A AliançaEdênica. Essa aliança concedeu ao homem plena autoridade administrativa. A responsabilidade dohomem era encher a terra, guardar o Jardim e abster-se de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Era uma aliança de "obras". Rm 11.6. Adão e Eva, a totalidade da raça humana nesse tempo, falharam em obedecer aos requisitos da aliança, inutilizando, portanto, essa aliança. Somente no "Segundo Adão", Cristo, o homem recuperará a autoridade perdida. "Cristo reinará"!
A Aliança Adâmica. Por essa aliança Deus prometeu que a Semente da Mulher, o Redentor, esmagaria a cabeça da serpente, Satanás. Ao homem cabia crer nessa promessa e expressar sua fé através dos sacrifícios de sangue. Foi uma aliança de "graça". Abel e outros homens de Deus creram e aceitaram esse caminho. No Calvário Satanás "feriu" o calcanhar de Cristo, mas brevemente, ao voltar do céu, Cristo esmagará a cabeça de Satanás.
A Aliança com Noé. Essa aliança concerne diretamente o mundo dos homens não-regenerados, os quais foram ordenados a se espalharem sobre a face da terra. Pela Dispersão nos dias de Babel realmente os homens espalharam-se, e Deus, por Sua vez, tem se lembrado de Suas promessas, de não amaldiçoar mais a terra; que haveriam estações regulares do ano, que não destruiria todos os seres viventes, que o medo do homem seria instilado nos animais, e que a dieta poderia incluir o uso de carne. No Milênio veremos a plena manifestação da graça de Deus em todos esses particulares. A instituição de governo humano, que se iniciou nos dias de Noé, terá sua plena complementação no governo de Cristo, o Filho do Homem.
A Aliança com Abraão. O lado humano dessa aliança foi cumprido por Abraão. Portanto, as muitas provisões da mesma ou foram cumpridas ou estão sendo cumpridas agora. A semente natural de Abraão já se tornou uma grande nação, sendo afligida em terra estrangeira (o Egito) durante 400 anos. Deus já havia punido os opressores e Israel havia saído do Egito com grandes despojos, quando foi instituída esta nova aliança com Moisés. Tudo isso havia se realizado pela graça, tudo em razão da promessa a Abraão. Mas ainda era necessário que Jeová se revelasse como o Deus dessa nação; que possuíssem as portas dos seus inimigos; que tomassem posse da terra de Canaã, e que através da descendência de Abraão todas as nações da terra fossem abençoadas, conforme as cláusulas da aliança com Abraão. Foi então, para implementar essas porções restantes da aliança, que Deus instituiu no Sinai a Aliança Mosaica.
4. O Início da Dispensação da Lei (Israelita). Deus já se havia comprometido a revelar-se à semente de Abraão e estabelecer a mesma na terra de Canaã e torná-la em grande bênção para todas as nações - tudo isso inteiramente independente da justiça que essa semente tivesse. Dependia totalmente da palavra de juramento a Abraão. O primeiro passo que Deus tomou então foi o de revelar-Se a Si mesmo a Israel através de Moisés no Monte Sinai, apenas dois meses depois da salda do Egito. Essa apresentação de Si Mesmo como o Deus deles trazia consigo uma proposta e uma revelação do plano especial preparado para esse povo de Israel. A apresentação e a sua aceitação marcaram o início da Dispensação da Lei, ou seja, a Israelita.
5. A . Êxodo caps. 19 a 32. É de se notar, primeiramente, que nesse plano especial Deus não tratava com eles como "filhos de Abraão", mas sim como "a casa de Jacó, os filhos de Israel". Êx 19.3.
Lembramos que a descendência de Abraão era de duas qualidades: primeira, a espiritual, os seguidores da "fé que teve quando ainda incircunciso" (Rm 4.11,12); e a segunda, a descendência natural que guardou a aliançada circuncisão. Gn 17.1-14. A essa última descendência Deus havia prometido a terra de Canaã, e foi com essa descendência circuncidada, os filhos de Abraão por Jacó, que Deus es-tabeleceu esta aliança mosaica.
Foi através desses "filhos de Abraão", a sua descendência natural, que Deus havia prometido abençoar a todas as nações. Por conseguinte, podemos esperar que esta nova aliança venha a implementar e suplementar essa parte da aliança com Abraão. E assim aconteceu, pois, 1) serviu para revelar Deus à semente de Abraão. 2) Ajudou a formar a unidade e a garantir a preservação da nação, para que pudessem possuir as portas dos seus inimigos e entrar na posse de Canaã. 3) Foi dessa nação da qual nasceu o Messias, que seria a grande bênção para todas as nações em servir-lhes de Redentor. 4) A aliança mosaica ajudaria a conter a transgressão em Israel. Contudo, a Aliança Mosaica é diferente da Aliança com Abraão, tendo suas próprias condições, e de maneira nenhuma poderia deter o cumprimento da Aliança feita com Abraão. Gl 3.17. Que Deus se interessava muito em estabelecer esta aliança com Seu povo se pode observar pelo fato de que prefaciou Sua proposta do plano, dizendo que Israel havia presenciado o juízo sobre os egípcios e a misericórdia do Senhor em libertá-los da escravatura. Êx 19.4.
a. Os Propósitos Divinos:
(1) Fazer de Israel uma propriedade peculiar. Êx 19.5. Embora "toda a terra" pertencesse ao Senhor, o povo de Israel seria para Jeová um povo especial e mais chegado a Deus. É de se lembrar que qualquer nacionalidade poderia gozar dos benefícios desta aliança e da Aliança com Abraão, identificando-se com o povo de Deus através do rito da circuncisão. Êx 12.48,49. Dessa forma todas as nações poderiam tornar-se "uma propriedade peculiar", separando-se das nações vizinhas e cumprindo as provisões da Aliança Mosaica.
(2) Fazer de Israel um reino de sacerdotes. Êx 19.6. Observa-se que havia uma provisão dupla: seriam "sacerdotes" e um "reino". Os sacerdotes intercedem a favor de outrem; assim Israel estaria ocupado em intercessão diante de Deus a favor das demais nações. E na-turalmente, quando há um "reino" há também um rei. O rei de Israel seria o próprio Deus que Se comprometia a servir nessa capacidade. Dt 33.5; I Sm 8.7. Que privilégio para Israel ter o próprio Deus como Rei!
(3) Fazer de Israel uma nação santa. Êx 19.6. Jamais houve purificação do pecado a não ser através do sangue, como também nunca houve uma santidade natural que Deus pudesse contemplar. Por conseguinte, notamos nesta cláusula uma promessa que envolvia a aplicação do sangue de Jesus e a implantação de Sua santidade.
(4) A Cura Divina era outra promessa de Deus incluída neste pacto, pois junto as águas de Mara Ele lhes dissera, "...nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios, pois eu sou o Senhor que te sara." Êx 15.26.
b. O Lado Humano. Israel tinha por obrigação "diligentemente ouvir a voz do Senhor". Êx 19.5.
(1) Os Mandamentos. No capítulo 20 o "Rei" estabeleceu a "Magna Carta" do "reino de sacerdotes", a qual consistiu dos 10 Mandamentos, ou seja a Lei Moral, que expressa a vontade de Deus.
(2) Os Estatutos. Em Êx 21.1 a 23:33 temos a interpretação e a aplicação dos 10 Mandamentos em forma de Estatutos, ou Ordenações, que constituíram a Lei Civil, promulgada pelo próprio "Rei".
(3) As Instruções Religiosas. A voz do Senhor em seguida deu a Israel instruções concernentes ao Tabernáculo. Êx 25.1 a 31.18. Tratava-se da Lei Cerimonial. O Tabernáculo seria: (a) a corte do Rei. Deus como "Rei" tinha o direito de estabelecer todos os planos. Êx 25.8; (b) a figura das coisas que se acham nos céus (Hb 9.23), e somente Deus conhecia essas coisas. João 3.12. (c) As várias partes do Tabernaculo também simbolizavam as coisas invisíveis do próprio Rei, sendo, portanto, uma revelação de Sua própria Pessoa. Todo o livro de Leví-tico apresenta a maneira do funcionamento da corte nas suas relações entre Israel e seu Rei. Está repleto de figuras das coisas celestiais e de símbolos das realidades invisíveis em Cristo, o Redentor. Foi por meio dessas ordenanças ou instruções que Israel adorou ao seu Rei, vindo os "mandamentos", os "estatutos" e as "instruções" a constituírem "a voz do Senhor". A obrigação de Israel era a de obedecer a essa voz.
