ANO JUDAICO 5770
ANO GREGORIANO: 2009
FESTA |
CALEND. JUDAICO |
CALEND. GREGORIANO |
Purím |
14 de Adar Sheni |
3 de Março |
Pêsach (Páscoa Judáica) |
14 de Nissan |
2 de Abril |
Hag HaMatsôt (Pães Asmos) |
15-22 Nissan |
03/04 à 9/04 |
Shavuot (Pentecostes) |
6 e 7 de Sivan |
22 e 23 de Maio |
Rosh Hashaná (Ano Novo) |
1 de Tishri |
12 de Setembro |
Yom Kipúr (Dia da espiação) |
10 de Tishri |
21 de Setembro |
Sukot (Tabernaculos) |
15-21 de Tishri |
26/9 à 02/10 |
Chanucá (Festa da Dedicação) |
25 de Kislev - 3 de Têvet |
04/12 à 11/12 |
O início dos feriados mencionandos acima são ao por-do-sol das datas indicadas.
- Purim
3 de Março = 14 de Adar Sheni
A Chag Purim (festa de Purim) é celebrada anualmente pelos judeus de todo o mundo, ela relembra o período do império Persa sob o domínio do rei Achashverosh (Assuero) onde ocorreu o livramento do povo judeu das mãos de um terrível inimigo cujo nome era Hamã, essa história está relatada no livro de Ester da Bíblia sagrada conhecido em hebraico como Meguilá de Ester. O termo Pur apresenta ter origem persa e significa “Sorte” como Purim está no plural, portanto “sortes”, esse nome dá-se em função dos vários sorteios realizados por Hamã, que os realizava para determinar o dia e o mês mais propício para atacar os judeus, os persas tinham suas crenças voltadas ao zodíaco e creditavam muita honra aos astrólogos e magos dentre os quais provavelmente foram consultados por Hamã para lançarem as sortes. A guematria (Arte de somar as letras hebraicas, visto que cada letra possui um valor numérico) de Purim dá um total de 336, ou seja: Pei S=80, Vav Y=6, Resh I=200,Yud W=10 e Mem F= 40, somando 336 teremos 12 que é o total das tribos de Israel, com isso concluímos que a tentativa de Hamã era na verdade um plano diabólico perpetrado por satanás para aniquilar não somente Mordechai (Mordecai) mas todo povo judeu, o dia exato do livramento foi no dia 13 de Adar (mês que corresponde entre os meses de Fevereiro e Março) para a grande maioria das pessoas o número 13 soa como um número de azar isso dentro das culturas ocidentais principalmente quando cai num dia de sexta-feira como no caso das sortes lançadas sobre os judeus nos dias de Ester, mas no contexto judaico esse número é muito querido e representa o amor, a soma da palavra amor (Achavath) em hebraico é 13) quando somamos o número 13 temos 4 que representa o mundo, temos 4 estações no ano, 4 pontos cardeais no planeta, 4 evangelhos entregues á humanidade que se resumem em João 3:16, e assim por diante, concluí-se que pelo dia do livramento, que Hamã queria destruir os judeus não somente na Babilônia então sob domínio persa, mas em todo o mundo, o que demonstra que a preocupação de Hamã não era apenas com Mordechai (Mordecai), ao somarmos o numero12 teremos o valor numérico de 3 que representa mudança de estado ou transformação de situação, basta lembrarmos que Pedro teve sua situação espiritual alterada seu estado emocional modificado no ato de suas três vezes que negou ao Mashiach (Mt.26:69á75) essa alteração retrata bem o fato acontecido com os judeus nos dias de Ester, em contraste com a situação de Pedro tudo parecia perdido para Mordechai e para os judeus, mas de súbito houve uma mudança de estado emocional e de situação para ambos, na tentativa de extermínio ocorreu o livramento.
Em Purim todas as coisas ocorrem de forma oculta, os personagens agem à surdina e a trama se desenrola como num de filme de suspense, eles se revelam no final do evento trazendo um desfecho inesperado, ou seja, a vitória dos judeus.
