Atualizado: 15/03/2013 02:07 |
Vaticano espera que escolha freie avanço evangélico
Segundo o cardeal indiano, George Alencherry, a escolha de Francisco é um "renovação e uma força para reviver a Igreja na América Latina" diante do avanço de outros movimentos. O cardeal espanhol Carlos Amigo Vallejo diz que este papa vai atrair a todos. Já o cardeal chileno, Javier Errázuriz Ossa, evitou dar indicações sobre se todos os 19 eleitores latino-americanos no conclave votaram pelo argentino: "Como é que eu vou saber?". Mas ele admitiu que a eleição do colega de Buenos Aires era "um reconhecimento do papel do catolicismo na região".
Para o vaticanista Thomas Reese, a eleição de Francisco é um "grande sinal de que a Igreja Católica não pode mais ser considerada como uma Igreja europeia". "Mas também um reconhecimento de que a Igreja tem importantes desafios para superar na América Latina", disse. "Francisco terá muito trabalho nos países latino-americanos."
Política. Além de frear o crescimento dos evangélicos, um papa argentino também deve reforçar a influência da Igreja ante tendências e ideologias contrárias aos princípios da Santa Sé adotadas por governos latino-americanos nos últimos anos.
Há um mês, a reportagem do Estado revelou documentos da diplomacia americana em que se escancarava os esforços da Igreja para influenciar crises e situações políticas na Venezuela, Haiti, Honduras, Cuba e mesmo nas eleições no Brasil.
Não por acaso, o dia nas embaixadas latino-americanas na Santa Sé foi destinado a avaliar o impacto político da nomeação. "Nosso trabalho tem sido o de avaliar como isso vai jogar no cenário político regional", indicou um diplomata andino, que pediu para não ser identificado.
A comparação mais lembrada é com João Paulo II, polonês, que foi peça fundamental na história do Leste Europeu, não hesitando em atuar nos bastidores contra o comunismo.
Jorge Bergoglio adotou uma forte posição de defesa dos mais pobres e de críticas ao FMI, temas que o aproximam de vários governos locais. Mas não hesitou em bater de frente com o governo de Buenos Aires nos últimos anos, numa indicação do que poderia ocorrer com outros países agora como papa.
Fonte:
http://estadao.br.msn.com/ciencia/vaticano-espera-que-escolha-freie-avan%c3%a7o-evang%c3%a9lico-3