6. A Natureza da Aliança da Lei. A Aliança Mosaica, que foi chamada a "Lei", não era aliança de 'obras", no sentido de Romanos 11.6. Jamais a salvação foi conseguida pelas obras da lei. Romanos 3.20; Gl 3.11; Hb 11.6,33. Na parte divina dessa aliança, o povo foi feito "santo" pela purificação do Seu sangue e a implantação de Sua justiça.
Então, tendo a Sua vida dentro deles, foi lhes dado o caminho dos Seus mandamentos a fim de que nele andassem. A lei era o caminho da vida e não o caminho para a vida. Era a maneira de viver na qual essa "propriedade peculiar", o "reino de sacerdotes", e a "nação santa" deveria andar. Esse caminho de Deus era um deleite para aqueles cujos corações Deus havia tocado. I Sm 10.26; SI 1.2; 119.32, 97,103,127,162,174; e SI 19.7-11.
A Aliança Edênica, como aliança de "obras", e dada sem ser mencionado o Redentor, foi terminada quando uma única vez o homem deixou de cumprir a sua parte. A Aliança Mosaica, por outro lado, foi quebrada inúmeras vezes e em todos os seus detalhes, no entanto, Deus persistiu em cumprir a Sua parte, provando assim que essa aliança era aliança de "graça" e não de "obras", e baseava-se, na realidade, nos méritos do Redentor. Êx 34.6,7; Mt 9.13; 23.23.
O sangue foi derramado na ocasião da inauguração desta aliança (Ex 24.5-8), assim indicando a "graça" como o seu fundamento verdadeiro e apontando a Jesus, o Sacrifício substitutivo, como Cordeiro de Deus. João 1.29.
Deus cumpriu a Sua parte da Aliança mesmo antes que o homem houvesse cumprido a sua parte. As bênçãos divinas prometidas dependiam de eles andarem à luz da lei. Gl 5.25.
Nos dias da lei muitas vezes se ouvia a palavra "Redentor". SI 19.14; 78.35; Is 41.14; 59.20; Jr 50.34. Esse fato indicava a sua dependência do sangue remidor.
O Novo Testamento informa que havia "misericórdia" e "fé" debaixo da Velha Aliança. Mt 9.13; 23.23; Os 6.6; He 2.4.
7. A Aceitação e o Desvirtuamento da Aliança da Lei. É verdade que muitos israelitas fizeram da lei um caminho de estabelecer a sua salvação, pois "os sentidos deles se embotaram". II Co 3.14. Gerações posteriores consideravam a lei como código legalista, e para eles, de fato, ela se tornou "o ministério da morte", e "ministério da con-denação". II Co 3-7,9,14. Mas isso não constitui prova de que fosse essa' a intenção de Deus. O nosso Evangelho também é para al9uns "o cheiro de morte para morte" bem como "aroma de vida Para vida". "O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos" de alguns em nossos dias também. II Co 2.16; 4.4. Apesar da purificação do Seu salgue, o poder de Sua vida, e os muitos mandamentos que encontramos no Novo Testamento, muitos nesta época da graça também caíram no erro dos gálatas (Gl 3.1-3), como também o formalismo (II Tm 3.5). Os "filhos de Abraão". Pela fé encontraram na lei o caminho da vida e um deleite para suas almas, porque temeram ao Senhor em seus corações e sabiam como andar em retidão perante ele. Àqueles que deixaram de perceber o pensamento de Deus e fizeram da Aliança Mosaica apenas umas tantas leis duma religião legalista e de auto-justiça, Deus disse, "Estou farto dos holocaustos de carneiros... o incenso é para mim abominação, e também as luas novas, os sábados, e a convocação das congregações..." Is 1.11-15; SI 40.6; Os 6.6; Mt 23.23.
8. Os Propósitos da Lei. Rm 7.9,10; Mt 12.1-8.
a. Ela proibiu o pecado. "Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi acionada por causa das transgressões". Gl 3.19. A aliança da promessa havia sido dada a Abraão para que pela circuncisão a sua semente herdaria as promessas. Mas as transgressões abundavam tanto entre a sua descendência, que a lei foi "adicionada" à Aliança com Abraão a fim de eliminar tais transgressões. A Aliança Mosaica, portanto fortaleceu a Aliança com Abraão por proibir o pecado.
b. Ela expôs o pecado. Por proibir o pecado a lei expôs o pecado. "... pela lei vem o pleno conhecimento do pecado". Rm 3.20. O pecado estava no mundo antes da lei (Rm 5.13), mas "onde não há lei, também não há transgressão". Rm 4.16 Paulo ainda diz, "... mas sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri." Rm 7.9. A lei foi dada para que "o pecado... pelo mandamento se mostrasse sobremaneira maligno". Rm 7.14. Assim todos os homens poderiam compreender a sua necessidade de encontrar um Salvador. Gl 3.22.
c. Ela encerrou os homens para Cristo. A lei serviu de "condutor" dos homens levando-os a Cristo. Neste processo qualquer infração da lei de Deus traria punição. Paulo emprega a figura de pedagogo que levava os meninos à escola onde os entregava ao mestre para receberem a devida instrução. Neste caso Cristo é o Mestre que justifica os homens pela fé. Dele recebem a justiça de Deus. Assim como a submissão do menino ao pedagogo era para um determinado tempo só, assim a submissão à lei era só até ao tempo quando Cristo aparecesse. Gl 3.23-25.
9. A Missão da Lei Terminada. Sendo que a Lei não passava dum assistente à Aliança com Abraão e um meio de defender Israel e conduzi-lo a Cristo, quando Ele viesse e Se revelasse a Israel então não haveria mais necessidade da lei. "Foi adicionada por eausa das transgressões, até que viesse o Descendente a quem se fez a promessa". Gl 3.19. "Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio (o pedagogo, a lei)" Gl 3.25. A lei cumpriu a sua missão em trazer os homens a Cristo, ficando então obsoleta e sem força para agir, como se vê nas seguintes passagens: II Co 3.7,11,13; Rm 6.14; 7.4,6; 10.4; Gl 3.13,19,25; 5.18; Hb 7.18; 8.13; 9.10; 10.9; Ef 2.15; Cl 2.14-17; Mt 5.17,18; Lc 16.16.
10. O Destino da Lei com a Vinda de Cristo.
a. Os mandamentos, com a exceção do quarto, foram repetidos na Nova Aliança do Evangelho, da seguinte maneira: 1º Mt 4.10; 2º I Jo 5.21; 3º Mt 5.34-37; o quarto não consta; Cl 2.16,17; Rm 14.5; 5º Ef 6.1; 6º Gl 5.21; 7º - Gl 5.19; 8º Ef 4.28; 9º Ef 4.25; 10º Ef 5.3.
b. As Instruções religiosas cumpriram-se em Cristo e Sua Igreja. Mt 5.17,18; Jo 1.29; l Co 5.7; Hb 9. 11-14,23,24.
c. A maior parte dos Estatutos, a Lei Civil, que regulavam a vida nacional e social do povo, foi dispensada quando a nação judaica foi dispersa, pois perderam a sua vida nacional.
11. A Atitude de Israel Para com a Lei. Quando Moisés falou as palavras desta Aliança aos filhos de Israel, "todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo o que falou o Senhor, faremos". Êx 24.3. Em três diferentes ocasiões solenemente assumiram as obrigações da Aliança (Êx 19.8; 24.3,7) e em seguida o sangue foi aspergido sobre eles como selo do empreendimento.
Contudo, Moisés mal havia voltado ao monte para receber outras instruções, quando o povo abandonou a Deus e Sua Aliança e fez para si outros deuses. O fracasso foi tão grande da parte do homem, que Deus ameaçou revogar a Aliança em sua totalidade e destruir inteiramente a nação. Mas Moisés invocou a Aliança com Abraão (e aparentemente invocou a base redentora da Aliança Mosaica também) e Deus atendeu à sua intercessão em favor de Israel. Êx 32.11-14,30-33.
Vez por outra Israel falhou em guardar os Mandamentos do Senhor, seus Estatutos e Instruções, mas, apesar de puni-los muitas vezes por seus pecados, Ele jamais retirou a Sua oferta de fazê-los a sua propriedade peculiar, o reino de sacerdotes e nação santa. A história de Israel, quer no deserto, quer na terra prometida, sob os reis ou os ministérios dos profetas, no cativeiro ou na restauração, é uma longa história de falha e fracasso, que culminou no pecado maior de todos, o de crucificar o Herdeiro, o prometido Messias.
Ós Pecados de Israel - no deserto - 1) adorar o bezerro, Êx 32. 2) cobiçar carne. Nm 11; 3) recusar entrar em Canaã. Nm 14; 4) Moisés bateu na rocha. Nm 20.7-12; 27.14. Devia ter simplesmente falado.