O 1º personagem oculto é o próprio rei Achashverosh, que demonstrou com suas atitudes primárias sua total incapacidade de reinar, isso ele demonstra quando vende o povo judeu por nada para Hamã, um rei de verdade não teria tal atitude sem antes investigar á fundo as acusações contra eles proferidas.
O 2º personagem é Ester, palavra de origem hebraica e significa estrela, uma pessoa cativante, charmosa e sensual, o nome vem do verbo hebraico “mastir” que significa “esconder, ocultar” o nome verdadeiro de Ester era Hadassa que significa “murta” uma espécie de arbusto com o qual se fazem cercas vivas, tanto a origem quanto o significado do nome de Ester demonstram o papel importante que ela desempenhou na história. Sua beleza foi o item primordial na escolha do rei e seu brilho cativante descortinou a atitude de Hamã o levando a sua própria destruição, ela era prima de Modechai e vencedora do primeiro concurso de beleza de que se tem notícia na história, depois de pronta foi levada á presença do rei que não conseguiu conter-se ao ver o charme e a sensualidade dela, durante todo o tempo ela se manteve escondida (mastir) não revelando sua identidade judaica, mesmo após ter se transformado em rainha, assim ela personifica o novo Israel de D-us munido de ex-gentios (ICo.12:2-Ef.2:11á14) agora novos frutos na comunidade de Israel através do enxerto (Rm.11), por um período extenso de mais de um milênio e meio a Igreja de Yeshua assumiu características contradizentes em relação á sua origem judaica permanecendo oculta por todo esse tempo e negando com isso os princípios de Yeshua para com sua Igreja em relação ao seu povo de começar primeiro com o judeu (Lc.24:47-Rm1:16), a mesma atitude teve Ester ao saber da situação do povo judeu na Pérsia (Et.4:11) a resposta de Mordechai soa como um sinal para a Igreja de Cristo (Et.4:13-14) acerca disso valem as palavras de Paulo “não presumais de vós mesmos” (Rm.11:25), agora nos últimos dias a Igreja está se revelando aos poucos resgatando suas origens, seus padrões e princípios bíblicos judaicos assim como Ester teve que se manter escondida, essa união entre os messiânicos (Mordechai) e os evangélicos unificam a igreja e tem e estará se transformando numa grande muralha (murta) de proteção espiritual em torno de Israel nos últimos dias que novamente terá de passar pela aflição do desejo de seus inimigos de verem a sua destruição, nesse contexto Ester representa a Igreja profética dos últimos dias que através da intercessão e jejum estará contribuindo de forma ineficaz junto ao rei Yeshua em favor do povo judeu gerando sua proteção e proclamando sua paz (Sl.122:6).
O 3º personagem é Hamã, seu nome significa estar quente, morno, vem da origem Hamas que significa violência, maldade, injustiça. Hamã foi uma espécie de inimigo oculto, que além de violento, usou de maldade e injustiça contra Mordechai e os judeus, ele não se satisfaria com nada menos que a destruição do povo judeu, no decorrer da história da humanidade vários Hamãs tem surgido no caminho de Israel, homens “quentes” e violentos como o general Tito de Roma em 70dc, as cruzadas na Europa sob o sistema de Roma, a inquisição católica, Hitler, os Palestinos com seus homens bomba, o Irã com a tentativa declarada diante da comunidade mundial de exterminar Israel do mapa e outros sempre tiveram e têm princípios mortais para o povo judeu, mas todos eles terão que provar o próprio veneno assim como Hamã foi enforcado na sua própria forca.
