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A santificação sob a perspectiva da bíblia-introdução: Aqui |
Como reagir diante da crise?
Daniel Lima
Filas intermináveis, pessoas passando a noite em carros esperando chegar combustível, nervos à flor da pele, bloqueios em estradas, falta de itens nos mercados, ameaças, insegurança, uma sensação de caos. Imagens de outros países que enfrentam situações de falência governamental passam por nossa cabeça. Se esta foi sua experiência nestes últimos dias, tenha certeza de que você não está sozinho.
Como reagir quando nosso país se aproxima do caos? Como posso reagir como cristão temente a Deus e, ao mesmo tempo, cidadão brasileiro? Habacuque (3.17-18) nos estimula a confiar no Senhor, mas infelizmente temos assistido com tristeza cristãos que assumem uma postura passional por uma ou outra linha de ação. Irmãos que se identificam de tal forma com posturas partidárias que perdem sua credibilidade. Outros se perdem em discussões muitas vezes desinformadas e frequentemente manipuladas.
Ao refletir, sou levado a encarar 3 funções que devem servir de fundamento para nossa posição como seguidores de Jesus. A primeira é permanecer, a segunda é de apresentar o contraste e a terceira é de proclamar.
Somos chamados a permanecer no mundo. Em alguns momentos ao longo da história do cristianismo, cristãos optaram por se isolar do mundo, mas isso os levou a serem irrelevantes. Em outros momentos, cristãos se envolveram com o mundo de tal forma que perderam sua identidade. Jesus disse em sua oração sacerdotal:
Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. (João 17.15-18)
Não somos só chamados a permanecer no mundo, somos enviados ao mundo. Temos um papel a desempenhar e este papel não é só sobrevivermos aqui. Nosso papel é representar a Cristo em meio a um mundo perdido. Precisamos resistir ao isolamento. Pode ser mais confortável, mas não foi para isso que nosso Senhor nos pediu para permanecermos.
Realmente devemos cuidar para que nosso contato com o mundo não nos leve ao pecado, mas enquanto os fariseus entendiam santidade como separação de pecadores, o conceito de Jesus sobre santidade o permitia manter contato com pecadores. Desta forma, devemos sim nos envolver com o mundo naquilo que não nos leve a pecar. Devemos conversar com vizinhos, parentes e colegas, participar de associações, de grupos, ter amigos, assumir cargos em escolas, agremiações e outros grupos. Pois, se não estivermos no mundo, como poderemos proclamar? Não é mais espiritual aquele que se refugia em sua fé dizendo que por não ser deste mundo não quer lidar com o mesmo...
Mas nossa permanência no mundo não significa identificar-se com ele de tal maneira que adotemos seus valores, crenças e posições. Somos chamados a permanecer no mundo, mas sem ser do mundo. Jesus continua em sua oração no texto de João 17:
Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. (João 17.16-18)
Não somos do mundo! Somos chamados a apresentar ao mundo o caráter de Cristo, mostrando como pode ser a vida uma vez que alguém decide seguir a Jesus. Paulo escreve em 1Timóteo 3.14-15:
Escrevo estas coisas, embora espere ir vê-lo em breve; mas, se eu demorar, saiba como as pessoas devem comportar-se na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade.
A igreja é coluna e fundamento da verdade, não no sentido de que a verdade se baseia em nós ou está fundamentada em nós. A verdade é Cristo e ele é seu próprio fundamento na eterna relação da Trindade. Mas como igreja temos o mesmo papel de um pedestal em uma exposição. O papel do pedestal é colocar a obra em evidência sem atrapalhar, sem atrair para si qualquer atenção. Como igreja somos chamados a ser o palco onde a graça e o amor de Deus podem ser vistos, trazendo glória para ele (Mateus 5.16).
Desta forma, enquanto permanecemos no mundo, somos chamados a demonstrar a diferença que Cristo faz ao habitar em nós. Enquanto mantemos contato com o mundo perdido, devemos manifestar os frutos do Espírito. Devemos ser gentis e amorosos, pacientes, generosos, hospitaleiros. Infelizmente, com frequência somos mais conhecidos pela nossa intolerância do que pelo nosso amor. Com isso não estou defendendo tolerância com o pecado, mas, assim como Jesus, apresentar a um mundo perdido um caminho de salvação.
https://www.chamada.com.br/mensagens/diante_da_crise.html
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