Os Pecados de Israel - na terra da Promissão: (Depois de terem renovado a promessa de fidelidade, pouco antes da morte de Josué. Js 24.14-26). O inteiro livro de Juizes é o relato de falhas e fracassos, apesar das repetidas libertações dos povos vizinhos por parte de Jeová. 1) Idolatria. Jz 2.1-5,10,11; 2) Pediram um rei. 2) Sm 8.3-8; 3) Não destruíram os amalequitas. I Sm 15. 17-35; 4) O adultério e homicídio de Davi. II Sm 11.13-18; 5) Idolatria de Salomão. I Rs 11.1-13. 6) A Idolatria de Jeroboão. I Rs 12.25-33; 17.7-23; 7) A impiedade de Reoboão. I Rs 14.21-24; Atalia. II Rs 11.1-3; Acaz. II Rs 16.1-24; Manasses (o mais ímpio), II Rs 21.1-18; Zedequias (em cujo tempo Judá foi levado ao cativeiro na Babilônia).
II Rs 25.1-26.
Os Pecados de Israel no Cativeiro. Naturalmente, julgaríamos que os exilados judeus na Babilônia tivessem aprendido essas lições que Deus lhes ensinava. O ministério do profeta Ezequiel durante esse cativeiro, foi para com um povo de rebeldes, de duro semblante e obstinados de coração, homens que levantaram os seus ídolos dentro do seu coração. Ez 2.3,4; 14.3.
Os Pecados de Israel na Restauração. Israel aprendeu apenas parcialmente a lição do cativeiro, pois o resto que voltou para a Palestina logo se afastou do Senhor e tratou casamentos com os ímpios cananeus que haviam permanecido na terra. Ed 9.1,2. A segunda leva de exilados que voltou nos dias de Neemias jurou obedecer à lei (Ne 9.1; 10.29) mas não demorou muito e esses também começaram a violar o Sábado e a tratar casamentos com os demais habitantes da terra. Ne 13.15-30. Malaquias foi o último dos profetas que Deus lhes enviou. Sua rígida mensagem denunciava a sua apostasia e a corrupção do sacerdócio. Ml 3.7-15. Ofereciam pão poluído e animais cegos, aleijados e doentes. Ml 1.7-14. A família sacerdotal corrompeu a aliança levítica e afastou-se do caminho do Senhor. Ml 2.7-15.
O Período de 400 Anos Entre Malaquias e Cristo. Jeová manteve silêncio durante esse período, até à vinda do Seu Filho. A Palestina nesse tempo ficou sob o domínio dos persas, sírios, e romanos. Durante o reinado de Antíoco Epifânio (175 a 164 a.C), rei da Síria, os judeus tiveram alguns verdadeiros heróis, como sejam os filhos de Matatias, o sacerdote. Judas Macabeu era o mais proeminente desses sete filhos, sendo ele quem chefiou um levante santo da nação em sua Juta contra Antíoco e seus comparsas ímpios, que tiveram a intenção de conduzir toda a nação às abominações do culto, ao falso deus Baco, o deus do vinho. A maioria dos judeus, contudo, era apóstata e quando Cristo apareceu em Israel, Ele encontrou a nação sendo dirigida pelos escribas e fariseus os quais Jesus denunciou como sendo hipócritas, orgulhosos, autosuficientes e injustos. O maior pecado da nação israelita foi o de crucificar o seu Messias e Rei, por causa da insistência desses líderes.
12. O Juízo de Deus sobre a Nação. Esse juízo divino sobreveio à nação judaica pela destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos sob o General Tito, no ano 70 a.D., ou seja, quarenta anos depois da crucificação de Jesus. A história registrou a morte de mais de 1 milhão de judeus nessa ocasião e que a nação ficou espalhada entre as nações do mundo, em cumprimento dos avisos dados por Moisés. Dt 28.25.
13. A Aliança com Davi. II Sm 7.16; SI 89.28,34-37. Após os primeiros 450 anos de fidelidade da parte de Deus e de infidelidade da parte do homem, Israel acrescentou mais um pecado à longa lista de transgressões contra a lei de Deus. Israel se enfadou de sua relação de ser sacerdote em favor das demais nações e queria ser igual às outras. Não quiseram mais Jeová como Rei sobre eles, mas queriam um rei como as outras nações. Mesmo assim, a paciência e a graça de Deus não se esgotaram e Deus concedeu-lhes o seu pedido, reservando para Si apenas o direito de escolher esse rei. O primeiro rei que escolheu foi aquele que a nação teria escolhido, um homem de boa aparência, alto, que ficava de cabeça e ombros acima dos demais. O mal que Saul praticou e o desapontamento que ele causou a Israel, serviram para preparar o caminho para a coroação da escolha de Deus, Davi, filho de Jessé.
Com esse jovem Deus fez aliança, porque era homem "segundo o coração de Deus", prometendo-lhe que: 1) de sua semente viria o PROMETIDO; e 2) o Messias sentar-se-ia no trono de Davi eternamente. Dessa maneira, a promessa messiânica feita pela primeira vez em Gn 3.15, e depois a Abraão, Isaque, Jacó e Judá, agora se concentrou na casa real de Davi. V
14. Deuteronômio. O livro de Deuteronômio é uma repetição das provisões da Aliança Mosaica, como o nome indica, (segunda lei) escrito em benefício do povo que estava para entrar em Canaã. Os capítulos 29 e 30 são considerados por certos eruditos como um novo pacto com Israel, ou seja, a Aliança Palestínica.
15. A Dispensação da Lei é Exclusivamente Judaica. A dispensação da lei é exclusivamente a dispensação do povo de Israel. Êx 19.3; 20.2. As provisões dessa aliança com seus mandamentos e promessas concernem somente a Israel. A instituição do Sábado era uma instituição exclusivamente judaica, a qual foi dada como "sinal" entre Jeová e Israel (Êx 31.13-17), tal qual o arco-íris era o sinal da Aliança com Noé e a circuncisão sinal da Aliança com Abraão.
O propósito de Deus para com esse povo foi o seguinte: a. Dos judeus viria o Rei, o Messias, cujo ministério de redimir a humanidade é amplamente prefigurado no Tabernáculo, e nos sacrifícios. Os detalhes do Seu ministério e reinado foram apresentados nas profecias de Moisés, Davi, Isaías, e todos os profetas. b. A nação de Israel serviria diante de Jeová como "sacerdotes", intercedendo como mediadores a favor dum mundo ímpio . cx 19.6. Nesse ministério Israel foi um grande fracasso. Em vez de desejar a salvação das nações, desejava a destrui-ção das mesmas, como foi o caso de Jonas que Deus enviou a Nínive. c. Através de sacrifícios e oferendas, Israel foi preparado a receber e presenciar em seu meio a glória de Deus. Nesse sentido foi o mais favorecido de todos os povos da terra, sendo o povo no meio do qual Deus se manifestava. Êx 33.16. Foi através de Israel e no meio dele que todos os povos do mundo teria o conhecimento de Deus. d. O povo judeu recebeu, preservou e transmitiu as Escrituras do Velho Testamento, as quais constituem uma grande luz para o mundo inteiro, e. Muitas vezes Israel foi o instrumento de juízo sobre as ímpias nações cananéias. f. Em razão de seus repetidos fracassos e constante demonstração da misericórdia do Senhor, Israel serviria para demonstrar a todas as nações do mundo que Deus usa de grande misericórdia para com os homens, g. A incapacidade de Israel de guardar a lei, anão ser pelo poder de Deus, demonstraria perante todo o mundo que a verdadeira justiça não se consegue pelas obras da lei, como Israel em sucessivas gerações tentava conseguir durante um período de 1500 anos, sem resultado. Rm 8.3,4. h. A experiência cotidiana desse povo, através da aplicação da lei, revelaria a eles e ao mundo todo, a natureza excessivamente má de toda transgressão contra a vontade de Deus. Rm 7.13; 3.20; Gl 3.24.
Esses propósitos de Deus para com o povo judaico durante a dispensação da lei cumpriram-se. É verdade que Israel em si fracassou em guardar a lei, e por isso Deus foi obrigado a afastá-lo de Sua presença. No entanto, quanto ao plano maior que Deus teve em mente, isto é, de prover a redenção para toda a raça humana, esse plano sim se concretizou. Portanto, a dispensação da lei alcançou a utilidade prevista por Deus. A dispensação nos seus momentos finais viu o juízo divino descer sobre os judeus, mas ao mesmo tempo serviu para introduzir outra dispensação, a mais espiritual até então conhecida, a dispensação da graça.