O 4º personagem é Mordechai, a origem do nome é babilônica, e deriva do nome Maduk, um deus mitológico da Babilônia, os judeus da Pérsia costumavam dar nomes babilônicos aos seus filhos, Mordechai era primo de Ester, era da tribo de Benjamim descendia de Jair, Simei e Quis, este era pai de Shaúl o primeiro rei de Israel, um dado importante na vida de Mordechai, visto que Hamã era agagita descendente do rei Agague dos amalequitas na época inimigo declarado do rei Saul, após a morte dos pais de Ester Mordechai a adotou e criou educando como se fosse sua filha, durante a história ele instruiu Ester concedendo a ela vários livramentos e a mantendo em conexão com o rei Achashevosh através de seu comportamento, na pessoa de Mordechai temos figuradamente o judaísmo messiânico (judeus crentes em Yeshua) que surgiu nos dias de Yeshua e está ressurgindo das cinzas nos últimos dias, os judeus messiânicos vem interagindo com a Igreja de Yeshua (Ester) e trabalhando arduamente para a salvação do povo judeu através de Yeshua, assim como Mordechai, educando a Igreja no relacionamento com o Rei Yeshua, através de instruções e conselhos nos padrões judaicos das escrituras, isso está acontecendo mesmo que ainda pareça aos olhos de muitos, não ser possível devido aos vários conceitos religiosos e ao proselitismo existente entre ambas as partes, esta acontecendo em oculto á vista da comunidade mundial religiosa, o mesmo ocorreu com Ester que recebia essas instruções ás escondidas, os fatos na história de Ester demonstraram a atualidade que vivemos nos nossos dias, pois Israel se vê a sombra de um terrível ataque anti-semita (oposição á Israel) a qualquer momento, Hamã transfigura o terrível anti-semitismo contra os judeus e sua inimizade contra Ester específica o personagem do Anti-Cristo, ambos serão resistidos e destruídos mediante a união entre Mordechai e Ester (Judeus Messiânicos e Evangélicos) Cristo realizou o obra de unificação entre judeus e gentios (Ef.2:14) e as atitudes impensadas dos dois povos criaram novas barreiras, nossas barreiras devem ser quebradas o mais rápido possível para juntos agirmos em favor de Israel e do reino de Yeshua. Assim como Mordechai ocupou uma posição de destaque no reino de Achashverosh, o judaísmo messiânico também terá no casamento de Yeshua com sua Igreja, na festa das bodas(banquete de Ester) e no reino de Yeshua.
5º personagem é Deus, em nenhuma passagem do livro de Ester está mencionada a palavra Deus, talvez pelo fato de que o livro tenha sido escrito nos idiomas dos medos e dos persas, mas é evidente a participação do Senhor na história de Ester, primeiramente no ato da insônia do rei (Et.6:1), ninguém que esteja perturbado por alguma insônia iria querer ler um livro de atas políticas como livro de crônicas reais, é como se você estivesse sem sono e pegasse o livro da constituição de seu país para ler, mas o rei pediu o livro e foram lidas as crônicas de seu reinado, então se leu sobre o feito de Mordechai em seu favor, que interessante justamente num período perigoso para Mordechai e para o povo, em toda a história de Israel o Eterno se mostrou presente, mesmo no holocausto de Hitler, os judeus surgiram das cinzas da morte e reconstruíram o estado de Israel se tornando a mais forte potência do oriente médio.
O que podemos aprender com Purim é que mesmo que o inimigo possa lançar sortes contra nossas vidas somos guardados e protegidos pelo Eterno como uma pessoa protege a parte mais sensível de seu corpo “a menina de seu olho”, talvez pareça que é o fim para nós, mas no término de tudo lá está a mão de Deus agindo no silêncio da noite, Purim não está estabelecida entre as sete festas fixas anuais, mas demonstra com exatidão que todos nós devemos comemorar os vários livramentos concedidos pelo Eterno, assim como o dia do livramento equivale ao número da terra, Purim se torna uma festa universal para todos os que constantemente são livres das garras do mal pelo Deus do livramento e aguardam com ansiedade o dia do casamento de Yeshua com sua Igreja e as maravilhosas bodas para o estabelecimento de reino de paz e justiça que se seguirá!
Chag sameach há’Purim!
Feliz festa de Purim!Que o Eterno vos abençoe!
rosh Cláudio Antônio.
