Procedimentos puramente materiais não podem conduzir à vida, tanto na terra como em qualquer lugar do universo. Isso se verifica com a aplicação da 1ª lei natural sobre a informação.
O diferencial da vida (ou o fenômeno “vida”) em um ser vivo, da mesma forma como a informação, não é algo material. Conforme a 6ª conclusão demonstra, com o auxílio dessa nova abordagem pode-se excluir a possibilidade de geração espontânea de vida na matéria.
Resumindo, podemos concluir que, com o auxílio dos enunciados da informação, pode-se contestar ideias amplamente divulgadas:
- a concepção puramente materialista na ciência,
- todas as atuais concepções evolucionistas (evolução química e biológica),
- o materialismo (p. ex.: a figura humana materialista),
- o ateísmo.
Além disso, conseguimos comprovar:
- que precisa existir um autor da vida (criador, deus) de acordo com as leis naturais da informação,
- que esse autor precisa ser onisciente e eterno,
- que ele precisa ser onipotente,
- que a pessoa precisa ter um componente não material (alma),
- que o cérebro não pode ser a fonte da informação por nós gerada.
No entanto, nesse ponto surgem perguntas importantes: quem é o emissor dessa informação biológica e quem é o autor de todas as formas de vida?
Deus entregou a tarefa da criação ao seu Filho Jesus e, por isso, o Novo Testamento fala sobre Jesus: “Ele é a imagem do Deus invisível... pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis... todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste” (Cl 1.15-17). Assim, não há nada no nosso mundo que não tenha sido criado por nosso Senhor Jesus: o imenso cosmo faz parte, bem como cada micróbio, cada formiga, cada girafa e também cada pessoa.
Jesus Cristo é o que estava desde a eternidade e é o Soberano do reino celestial. A ele foi dada toda a autoridade no céu e na terra (Mt 28.18). Será que conseguimos compreender a seguinte empolgante ideia? O Homem na cruz do Gólgota e o Criador desse mundo e de toda a vida são a mesma Pessoa! Com seu amor insondável por nós ele permitiu ser sacrificado sem qualquer resistência por causa do nosso pecado, para que a porta para o céu fosse aberta para nós. Quem rejeita o Salvador perde tudo: “... como escaparemos, se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb 2.3). Quem o aceita, recebe tudo, pois Jesus disse: “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna... já passou da morte para a vida” (Jo 5.24).
Extraído de Revista Chamada da Meia-Noite julho de 2017