QUESTIONÁRIO
1. Qual é a palavra chave da Dispensação israelita?
2. Quanto tempo durou essa Dispensação? Quais os eventos que marcam seu início e seu encerramento?
3. Mostrar como a Aliança Edênica era aliança de "obras*.
4. Quem realmente guardou os requisitos dessa aliança?
5. Qual era a obrigação do homem debaixo da Aliança Adâmica?
6. Qual a certeza que temos que Deus cumprirá a Sua parte da aliança?
7. Em que época ocorrerá?
8. Quais as promessas de Deus segundo a Aliança com Noé?
9. Nos dias de quem haverá a plena complementação do governo humano?
10. Qual a parte da Aliança com Abraão que ainda não fora cumprida no começo da Dispensação israelita?
11. Qual foi o primeiro passo que Deus tomou ao cumprir a Aliança com Abraão nesse tempo?
12. Com quem Deus tratou ao instituir a Aliança Mosaica?
13.Quais as duas qualidades de descendentes de Abraão?
14. Que relação existe entre a Aliança Mosaicae a Aliança com Abraão?
15. Mencionar quatro maneiras em que a Aliança Mosaica serviu essa relação.
16.Quais os três principais propósitos divinos da Aliança Mosaica?
29. Foi só no Velho Testamento que o povo perverteu a Lei? Isso acontece hoje também?
30. Mencionar três propósitos da Lei.
1) ..........................................
2) ...........................................
3) ...........................................
31. Até quando serviu a Lei?
32. Citar cinco passagens que provam que a Lei terminou e ficou obsoleta.
33. Que aconteceu com os Dez Mandamentos quando Jesus chegou?
34. Que aconteceu com as "Instruções Religiosas"?
35. Que aconteceu com os "Estatutos", ou seja, a lei civil?
36. Israel guardou a sua parte da Aliança Mosaica?
37. Que pecados cometeram no deserto?
38. Que aliança Moisés invocou ao ver o povo ameaçado pela ira de Deus?
39. Mencionar alguns dos pecados cometidos por Israel na terra da Promissão.
40. Durante o Cativeiro onde os israelitas levantaram seus ídolos?
41. Quais os pecados que Israel cometeu ao voltar do Cativeiro?
42. Quais as condições espirituais reinantes em Israel durante os 400 anos entre o Velho e o Novo Testamentos? 43. Quem era rei da Síria nos anos 175 a 164 a.C? 44. Qual judeu que mais lutou contra Antíoco?
45. Como Jesus avaliou o estado espiritual dos escribas e fariseus? 46. Qual foi o maior pecado de Israel?
47. Que aconteceu em 70 a.D.?
48. Por que Deus escolheu Saul como rei de Israel? •49. Pela Aliança com Davi quais as duas coisas que Deus lhe prometeu?
1) .............................................
2) .............................................
50. Como essa aliança se relacionava com a promessa de Gn 3.15?
51. Que significa Deuteronômio e qual a sua utilidade?
52. Qual foi o "sinal" da Aliança Mosaica?
53. Qual foi o "sinal" da Aliança com Noé?
54. Qual foi o "sinal" da Aliança com Abraão?
55. Por quanto tempo durou a Aliança Mosaica?
56. Quais os eventos com que começou e terminou?
57. Mencionar oito propósitos de Deus para com Israel:
1) ............................................
2) .............................................
3) .............................................
4) .............................................
5) .............................................
6) .............................................
7) .............................................
8) .............................................
58. Realizaram-se esses propósitos?
59. Como terminou a Dispensação da Lei?
-o=0=o-
Capítulo 7
O século presente
Dispensação Eclesiástica
D. A Dispensação Eclesiástica.
1. A palavra chave é "Graça".
2. A Duração desta Dispensação vai da crucificação
de Cristo à Sua Segunda Vinda, período que já
abrange quase 2.000 anos. Com a morte de Cristo, Deus consagrou um "novo e vivo caminho" de acesso à Sua Pessoa. Hb 10.20. Esse acesso ao "trono da graça" (Hb 4.16) e a abolição do caminho cerimonial foram simbolizados pelo rasgar do véu do Templo no momento em que Jesus morreu. Mt 27.51. Com efeito, esta Dispensação foi inaugurada no Dia de Pentecoste quando o Espírito Santo foi derramado. A experiência pentecostal do poder do Espírito Santo torna real na vida dos crentes, aquilo que Jesus proveu pela Sua morte na cruz. Atos cap. 2.
3. Introdução. Como já observamos, no período pós-diluviano, Deus havia separado um homem, Abraão, e sua família para com eles efetuar a Sua vontade entre os homens. Foi a Dispensação Patriarcal. Em seguida, Deus separou a descendência natural de Abraão, a nação de Israel, para ser o instrumento pelo qual abençoaria o mundo. Infelizmente, essa nação de tal modo desobedeceu a Deus que Ele foi obrigado a espalhá-los sobre a face da terra, terminando sua utilidade direta no plano de Deus de servir o mundo pós-diluviano. Contudo, a Semente-Cristo, havia chegado ao mundo e, através de Sua morte e ressurreição e glorificação, Deus cumprirá Suas promessas ao mundo.
4. Cristo, o Cumprimento das Profecias. Cristo cumpriu todas as profecias messiânicas do Velho Testamento. 1) Cristo foi a Semente da Mulher (Gn 3.15), de nascimento virginal, cuja obra foi esmagar a cabeça da serpente (Lc 10.18; Jo 12.31) e redimir o homem do poder de Satanás. Mt 20.28. Ao efetuar esse resgate, Cristo também foi ferido. Mt 27.26. 2) Cristo foi a Semente de Abraão (Gl 3.16) que veio ao mundo a libertar não somente Israel dos seus inimigos, como também a todo o mundo, a ser uma bênção para todas as nações. Is 66.19; Mq 4.2. Em Cristo todas as cláusulas da Aliança com Abraão referentes aos territórios do Oriente Médio serão cumpridas. Ez 47,48. Será quando esse povo, grandemente arrependido, tiver sido purificado (Zc 13.9; 12.10; 8.23), que Deus o fará uma grande bênção a todas as famílias da terra. 3) Cristo foi o "Profeta semelhante a Moisés" (Atos 3. 22-26), que veio para falar-lhes a Palavra de Deus. Dt 18.15; Jo 12.49. Cristo foi "nascido sob a lei", Gl 4.4, e veio cumprir a lei. Mt 5.17,18. Os tipos e simbolos do Tabernáculo, e dos estatutos da Aliança Mosaica foram todos consubstanciados em Cristo. Cl 2.16,17; Hb 10.1. Muitas outras profecias e ocorrências encontradas no Pen-tateuco, nos Salmos e nos Profetas têm seu exato cumprimento em Cristo. Lc 24.27-44. 4) Cristo veio como "Filho de Davi". Na Sua primeira vinda ao mundo, Cristo não veio para imediatamente restabelecer a dinastia de Davi, pois logo em seguida Israel suportaria intensa disciplina - a Dispersão entre as nações. O "Filho de Davi", quando terminada a obra da redenção, retirou-Se à presença do Seu Pai, onde está sentado no trono (Ap 3.21), aguardando o momento para retornar à terra a fim de sentar-se sobre o "trono de Sua glória", durante o reino mundial de 1.000 anos. Mt 25.31.
5. A Nova Aliança. Tal qual Moisés foi mediador da Aliança Mosaica, assim Cristo é o Mediador da Nova Aliança. Hb 8.6; 9.15; 12.24. Com a vinda de Cristo, a Velha Aliança, a Mosaica, terminou, como Paulo afirma em Rm 10.4; Gl 3.19. Seria o caso de esperar que Ele então apresentasse a Nova, o que de fato aconteceu quando celebrou a Ceia com Seus discípulos, Lc 22.20; I Co 11.25. Ele disse: "Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado em favor de vós". Lc 22.20; Mc 14.24; Mt 26.28.
Uma aliança é um pacto ou concerto. A Nova Aliança inclui a presença de "testamento" ou "legado", que se torna válido à morte do Testador, que é Cristo. Gl 3.15. "Porque onde há testamento é necessário que intervenha a morte do testador; pois um testemunho só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador." Hb 9.16,17. Esse período jurídico referia-se também à Velha Aliança Mosaica, pois essa também foi introduzida, dedicada e sancionada pelo derramamento de sangue. Hb 9.18-20. O derramamento de sangue significava a morte do testador e concedeu a natureza de "dádiva" ou "graça" à aliança. É o que significa a presença dum "testemunho" ou "legado". A Aliança Mosaica era transitória e de qualidade "assistencial", não definitiva; como se pode entender pelo fato de serem animais que foram sacrificados como tipos do Cordeiro de Deus que posteriormente daria a Sua vida. Quando Jesus então anunciou que o Seu sangue seria o sangue da Nova Aliança, entendemos que Ele Mesmo era o Testador (o Doador) da Nova Aliança e do Novo Testamento. Hb 9.25,26; 10.29; 13.20. A Nova Aliança é portanto um "legado" da graça divina e ela entrou em vigor à morte de Cristo. I Pe 1.4. Essa é a Aliança que foi prometida em Jr 31.31-34.