- Shavuot - (Pentecostes)
22-23 Maio = 6e7 de sivan
“Contareis para vós outros desde o dia imediato ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até ao dia imediato ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então, trareis nova oferta de manjares ao Senhor. Das vossas moradas trareis dois pães para serem movidos; de duas dízimas de um efa de farinha serão; levedados se cozerão; são primícias ao Senhor. Com o pão oferecereis sete cordeiros sem defeito de um ano, e um novilho, dois carneiros; holocausto serão ao Senhor, com a sua oferta de manjares e as suas libações , por oferta queimada de aroma agradável ao Senhor. Também oferecereis um bode como oferta pelo pecado, e dois cordeiros de um ano por oferta pacífica. Então, o sacerdote os moverá, com o pão das primícias, por oferta movida perante o Senhor, com os dois cordeiros; santos serão ao Senhor, para uso do sacerdote. No mesmo dia, se proclamará que tereis Santa convocação; nenhuma obra servil fareis; é estatuto perpétuo em todas as vossas moradas, pelas vossas gerações. Quando segardes a messe da vossa terra, não rebuscareis os cantos do vosso campo, nem colhereis as espigas caídas da vossa sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixareis. Eu sou o Senhor, vosso D-us. Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: No sétimo mês, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de Trombetas (shofar), santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao Senhor” Lv.23:15á22
“Chag ha’Shavuoth”, em hebraico “festa das semanas” esta era a quarta festa anual ao Senhor, comemorada no mês de Sivan que corresponde entre os meses de Maio e Junho, também conhecida como “Pentecostes” do termo grego “Pentekosté” que quer dizer “cinqüenta” visto que a festa se iniciava no dia sucessivo ao quadragésimo nono dia após o fim de Pêssach, ou seja, eram contadas sete semanas desde a festa de Pêssach até Pentecostes.Para os cristãos, Shavuoth ou Pentecostes deveria ao contrário do pensamento de muitos, ser uma festa de suma importância, pois foi em Pentecostes que o Espírito Santo (Ruach Kadosh) foi derramado definitivamente (At.2:1á4) dando se início ao cumprimento da profecia de Joel 2:28. Shavuoth é na verdade uma espécie de junção que une as três festas primaveris as quais profeticamente apontam para a 1ª vinda de Jesus e as três festas outonais que profeticamente apontam para a sua segunda vinda agora definitiva ao nosso planeta, Shavuoth é o ponto de conexão entre o antigo e o novo Testamento, entre a Lei e a Graça, entre o início do tempo do Fim e o seu final, é como a haste principal de um menorah que representa o Espírito do Senhor (Is.11:2) e conecta sobre si todos os outros seis Espíritos. A festa também é conhecida como “Chag ha’Katzir (festa da colheita), por estar ligada diretamente á agricultura, os judeus realizam durante a cerimônia de Shavuoth a leitura do Meguilat de Ruth (livro de Rute) pois relata a colheita e a preocupação para com os estrangeiros e menos favorecidos como no preceito da Torah acerca da festa (Quando segardes a messe da vossa terra, não rebuscareis os cantos do vosso campo, nem colhereis as espigas caídas da vossa sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixareis.) Uma das curiosidades de Shavuoth é que costuma-se comer alimentos á base de leite como bolos e queijo, não existem limitações de comida e tampouco orações especificas no cerimonial, á noite da festa é estendida com estudos da Torah, outra curiosidade é que durante a festa costuma-se caminhar até o túmulo do Rei Davi que é descendente de Rute e faleceu na festa de Shavuoth. Das três festas conhecidas como festas de subida ou peregrinação á Jerusalém: Pêssach, Shavuoth e Tabernáculos (Sucoth), a festa de Shavuoth é a mais abrangente ao sistema agrícola. Durante o período do segundo Templo a festa recebeu