O Caminho de Jerusalém


O caminho de Jerusalém

Steve Herzig

O Caminho  dos Romanos é  um termo familiar aos evangélicos. Ele se refere a uma série de versículos do  Livro aos Romanos (do Novo Testamento) que muitos usam para comunicar o  Evangelho.

Embora seja um método eficiente, este não é o único meio de transmitir o plano de Deus para a salvação. Anos antes de haver um Caminho dos  Romanos, Jesus apresentou a mensagem do Evangelho para dois homens judeus  quando estes iam de Jerusalém para Emaús (Lc 24.25-27). Um deles era Cleopas.

O  nome do outro homem não foi revelado. Os dois homens estavam perturbados devido  à recente morte de Jesus de Nazaré, a pessoa que eles esperavam que fosse  redimir Israel (vv. 17,20-21). Eles tinham ouvido dizer que o corpo de Jesus  havia desaparecido da sepultura e que anjos haviam dito que Ele estava vivo,  mas eles mesmos não O tinham visto (vv. 23-24).

À medida que esses dois homens caminhavam  para Emaús, o Messias ressurreto se uniu a eles e pregou-lhes uma mensagem que  eles jamais esqueceriam:

“Ó néscios e tardos de  coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que  o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés,  discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava  em todas as Escrituras” (vv. 25-27).

Aquela mensagem no  “Caminho de Jerusalém” foi apresentada por um homem judeu a dois outros homens  judeus a respeito de um Redentor judeu, usando Escrituras judaicas. Embora o  Evangelho de Lucas não forneça o conteúdo específico da mensagem, ele dá alguma  revelação, citando Jesus:

“São estas as palavras que eu vos falei, estando  ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de  Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44).

Jesus aparentemente começou pela Torá (os  Cinco Livros de Moisés) e continuou a partir dali. Os homens eram tardios de  coração para crerem (v. 25). Eles esperavam que o Redentor de Israel fosse um  guerreiro poderoso e estavam cegos para a realidade de um Messias que deveria  sofrer para que entrasse na glória (v. 26). Sem dúvida, as Escrituras que Jesus  usou trataram da cegueira deles.

Ele provavelmente abordou desde a Semente  (o Descendente) da mulher em Gênesis 3.15, continuando através do Profeta que  seria levantado conforme Deuteronômio 18.15, o nascimento virginal em Isaías  7.14, o sofrimento do Servo em Isaías 53, e o reinado do descendente de Jessé  em Isaías 11.

Nós podemos orar vitoriosamente, podemos dar o primeiro passo de fé quando nos encontramos em solo sagrado, ao pé da cruz.

Ele também deve ter usado o texto do Salmo 16.9-10: “Alegra-se,  pois, o meu coração, e o meu espírito exulta; até o meu corpo repousará  tranqüilo. Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu  Santo veja corrupção”.

“São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco:  importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos  Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44). Talvez Ele tenha se referido aos profetas  Jeremias e Daniel, descrevendo o Renovo justo que nasceria do Rei Davi (Jr  23.5-6), que seria “morto e já não estará” antes da destruição do Segundo  Templo no ano 70 d.C (Dn 9.26).

Gosto de imaginar que, no momento anterior ao  que Jesus “desapareceu da presença deles” (Lc 24.31), Ele tenha citado  Zacarias 12.10, explicando que, um dia, “sobre os habitantes de Jerusalém” será derramado “o espírito da graça e de súplicas”, e eles “olharão  para aquele a quem traspassaram”.

Sejam quais forem as Escrituras que Ele  tenha usado (há muitas dentre as quais se pode escolher), os homens no caminho  aquele dia tiveram uma profunda reação: “Porventura, não nos ardia o  coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as  Escrituras?” (Lc 24.32).

O salmista escreveu as seguintes palavras: “Bem-aventurados todos os que nele se refugiam” (Sl 2.12). Não há dúvida  de que esses homens fizeram exatamente isso!

 O Retrato Bíblico do Messias

Abaixo seguem duas maneiras diferentes de se obter um entendimento bíblico básico sobre o ministério redentivo do Messias. Uma maneira vem do Novo Testamento, especificamente como foi compactada no Livro aos Romanos (O Caminho dos Romanos). A outra maneira é  baseada em uma seleção das Escrituras Hebraicas (O Caminho de Jerusalém). Ao comparar cuidadosamente os dois caminhos e verificar como eles se fundem em um claro retrato da pessoa e missão do Redentor, pode-se descobrir como estabelecer um relacionamento pessoal com o Senhor e compartilhar as Boas-Novas com outras pessoas. Valerá a pena tomar tempo para estudar a tabela que compara Escritura com Escritura, pois isso enriquecerá sua vida, e melhorará seu    ministério pessoal.

O Caminho de Jerusalém

  • Jeremias 17.9
  • Isaías 64.6
  • Isaías 59.1-2
  • Ezequiel 18.20
  • Levítico 17.11
  • Isaías 53.1-12
  • Daniel 9.26
  • Salmos 2.12
  • Daniel 12.2
  • Gênesis 15.6

O Caminho dos Romanos

  • Romanos 3.23
  • Romanos 3.10-18
  • Romanos 6.23
  • Romanos 5.8
  • Romanos 10.9
  • Romanos 10.13
  • Romanos 5.1
  • Romanos 8.1
  • Romanos 8.38-39