As superiores Promessas da Nova Aliança são relatadas em Hb 8.6-13. 1) Haveria remissão dos pecados, como Jesus disse: "... isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados". Mt 26.28. Lembra-nos que uma das provisões desta Aliança seria o perdão dos pecados. Ez 36.25; Hb 8.12. 2) Haveria um novo coração. Hb 8.10. "Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne." Ez 36.26. Jesus disse ao povo: "... o pão que eu darei pela vida do mundo, é a minha carne". Jo 6.51. "Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a svida eterna..." Jo 6.54. São expressões que indicam que foi pela Sua morte que Jesus nos deu a vida eterna. Também nos prometeu a Sua paz e Seu gozo. Jo 14.27; 15.11. Ele afirmou ainda: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada". Jo 14.23. Em Sua oração sacerdotal Jesus também disse: "... eu neles e Tu em mim", Jo 17.23. São expressões que cumprem a promessa dum "novo coração", que será obra de Jesus e do Pai, pelo poder do Espírito Santo. 3) Haveria também a concessão do Seu Espírito. Em Ez 36.27 foi prometido: "Porei dentro em vós o meu Espírito..." Jesus, na qual idade de Mediador da Nova Aliança, explicou: "E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco", o Espírito da verdade... o Espírito Santo". Jo 14.16,17,26. Ele também prometeu: "Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai..." (Lc 24.49), promessa que se referia ao batismo no Espírito Santo como foi recebido no dia de Pentecoste. At 2.1-4. 4) Haveria Cura Divina para os males físicos. Tal qual a Velha Aliança (Cap. VI), assim a nova prometeu: "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados." Tg 5.14,15.
A responsabilidade do homem para com a Nova Aliança, à semelhança da Aliança Adâmica é, que ele creia em Jesus e expresse a sua fé, confessando publicamente o nome de Jesus. Mc 16.16; Jo 6.47; Mt 10.32; Rm 10.9,10; Jo 14.15; Tg 2.17.
Uma Nova Característica desta Aliança é a sua universalidade, fato que Jesus claramente declarou. Suas provisões e promessas seriam em benefício de todas as nações e de toda criatura. Lc 24.47; Mc 16.15; Mt 28.19,20.
Em suma, podemos dizer que Cristo é o Mediador, o Testador (Doador) e o Legado da Nova Aliança, sendo o Seu sangue que a inaugurou. Suas provisões são destinadas a todos os homens, tendo por condição única, a fé em Jesus Cristo.
6. A Relação da Nova Aliança Com as Prévias. Em certo sentido a Nova Aliança pode ser considerada como aliança "renovada" (I Jo 2.7,8), sendo que a finalidade de todas as alianças sempre foi a de servir de bênção para a humanidade. Ela é chamada de "aliança eterna" (Is 61.8; Jr 32.40; Ez 16.60), pois sem dúvida as suas provisões já estavam no coração de Deus quando antes da fundação do mundo o Cordeiro de Deus foi morto. A Nova Aliança cumpre a Aliança Adâmica, acrescidos vários detalhes maravilhosos. A Aliança com Abraão também encontra a sua explanação, expansão e um quase completo cumprimento na Nova Aliança. Gl 3.6-9,14. As maravilhosas promessas feitas a Israel sob a Aliança Mosaica tornaram-se agora extensivas aos crentes de todas as nações. Ap 14.9.
7. O Propósito Divino Nesta Dispensação. Na Dispensação Israelita, era a intenção de Deus habitar entre o Seu povo e prover-lhes purificação (SI 32.1,2; Is 1.18), ser a vida e santidade deles (SI 27.1; 71.16), e por meio deles ser uma bênção a toda a terra. SI 67. Mas em razão do pecado de Israel e seu fracasso, Deus foi obrigado a afastar-se deles (Ez 10.4; 11.23) e deixar-lhes a casa vazia.
Mt 23.38; 12.43-45. Na Dispensação Eclesiástica Deus pretende fazer a mesma oferta a cada indivíduo em todas as nações do mundo. Mc 16.15; Jo 17.20,21; Ap 3.20. Assim se vê que agora Deus concede a Sua própria vida e natureza (II Co 5.17-20; 13.5), e o batismo no Espírito Santo. At 2.4,38,39. Essas verdades devem ser pregadas em todo o mundo pelos convertidos a Cristo (Mt 28.20; II Tm 2.2) para que toda criatura tome conhecimento da faustosa oportunidade de receber a plena salvação. "A grande vantagem da Dispensação do Evangelho é esta, que agora ficaram liberadas para todo o mundo, as riquezas da graça que previamente estavam sob a custódia dos judeus que não as administraram bem." - Stevens.
Sob a Dispensação da Lei, Israel constituiu "a congregação no deserto" (At 7.38), mas sob a Dispensação da Graça, todos os indivíduos de todas as nações que aceitam a Cristo, Seu sangue, e Seu Espírito, constituem a "igreja dos primogênitos" (Hb 12.23). Trata-se da igreja redimida pelo sangue de Cristo, o grande povo salvo. Gl 3.28; I Co 12.12,13; Cl 3.11; Jo 17.20-23. Israel antigo participou do mesmo manjar espiritual e bebeu da mesma fonte espiritual. I Co 10.3,4. A igreja também participa do corpo e do sangue de Cristo (Jo 6.53; II Pe 1.4), tornando-se membro desse mesmo corpo. Rm 10.12; Ef 2.14-18; 1.22,23. O propósito de Deus, então, nesta Dispensação Eclesiástica, é formar um povo todo Seu, coeso e forte que O glorificará por toda a eternidade.
O Meio que Deus usa para conseguir esse objetivo supra é a pregação do Evangelho da graça. Mc 16.15; I Co 1.21; Rm 1.16.
O propósito de Deus nesta Dispensação não é o da conversão total do mundo, mas sim "chamar para fora" do mundo (no grego "ek-klesia" - o vocábulo do qual deriva a palavra "igreja"), um povo para o nome de Jesus. At 15.14-17; Mc 16.15,16; I Co 1.21. Muitos não crerão e nem buscarão a Deus, mesmo durante o tempo das pragas que assolarão a terra durante a Grande Tribulação. Ap 9.20,21.
8. O Resultado da Dispensação Eclesiástica. As Parábolas de Mateus cap. 73 revelam claramente que nem todo o mundo será convertido pela pregação do Evangelho, mas sim que todo o curso e o fim desta dispensação caracterizar-se-á por uma mistura do bem e do mal.
Pela Parábola do Semeador (13.3-8,18-23) Jesus preconizou que somente uma quarta parte da semente (Palavra) produz colheita. A expressão "palavra do reino" (v.19) refere-se a toda a Palavra de Deus, como proclamada por Cristo, pela igreja, verbalmente, pela imprensa e mesmo pelo exemplo do povo de Deus. Na primeira situação a Palavra não foi compreendida e Satanás facilmente conseguiu arrebatar a semente antes que germinasse. Vers. 19. Na segunda situação a Palavra-semente germinou, mas sendo que faltou profundeza de terra, foi arrancada pelos ventos de perseguição ou queimada pelo sol da tribulação. Vers. 20,21. No terceiro caso os espinhos, entre os quais a semente foi lançada, representam "os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas" que sufocam. a palavra. Vers. 22. Paulo pesarosamente relata o caso de Demas que amou o presente século e abandonou a obra. II Tm 4.10. Na quarta situação a boa terra repre-senta o coração compreensivo e aberto que produz abundante colheita espiritual. Vers. 23.
A Parábola do Joio ensina-nos a mesma lição: que a pregação do Evangelho não fará converter todo o mundo. Mesmo no campo mais frutífero, Setanás semeia o joio que nasce e cresce junto com o trigo até o tempo da ceifa. Mt 13.24-30; 36-43. A semente nesta parábola já é diferente da semente da parábola do semeador, sendo que ela representa "os filhos do maligno". Vers. 37,38. Satanás introduz a sua semente de evangelhos falsos no meio dos homens, produzindo um cristianismo espúrio. Vers. 38. A colheita é a consumação do século (presente), quando Deus tomará as providências necessárias, por Seus agentes, os anjos, que recolherão o cereal verdadeiro para os celeiros divinos e ajuntarão o joio para o queimar "na consumação do século" (Grego-aioon). Vers. 39-42.