o nome de “Matan Torah” esse nome não é descrito na Torah pois foi um nome tradicional dado pelo povo, ele relata o caráter da Lei e a ordem que foram entregues por D-us á Moisés exatamente cinqüenta dias após a partida do Egito quando o povo esteve acampado no pé do monte Sinai, Êxodo 19:1-2 relata que a chegada ao deserto do Sinai ocorreu no primeiro dia do terceiro mês após a partida do Egito que ocorreu no décimo quinto dia do primeiro mês, somando-se os trinta dias do segundo mês e os quinze dias do primeiro teremos 45 dias, a chegada ao pé do monte Sinai deu-se na primeira semana do terceiro mês, provavelmente no quinto dia, portanto cinqüenta dias.Em Pentecostes é comum o derramamento de bênçãos especiais como dons do Espírito, sete desses dons estão ligados a outro nome dado á festa “Chag ha’Bikurim” ou festa das Primícias, em Shavuoth as casas e sinagogas são adornadas com folhagens verdes provavelmente para lembrar a fertilidade da terra, é costume que as crianças tragam um cesto contendo sete produtos da colheita (Shivat haminim), duas espécies de grãos em função da comemoração da colheita e cinco espécies de frutos em função das primícias dos frutos este cesto é entregue ao sacerdote que o oferece como oferta ao Senhor, os produtos são: trigo e cevada, uvas, figos, azeitona, tâmara e romã, no segmento profético em Pentecostes, eles têm representação no derramar dos frutos espirituais onde o cesto representa o corpo humano onde os dons são guardados, no conceito Igreja os dons são repartidos para todo o corpo de Cristo (ICo.12:4á7); acerca dos dons explica o Apóstolo Shaul (Paulo): “A um pelo Espírito é dada a palavra de sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, fé; a outro, pelo mesmo Espírito, dons de curar; a outro, a operação de milagres; a outro, profecia; a outro discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e a outro, interpretação de línguas.” ICo.12:8á10. Ao comemorarmos Shavuoth em Pentecostes colhemos esses dons para o trabalho nos serviços da Igreja:
Trigo (Chita) Lê-se Rita: Símbolo do justo (Tzadik) essa simbologia é expressa nas explicações bíblicas sobre a personalidade de Yeshua, o próprio Yosef (José) pai adotivo de Jesus era considerado um Tzadik perante o povo, o trigo é o cereal responsável pela produção da farinha, que é a matéria prima para a produção do pão, na época de Shavuoth a colheita está praticamente concluída e os primeiros pães são produzidos, mas isso só era permitido após a oferta dos dois primeiros pães no templo, o grão do trigo (Jesus) foi semeado na terra, e morrendo e sendo sepultado ressuscitou ao terceiro dia gerando vários frutos (Jo.12:24), redimindo os homens e tornando-os justos (trigos) perante o Senhor: “Ele foi entregue por nossos pecados, e ressurgiu para a nossa justificação.” Rm.4:25. Todo o processo desde a colheita do trigo até a produção do pão explica os detalhes da vida de Cristo e de seu ministério até tornar-se o Pão da Vida.
Ele foi semeado na terra como justo deixando sua habitação original nos céus, depois de semeado na terra, foi colhido pelos homens através da foice (uma representação do governo romano, conhecido nos dias de Cristo como o império de ferro), moído pelas nossas transgressões, molhado nas águas do batismo, amassado desde o processo no Gestêmani até o sacrifício no gólgota e levado ao fogo da aflição para tornar-se o Pão da Vida, que nascera na cidade de Belém (Beth Lechem – Casa do Pão) Nele somos justificados como trigos, frutos de sua semeadura (Tg.1:18), passamos pelo mesmo processo até nos tornamos pães aromáticos movidos perante o Senhor, essa mesma simbologia é revelada na festa das Primícias quando o primeiro molho de trigo era colhido e movido perante o Senhor, em Pentecostes o trigo representa o Dom da Sabedoria “A boca do justo produz sabedoria em abundância...” Pv.10:31.
Cevada (Seora): Este cereal era o alimento básico dos pobres na época do messias, tal como o arroz nos nossos dias, reflete o significado do Evangelho do reino de D-us (M.11:5-Lc.7:22) assim como a cevada, o evangelho foi dado aos menos favorecidos, mas não significa que não pode ser comido pelos ricos, todavia o dinheiro e o poder transforma o cardápio dos homens que preferem mais as iguarias da sociedade do que a simplicidade e a sutileza do evangelho, assim sendo todo o homem seja pobre ou rico, deve ser alimentado pela cevada que é a palavra viva do Eterno, em Pentecostes representa a unção da palavra, o Dom do Conhecimento, esse na maioria das vezes é desprezado pelas pessoas que acham que basta a unção do Espírito, mas o conselho de Pedro é que todos cresçam em Graça e Conhecimento (IIPe.3:18) pois ambos juntos, Trigo e cevada, Sabedoria e conhecimento, evitam a perca da fé, e o povo não corre o risco de perecer, por isso Shavuoth deve ser levada á sério e com temor deve ser celebrada para que os cereais sejam colhidos e produzam os frutos verdadeiros. Uvas (Quefen): as uvas possuem dois significados bíblicos, representam pessoas (seres humanos) “A vinha (plantação de uvas) do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel...” Is.5:7a “Achei á Israel como uvas no Deserto,...” Os.9:10a “E o anjo meteu a tua foice e colheu as uvas (pessoas) da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de D-us” (juízo final) Ap.14:19, uvas também representam alegria, o fruto é usado para a produção do vinho, uma bebida típica das festividades judaicas, Yeshua ao transformar água em vinho e o “melhor vinho”; proporcionou grande alegria na festa de casamento em Caná da Galiléia assim sendo o vinho é símbolo da alegria, por isso devemos “Servir ao Senhor com alegria”. Em Pentecostes representa o Dom da Fé “...Os que ouvem a Palavra, a recebem com alegria...”Lc.8:13 – “A fé vem pelo ouvir a palavra de D-us” Rm.10:17.
Figos (Teena): Assim como as uvas, os figos também representam pessoas, mas no caso, mais especificamente os judeus “Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como frutas temporãs da figueira.” Os.9:10 Em Pentecostes figos representam o Dom de Cura. O rei Ezequias estava acometido e um câncer mortal e Isaías foi enviado a pronunciar-lhe que ele haveria de morrer, o qual ouvindo a notícia prostrou-se rente á uma parede e orou ao Senhor (Is.38:1á3), o profeta então preparou uma pasta de figos e aplicou sobre o câncer e Ezequias ficou curado (Is.38:21).
Azeitona (Zait): Símbolo de unção. É da azeitona que se extrai o azeite, este por sua vez é uma figura do Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade, responsável por cuidar da nova criatura que nasce de novo em Cristo, extremamente zeloso em relação á sua habitação que são os seguidores sinceros de Yeshua. É através de sua presença na nossa vida que existe a possibilidade de se realizar milagres, em Pentecostes a azeitona representa o Dom de Operar Milagres, vários versos na Bíblia dão a indicação de que milagres ocorreram e de que futuros milagres seriam possíveis de serem realizados, mas esses milagres só foram e são possíveis aos que crêem na palavra de Yeshua, e do Eterno seu Pai, por isso a necessidade do Espírito Santo na vida de um crente é de suma importância. Em Shavuoth colhemos azeitonas e pomos nos cestos para que o Ruach Kadosh (Espírito Santo) nunca deixe de ocupar o melhor espaço em nossa vida!
Tâmara (Tamar): Fruto que nasce nas alturas das palmeiras, símbolo de retidão e vitória, as palmeiras crescem para cima e para baixo, suas raízes descem as mais profundas camadas até encontrarem solo rochoso onde se abraçam nas rochas tendo força para suportar os fortes ventos e tempestades do deserto, por isso sempre permanecem de pé, representam os crentes que ouvem a palavra de Yeshua e se firmam nele como a rocha fundamental, ninguém que está firmado na palavra viva do Eterno pode ser tombado por algum vento ou tempestade. A tâmara é um fruto de difícil acesso, para apanhá-la requer muito esforço devido á altura onde ela nasce em Pentecostes representa o Dom da Profecia, esse é um dom que só é dado àqueles que estão dispostos á pagar um preço por ele, é um dos mais almejados dons, porém é um dos que mais exigem responsabilidade, todos os que possuíram esse dom tiveram grandes adversidades em suas vidas, e tiveram que viver uma vida de retidão perante o Senhor, mas nenhum deles foi derrotado, o profeta está na posição elevada de um Atalaia (sentinela ou vigia) e pode ver dentro e fora da fortaleza, ele é o responsável por dar guarnição, avisa a presença do inimigo e denuncia à presença de espiões, sua visão é aguçada, por isso está nas alturas, mas recebe alimento e água de um servo que vem debaixo escalando para serví-lo, um claro simbolismo da tâmara que só tem vida devido á raiz da palmeira que busca seu alimento e água no subsolo, assim é a vida do profeta nunca deve se ensoberbecer, deve sempre saber que está em posição elevada, mas depende de ajuda para sua sobrevivência, quando o vento assopra sobre um campo de trigo os trigos são colocados em posição de inclinação, quando o vento impetuoso do Espírito Santo assoprar sobre nossas vidas devemos nos inclinar á soberania de D-us e não nos exaltarmos ou ensoberbecermos.