A Parábola do Grão de Mostarda (Mt 13.31,32), ao contrário da interpretação popular, que ela represente o crescimento da igreja, começando como uma coisa insignificante e finalmente enchendo a terra, abrigando nações (as aves do céu) em seus ramos, ensina a corrupção geral no fim dos tempos. Chamamos a atenção ao fato de que esçe crescimento é anormal e sem substância, pois a mostarda não passa duma erva pequena do campo. Ela não poderá transformar-se em árvore. A parábola realmente ensina que o cristianismo, começando pequeno, em vez de procurar um desenvolvimento normal e sadio, de separação do mundo, tornou-se uma grande instituição, até política em caráter, como se vê na Igreja Católica Romana, essa organização em cujo meio existem muitas "aves" - gente não convertida, e mesmo poderes de demônios (Ap 18.2). As aves nesta parábola não significam nada bom quando na parábola do semeador (vers. 4 e 19), na mesma série de ensinos, representam as artimanhas de Satanás. Concluímos então afirmando que grande parte do cristianismo, em vez de desenvolver uma vida normal espiritual, de pobre de espírito e separado para Deus, tornou-se uma instituição mundana, com feição política que jamais tentou esconder.
A Parábola do Fermento, segundo a interpretação popular, ensinaria que o fermento é o evangelho que a mulher, a Igreja, introduziu no mundo (as três medidas de farinha). Esse fermento, dizem eles, operando secretamente, espalha-se por toda a massa e no fim produzirá a conversão integral de todo o mundo. Não concordamos com essa teoria, porque a história da Igreja até aqui não a confirma. Em nenhum pronunciamento ou profecia Jesus prometeu tal coisa, e nem tão pouco os apóstolos. É altamente perigoso criar uma doutrina com base só em parábola. O bom senso ensina buscar a interpretação de parábolas em claras e indiscutíveis doutrinas dos Evangelhos e das Epístolas, e também observar o curso da história.
A parábola realmente representa a introdução do elemento falso na igreja. A mulher é a igreja falsa que coloca a doutrina falsa no meio do ensino de Cristo, representado pelas três medidas de farinha, ou seja, a oferta de cereais do Velho Testamento, que é claramente uma figura de Cristo, o "Pão da vida", e Seus ensinos. Jo 6.35,63. "Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus". Mt 4.4. "As palavras que Eu vos tenho dito são Espírito e são vida". Jo 6.63. A palavra ou doutrina de Cristo fica adulterada pela introdução da doutrina errônea da parte da falsa igreja. O uso da palavra "fermento" no Velho Testamento é prova dessa asserção, pois o fermento era proibido na festa da Páscoa e em todas as ofertas cerimoniais, com exceção de alguma oferta que claramente tipifica a má natureza do pecado. Êx 12.8; Lv 7.18; Lc 23.6-14,15-17; Am 4.4,5. Nunca se usou fermento em qualquer oferta de cheiro suave. O uso da palavra "fermento" no Novo Testamento confirma ainda mais essa opinião. Em I Co 5.6-8 Paulo fez o fermento símbolo da malícia e da maldade, em contraste com os pães asmos da sinceridade e da verdade. Jesus avisou Seus discípulos contra três formas de doutrina errada: 1) Dos Fariseus (Mt 23.14,15,23-28), que representam a religião formal, hipócrita, que tem a "forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder". II Tm 3.5. 2) Dos Saduceus (Mt 22. 23-29), que eram os "modernistas" do tempo de Jesus, que negavam toda operação sobrenatural, a existência de anjos, e milagres de qualquer espécie. 3) Dos Herodianos (Mt 22.16-21; Mc 3.6), que eram judeus que se submetiam ao jugo romano e que evidentemente haviam perdido qualquer esperança messiânica. Não passavam dum partido político. Seriam os precursores das atividades políticas que hoje se vê no cristianismo que ostenta tantas reformas por meio de legislação, educação e união com o mundo de modo geral. Especialmente o Concilio Mundial de Igrejas, cuja influência se faz sentir em todo o mundo, até mesmo junto aos governos dos países, está envolvido com esse tipo de atividade.
Em conclusão sobre o ensino dessas quatro parábolas citamos o Dr. G. Campbell Morgan: "Evidentemente, estas quatro parábolas não retratam uma época em que o bem ganha a ascendência até a perfeição se concretizar; mas é uma época caracterizada por conflitos em que se julgava que o mal triunfaria e não o bem. Na parábola do semeador se vê a obra do Rei, espalhando a boa semente a fim de conseguir os resultados do reino de Deus. A obra do inimigo é manifesta por suas tentativas de impedir tais resultados por prejudicar a semente através da terra em que foi semeada. Na parábola das duas sementes (joio) é revelada a obra do Rei como também do inimigo que semeou o joio no mesmo campo. Na parábola da mostarda, a qual, contrário às leis da natureza, produz uma grande árvore, notamos um crescimento anormal, um aborto, algo não cogitado, e que por conseguinte falta todos os elementos de firmeza e resistência. No fermento... temos a forma mais simples de corrupção".
"Claramente nestas parábolas Jesus não está descrevendo a verdadeira natureza do reino de Deus, mas sim manifestando algo das lutas que seu reino iria enfrentar no curso da História."
Na Parábola do Tesouro (Mt 13.44) podemos entender que esse tesouro é a alma preciosa dos homens em todo o mundo, tal qual Israel foi para Deus um tesouro. SI 135.4; Êx 19.5; Ml 3.17. O tesouro sendo ocultado representa o homem perdido no meio dos pecados. O campo é o mundo. Quando o homem "foi vender tudo" ele figura Cristo que deixou a Sua glória na presença do Pai (Fl 2.6-8) para "comprar" o campo, o mundo, pelo preço do seu próprio sangue. I Pe 1.18,19; Jo 11.51. O gozo que o homem experimentou figura o gozo de Cristo ao ver os salvos, fruto do seu sofrimento. Hb 12.2. Seria a conversão duma grande multidão, a Igreja, a Sua esposa que com Ele reinará.
Na Parábola da Pérola encontramos outra figura de Cristo sofrendo a fim de redimir o povo. As pérolas são formadas por ataque de parasitas ou por introdução dum corpo estranho, como seja um grão de areia, na estrutura muscular da ostra. Sentindo a dor que isso ocasiona, o organismo reage, cobrindo a área com uma secreção. A secreção endurece e logo vem outra camada da mesma substância. As sucessivas camadas então formam a pérola. É uma ilustração da Igreja que também é formada pelo sofrimento de Jesus. Rm 16.26; Ef 3.3-10; 5.32. Tendo Cristo sofrido por ela, Ele também a prepara para apre-sentação a Si mesmo. Ef 5.25-27.
Na Parábola da Rede (Mt 13.47-50) temos uma nítida representação da separação entre os bons e os ruins na consumação dos séculos, provavelmente durante a Grande Tribulação. É a hora em que tudo que "serve de pedra de tropeço" será lançado fora. Essa parábola tem um paralelo na descrição da ceifa e da vindima da terra, em Ap 14.14-20. Os anjos serão os ministros desse juízo. Ap 7.1; 8.2,7; 10.1. Nota-se também o destino final desses' iníquos, a fornalha de fogo, isto é, o lugar de destruição eterna, o Lago de Fogo. Ap 20.10-15.
9. Conclusões Finais Sobre a Natureza Desta Dispensação. A Dispensação da Graça não é apenas uma extensão ou continuação da Dispensação da Lei sob um outro nome. A Lei e os Profetas duraram até João Batista. Mt 11.12,13. Moisés e a Lei pertenciam a uma dispensação; Cristo e a graça pertencem a outra. Portanto, não há lugar na Igreja para os ritos cerimoniais, sacrifícios de carne, instituição de sacerdotes como mediadores entre Deus e os homens, suntuosos templos, etc. Também não se justifica "Igrejas do Estado", nem Igrejas universais, que exerçam o poder temporal, como é a pretensão da Igreja Católica Romana. Cristo reinará temporalmente somente ao voltar do céu e estabelecer o Seu reino milenial.