Romã (Rimon): Algumas crenças orientais consideram a romã como um fruto de teor afrodisíaco, existe uma crença que diz que Salomão plantou um pomar de romãs e com elas se faziam uma espécie de vinho, que ele consumia para ter vigor e sustentar suas esposas e concubinas.
Dentro da romã existem 613 sementes, esse é número exato dos Mitzvot (mandamentos) deixados pelo Eterno nas mãos de Moisés, eles compreendem toda a Torah (Instrução), e para cada um deles positivo ou negativo existem bênçãos (Dt.28:1-2) cada benção tem sua condição, ao contrário do que se diz e pensa D-us não nos dará nada de graça que não exija esforço de cada um de nós, não basta apenas usarmos o nome de Jesus como se fosse uma palavra mágica tipo “abracadabra”, ou aderirmos o modismo do “profetiza” e tudo vai acontecer, as coisas não são como queremos mas como o Eterno quer, nem todos no nosso meio são profetas! Assim como no simbolismo da azeitona a romã condiciona nossos milagres e vitórias á nossa total dependência do Senhor.
O termo abençoar no hebraico vem da origem “Brachá” (lê-se Brarrá) e significa: “Tornar alguém próspero, saudável e fecundo”. Esse talvez seja o simbolismo mais plausível á romã, em Pentecostes esse fruto representa o Dom do Discernimento de Espíritos, não apenas os espíritos malignos caídos que conhecemos como demônios, mas os espíritos humanos que agem com intenções premeditadas para nos desvirtuar dos preceitos santos de D-us e de seu ilustre filho Yeshua, acerca disso diz o Salmo primeiro: “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios nem se assenta á roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei (Torah) do Senhor, e na sua Lei medita de dia e de noite.” Sl.1:1-2.
Shavuoth é uma festa muito significativa e seus desígnios proféticos muito pedagógicos, e nos ensinam á termos clarividência em relação ao plano de salvação de D-us e nos relacionarmos profundamente com o Espírito Santo e seus dons, que você celebre a festa colhendo os mais excelentes frutos de bênçãos para uma saudável vida em Cristo!
Chag Sameach Shavuoth!
Feliz Shavuoth!
Roch Cláudio Antonio.
- Sukot - Festa dos Tabernáculos
26/09 á 02/10 - 15-2 de Tishri
Para nós que cremos em Yeshua como nosso Messias, filho de D-us, é uma Festa muitíssimo importante porque ela fala do próprio Messias tabernaculando em nosso coração. Nos alegramos porque Yeshua mora em nós e somos um com Ele, além de sermos co-herdeiros das promessas de Abraão (Gal 3:29). Ele nos tirou do império das trevas (egito), nos resgatando, nos salvando. Em Yeshua os judeus messiânicos são enxertados e os gentios reenxertados na oliveira. Ou seja, judeus e gentios sendo um só em Yeshua, a família de D-us. (Ef 2:11-20)
O mais importante da festa é que ela nos chama atenção para o milênio, para o Reino de Yeshua, quando reinaremos com Ele sobre as nações. Por isso, esta festa nos chama atenção para a volta de Yeshua. A grande verdade e esperança é que o Messias está voltando e temos que estar preparados para o encontro com Ele. Ele virá nos buscar a qualquer momento e por isso temos que levar uma vida de santidade, refletindo a imagem e a glória de Yeshua, toda a sua perfeição, toda a sua beleza, não apresentando nenhum defeito em nosso caráter, em nossa vida ( Rm 8:29 e Ef 5:26-27).