QUESTIONÁRIO
1. Qual é a palavra chave da Dispensação Eclesiástica?
2. Qual é a duração desta dispensação?
3. Qual evento do Templo simboliza a abertura dum novo e vivo caminho para o trono de Deus?
4. Quando foi inaugurada esta dispensação?
5. Com qual descendência de Abraão a Dispensação Patriarcal se relaciona?
6. Com qual descendência de Abraão a Dispensação da Lei se relaciona?
07. Qual a descendência de Abraão que se vê focalizada na Dispensação Eclesiástica?
8. Traçar a linha messiânica desde Gn 3.15 até ao nascimento de Jesus, através das várias profecias a respeito.
9. Na qualidade de "Semente da mulher", que faria o Messias?
10. Na qualidade de "Profeta semelhante a Moisés", que faria o Messias?
11. Na qualidade de "Semente de Abraão", que faria o Messias?
12. Na qualidade de "Filho de Davi", que faria o Messias?
13. Que relação tinha Cristo com os tipos e símbolos da Lei?
14. Que relação tinha Cristo com os Salmos e Profetas?
15. Qual a aliança "diferente" que os profetas haviam prometido?
16. Quem inaugurou essa aliança quando a mesma estava prestes a realizar-se?
17. Explicar a relação da Nova Aliança, o Testamento, quanto à morte de Cristo.
18. Quando entrou em vigor a Nova Aliança?
19. Mencionar quatro das "superiores promessas" divinas dessa Aliança.
20. Qual é a responsabilidade do homem para com essa Aliança?
21. Como o homem expressaria a sua fé sob essa Nova Aliança?
22. A Nova Aliança foi estabelecida para servir a quem?
23. Qual a rei ação da Nova Ali anca em confronto com a Aliança Adâmica?
24. Qual a relação da Nova Aliança em confronto com a Aliança Abraâmica?
25. Qual a relação da Nova Aliança em confronto com a Aliança Mosaica?
26. Qual era o propósito de Deus para a Aliança Eclesiástica?
27. Qual o meio usado por Deus para conseguir o seu objetivo?
28. Que revela a parábola do Semeador quanto aos resultados positivos a ser conseguido durante esta Dispensação?
29. Que revela a parábola do Joio quanto ao estado espiritual do mundo religioso no fim da Dispensação?
30. Que revela a parábola do Grão de Mostarda quanto ao estado espiritual?
31. Que revela a parábola do Fermento quanto à conversão do mundo?
32. Que significa fermento como usado nos sacrifícios do Velho Testamento?
33. Que significa fermento no Novo Testamento?
34. Que significa o "tesouro" na parábola do Tesouro?
35. Que significa a "pérola" na parábola da Pérola?
36. Que ensina a parábola da Rede quanto à Segunda Vinda de Cristo?
37. A Lei e os Profetas duraram até.......................................................
38. Na Dispensação Eclesiástica há lugar para ritos cerimoniais como meio de salvação?
-o=0=o-
Capítulo 8
O século presente
A Igreja
III. O SÉCULO PRESENTE (CONTINUAÇÃO)
E. A Igreja. Sendo que a igreja ocupa tão importante lugar no plano e no propósito de Deus no Século Presente e no iminente Futuro, que é o Milênio, o estudo das Dispensações não seria completo sem fazer referência específica à Igreja, o grupo "chamado para fora".
1. A Constituição da Igreja. A Igreja não é o "reino do Filho do Homem" mencionado em Daniel 7.13,14, o qual é o reino literal e terrestre prometido a Israel e predito pelos profetas, embora a Igreja tome importante parte no mesmo.
A expressão "reino dos céus", encontrada nos Evangelhos, especialmente o de Mateus, e que João Batista proclamava estar próximo, significa a presente Dispensação da Graça. Esse reino progride à medida que as boas novas do evangelho são pregadas pelos servos de Deus em todo o mundo.
A Igreja é comparada a uma casa. I Tm 3.15. Nesta passagem nota-se o aspecto familiar da igreja, tendo como chefe do lar o próprio Deus, fato que exige de todos os seus membros um comportamento condigno.
A Igreja ê comparada a um templo. I Co 3.16,17, Ef 2.20-22. Nesse templo Deus tem Sua morada; ali Ele Se manifesta e ali se vê a Sua glória. Embora Deus habite no coração do crente individual, coletivamente é na Igreja onde Ele reside.
A Igreja é comparada ao corpo humano, do qual nós os crentes somos membros e do qual Cristo é a cabeça. I Co 12.27-31; Ef 1.22,23; Cl 1.18. A importância dessa relação entre o crente e a Cabeça, Cristo, é revelada em Ef 4.16: "(Cristo), de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado, pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor." Isso demonstra a relação dos crentes como "membros uns dos outros", em união vital, e que cada crente tem uma função a exercer, a qual contribuirá para o crescimento e o bem-estar de todo o corpo. A Igreja não é uma organização comum e secular, à qual a pessoa se agrega como sócio. Para muita gente, unir-se a uma igreja nada mais é que concordar com certas doutrinas e ser recebido na comunidade da mesma, e de vez em quando comparecer às reuniões, ostensivamente para adorar a Deus. Em tais reuniões predomina a atmosfera social e não aquela que é essencial a espiritual.
2. A Igreja é um organismo vivo, semelhante ao corpo humano. Não é possível mutilar ou prejudicar uma parte do corpo sem afetar seriamente o corpo inteiro. Mesmo a perda duma unha causa grandes problemas, especialmente; na, hora de apanhar algum pequeno objeto. Não deixa de causar certo nervosismo que bem pode prejudicar até a espiritualidade da pessoa. Como é importante então que cada membro do corpo de Cristo goze de boa saúde espiritual a fim de assegurar com a sua parcela o bem coletivo.
3. Composta de judeu e gentio. Pelo advento de Cristo em carne humana, "a parede de separação" entre judeu e gentio fora derrubada (Ef 2.14-18) dando ensejo aos gentios de terem acesso ao Pai pelo mesmo Espírito e em "um corpo". Cf. I Co 12.21-31; 10.16. A questão agora não mais era se os gentios seriam considerados como membros do corpo de Cristo Em Atos 15, no Concilio de Jerusalém, esse assunto foi amplamente debatido e a resolução a que chegaram foi que os gentios seriam admitidos à mesma relação que os verdadeiros crentes judaicos antes ocupavam com exclusividade. Veja Mt 8.11; Hb 11.39,40. A "raiz" da Igreja nascente era os judeus crentes espirituais, da Dispensação da Lei. Alguns dos "ramos naturais" da "oliveira" foram quebrados por causa da incredulidade e cegueira sobre as possibilidades que nesse mesmo tempo estavam diante deles. Os gentios foram "enxertados" no lugar dos judeus. Contudo, os crentes gentílicos não devem esquecer que a "raiz" original era judaica (em Abraão) e proveniente dos tempos do Velho Testamento, e que os gentios foram "enxertados" nessa oliveira. Poranto, os gentios não têm de que se orgulhar. A raiz, Abraão, sustenta o gentio e não o gentio que sustenta Abraão, a raiz! Rm 11.18; Gl 3.14; Lc 19.9. A Igreja está firmada sobre o duplo fundamento dos Profetas (V.T.) e dos Apóstolos (N.T.). Ef 2.20; Ap 21.12,14. Discernimos então que na esfera espiritual a Igreja não é totalmente uma coisa nova, mas sim uma entidade espiritual' com nova feição, cujas raízes têm sua origem no remoto passado.
4. Sua Inauguração. A Igreja começou a tomar forma visível no Dia de Pentecoste. Os crentes em Jesus, batizados no Espirito Santo, ao contrário dos judeus incrédulos, amavam uns aos outros, tendo comunhão no partir do pão, de casa em casa, e contando com a simpatia de todo o povo. At 2.42,47. Mas logo experimentaram perseguição por parte dos judeus incrédulos, sendo mais tarde tratados por "cristãos", a seita que foi tão duramente hostilizada. At 11.26; 28.22. Durante dez anos a Igreja foi constituída somente de judeus, mas, conforme a interpretação da Nova Aliança por Jesus, suas provisões compreendiam os gentios. Assim sem tardar o Espírito Santo dirigiu a Igreja nesse caminho da inclusão dos gentios em seu seio. Vinte anos depois do Pentecoste, o Concilio em Jerusalém formalizou essa inclusão, admitindo de braços abertos os gentios.
5. O campo de operação da Igreja passou a ser o mundo todo, uma vez que os gentios representam todas as nações não-judaicas. A visão da Igreja tornou-se mundial em suas dimensões e não mais aquela estreita visão de âmbito nacional, intrínseca dos judeus.