A melhor maneira de prepararmos para a Festa de Sukot é celebrando outra festa primeiro, a chamada Festa dos Dez Dias de Arrependimento, cujo último dia se chama de Yom Kipur (Dia do Perdão) na verdade, para nós é uma festa, pois pedimos perdão coletivamente a D-us e pelo sangue do Cordeiro somos livres e limpos de toda a iniquidade. Sentimo-nos alegres e felizes por nos arrepender, tendo um D-us que nos perdoa.
A cada ano que celebramos esta festa de Tabernáculos avaliamos nossa vida e trazemos a D-us o fruto do Espírito que espelha o caráter de D-us (amor, paz, alegria, bondade, benignidade, mansidão, paciência, fidelidade e domínio próprio - Gal5 :22). Afinal é a festa da colheita e D-us quer de nós uma abundante colheita em termos espirituais.
O QUE É A SUKÁ ?
A suká é uma cabana, uma tenda, na qual por sete dias vamos morar nela. Ela nos lembra uma estrutura temporária, frágil, vulnerável ao vento, à chuva, ao sol, ao frio e ao calor. Ela simboliza nosso corpo, nossa vida. Nosso corpo é o tabernáculo de Yeshua, do Espírito de D-us. Nestes sete dias comemos e dormimos na suká para lembrar-nos da nossa dependência de D-us, o qual nos sustenta em tudo. Aproveitamos também este tempo para agradecer a D-us por ter nos dado tudo: casa para morar, comida, roupas, agasalhos, trabalho, saúde, etc.
Assim, a suká e nossa permanência nela nos faz lembrar da sua conotação de caráter moral, social, histórico e espiritual. A Suká é símbolo da proteção divina. Sabemos que não só nos momentos de aflição nós podemos habitar em sua tenda (tabernáculo) ( Sl 27:5). Quando olhamos para a Suká lembramos também que não podemos ser vaidosos, mas humildes, pois nada desta vida podemos levar, nenhum bem material, nenhuma riqueza, a não ser a salvação da nossa alma em Yeshua, almejando a vida eterna que temos nEle. Por isso, a Suká é modesta e simples, não ostentando nada, nenhuma suntuosidade.
A Suká também nos ensina que devemos compartilhar (dividir) com os outros irmãos daquilo que o Senhor tem nos dado. Dt 16:14 diz: ...” E na tua festa te regozijarás, tu, teu filho e tua filha, teu servo e tua serva, e o levita, o peregrino, o órfão e a viúva que estão dentro de tuas portas (Dt 16:14). Por ser a suká pequena, sem compartimentos, seus moradores podem ficar juntos, física e afetivamente, unidos, pois o somos um só no Corpo no Mashiach.
A cobertura da Suká é feita de ramos e folhagem de palmeiras. Assim, de noite podemos ver as estrelas, sentir o frio e o vento. De dia ela deixa penetrar a luz do sol, nos mostrando, assim, nossa total dependência de D-us. Saímos do nosso materialismo e meditamos na nossa espiritualidade com o Eterno. Pensamos na eternidade.
A Suká nos lembra que somos algo temporário, passageiro, mostrando nossas fraquezas e fragilidade vivendo por fé neste mundo. Apesar de toda a violência e do pecado do mundo; apesar de toda resistência que recebemos dos nossos opositores e das forças malígnas, continuamos de pé, como a suká. A suká para o judeu ainda não crente no Messias é algo, também profundo, como a resistência do povo judeu frente a rejeição e a perseguição. Para nós messiânicos, representa também nossa resistência e intrepidez em viver testemunhando o Messias pela fé (II Tes 2:15).
Assim, devemos passar aos nossos filhos toda boa tradição recebida pela Palavra do Senhor, a Bíblia.
Visitando a Suká com nossos filhos podemos compartilhar com eles deste incomensurável poder e mistério divino: D-us, na pessoa de Yeshua, tabernaculando conosco, dentro de nós. (Jo 1:14)
Então, você e sua família agora podem construir no jardim de sua casa ou na sacada de seu apartamento uma bonita e criativa Sucká
Hag Sameach Sukot !(Feliz festa dos Tabernáculos!)
Ressed vê shalom! (Graça e Paz