6. A mensagem da Igreja é Cristo e este crucificado. Aquele que se tornou em carne humana e habitou entre nós durante trinta e três anos. Esse Jesus, tipificado no Velho Testamento, havia explicado aos discípulos o Evangelho, através de pregações e vida exemplar, que integralmente apoiou tudo que dissera a respeito do reino de Deus. Era o mesmo evangelho, tal qual Abraão e Israel haviam recebido. Hb 4.2; Gl 3.8. Mas agora, em razão da identificação com a Sua Pessoa, esse tomou o nome "o evangelho de Jesus Cristo". Mc 1.1. Jesus foi o Mediador dessa Nova Aliança. A Igreja tinha por missão levar o conhecimento do nome de Jesus a toda pessoa em todo o mundo. O poder para realizar tão sublime tarefa viria pelo Espírito Santo que foi derramado sobre a Igreja no Dia de Pentecoste. O Espírito Santo, que inspirou as Sagradas Escrituras nos antigos tempos, também inspiraria os apóstolos a escreverem a necessária interpretação das mesmas e os livros que hoje chamamos o Novo Testamento. Hb 9.14; Gn 1.2/; II Pe 1.21. Também o Espírito Santo foi derramado sobre todos os crentes em Sua plenitude como jamais acontecera nos dias do Velho Testamento, acentuando mais uma bênção da nova Dispensação. Lc 24.49; At 1.5,8; Jo 7.39.
7. A Igreja, um "Mistério". A Igreja, segundo o apóstolo Paulo, é um "Mistério". Jesus falou de Sua Igreja em Mt 16.13-19, revelando apenas a verdade fundamental, sobre a qual seria ela edificada. O "Mistério" da Igreja foi primeiramente revelado a Paulo. Ef 3.3-6,9; Rm 16. 25,26. A Igreja como entidade era desconhecida dos profetas do Velho Testamento, a não ser no sentido de que qrandes bênçãos foram prometidas aos gentios. Is 11.10; Rm 9.24-30. Mas a Paulo foi revelado que o propósito de Deus era formar pela morte de Cristo, um sõ corpo constituído de judeus e gentios (Ef 2.12-16), em que estariam juntos os gentios alienados das promessas divinas, bem como os judeus exclusivistas, seguidores da Lei mosaica. I Pe 1.10-21; Ap 21.12,14; Rm 11.17,18.
Mistério, segundo o Dr. Schofield, é uma verdade previamente oculta, mas agora divinamente revelada, na qual, apesar da revelação, ainda permanece algo sobrenatural. Relacionamos a seguir alguns dos principais mistérios encontrados nas Escrituras: 1) O reino dos céus. Mt 13. 2) A cegueira de Israel durante a Dispensação da Graça (Rm 11.25 em conjunto com o contexto). 3) A trasladação dos santos à Segunda Vinda de Cristo. I Co 15.51; I Ts 4.14-17. 4) A Igreja do Novo Testamento. Ef 3.1-11; 5) A Igreja como Noiva de Cristo. Ef 5.28-31. 6) A presença de Cristo no crente. Gl 2.20; Cl 1.26,27. 7) Deus em Cristo. Cl 2.2,9; I Co 2.7. 8) A obra de santificação, ou piedade. I Tm 3.16. 9) A iniqüidade. II Ts 2.7; Mt 13.33. 10) As sete estrelas. Ap 1.20. 11) A grande Babilônia. Ap 17.5,7.
8. O Aperfeiçoamento da Igreja processa-se através dos vários ministérios, dos dons do Espírito Santo, e das operações de Deus. I Co 12.4-11; Ef 4.11-13; 5.25-27. Tal qual Cristo manifestou a glória do Pai, assim a Igreja, a Noiva de Cristo, o Seu eorpo, manifestará a Sua glória no dia em que ela Lhe for apresentada.
9. A Igreja será a Noiva de Cristo. As Escrituras nos apresentam duas noivas. No Velho Testamento Israel figura como "esposa" de Jeová, pois lemos em Is 54.5, o Senhor falando a Israel, "Porque o teu Criador é o teu mando..." Por causa de sua infidelidade, Israel foi afastado como esposa, mas quando ele se arrepender, será outra vez restaurado ao favor divino. Ez 16; Os 2.1-23. Paulo apresenta a Igreja como a noiva de Cristo. Ef 5.29-33. Ela é agora qual virgem casta desposada. II Co 11.2. Assim como o primeiro Adão recebeu da mão de Deus a sua noiva, Eva, assim também o último Adão receberá a sua, que é a Igreja. Gn 2.18, 21-24.
O casamento de Isaque com Rebeca, relatado em Gn 24, oferece uma bela ilustração da maneira pela qual Cristo receberá a Sua noiva, a Igreja. Abraão representaria Deus Pai; Sara seria o tipo de Israel; Isaque é o tipo de Cristo, e Eliezer, o servo de Abraão, é o tipo do Espírito Santo. Rebeca tipifica a Igreja, e Quetura, com quem Abraão se casou após a morte de Sara, seria um tipo de Israel restaurado e tornado frutífero.
Durante o Milênio Israel habitará em Jerusalém terrestre, enquanto a Igreja habitará aquela gloriosa cidade que João viu descer do céu, a Nova Jerusalém. (Localizar essa cidade no Mapa das Dispensações).
10. Quanto à Origem da Igreja, ela foi escolhida por Deus já antes da fundação do mundo. Ef 1.4,5. Quando Jesus estava a poucos dias para ser crucificado, revelou aos discípulos esse Seu propósito de estabelecer a Igreja. Mt 16.13-20. O argumento da Igreja Católica Romana de que a Igreja foi fundada sobre o apóstolo Pedro, e que os papas são os seus sucessores, carece de qualquer prova bíblica. O nome "Pedro" deriva da palavra grega "petros", que, segundo a distinção observada no grego clássico, significa "um fragmento de pedra", que se pode por na mão. Por outro lado a palavra "pedra", que Jesus usou nesta passagem em apreço, (Mt 16.18) deriva de outra palavra grega, "petra", que significa uma rocha ou penhasco. É esta a "rocha" sobre a qual Jesus fundamenta a sua Igreja e não a "pedra pequena" que seria o apóstolo.
O nome Pedro (petros) claramente se distingue da confissão de Pedro - "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (vers. 16). Sobre essa confissão, qual artigo fundamental da fé, (Jo 3.18; 20.31), ou então sobre o próprio Cristo, o Rochedo, seria estabelecida a Igreja. At 4.11,12;
Pe 2.3-8; I Co 3.11; Ef 2.20-22. Se Pedro fosse o alicerce da lgreja, certamente o mistério da mesma e suas principais doutrinas teriam sido reveladas a ele e não a Paulo, que se converteu posteriormente. Ef 3.9,10. Nem tão pouco teria Paulo tido a coragem de chamar-lhe a atenção justamente sobre questão da composição da igreja. Gl 2.11- Vamos perguntar
11. Quem Integra a Igreja? O período da Igreja estende-se desde o dia de Pentecoste até ao rapto da Igreja. (Isso não significa que ninguém será salvo durante a Grande Tribulação, pois sabemos que de fato haverá conversões nesse período). Por conseguinte, a Igreja ou a Noiva de Cristo compõe-se de pessoas salvas no período entre esses dois eventos. Os santos do Velho Testamento não pertencem à Igreja, no sentido dispensacional, pois no seu tempo a Igreja ainda não existia como entidade identificável. Contudo, Deus tem ordenado que haja uma vinculação muito estreita entre os santos do Velho Testamento e os "chamados para fora", os salvos pelo Evangelho de Cristo, em nosso tempo, pois lemos em Hb 11.40 "que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados". A fé demonstrada por esses homens de Deus, em suma, é a mesma fé que temos, a fé no Salvador e Redentor, o Messias. A esperança e o amor que neles estavam também são os mesmos que agora recebemos de Deus. No céu, ao redor do trono da graça, todos juntos louvaremos o nome de Deus e de Jesus Cristo. As pequenas diferenças que houver, oriundas de períodos ou épocas, nem serão lembradas, na euforia da vitória conquistada em nome de Cristo!
12. A Missão da Igreja no mundo está claramente definida na Palavra de Deus. Nunca foi intenção de Deus que fosse ela um clube social, para apenas entreter os homens, e nem tão pouco uma organização apenas humanitária, por muito louvável que isso fosse. Nem tão pouco foi a Igreja estabelecida para fins comerciais, como se vê nas igrejas católicas onde se vendem indulgências por preços elevados, visando a obtenção dos privilégios do ditoso porvir.
Afirmamos que a missão da igreja é: ser uma luz brilhante nas trevas (Mt 5.14-16; Fl 2.15,16); um sal preservante (Mt 5.13) contra as influências deletérias da sociedade; um meio evangelizante, proclamando a um mundo perdido a mensagem salvadora de Cristo (Mc 16.15-20); um apoio da verdade, cada membro procurando edificar o outro. (Ef 4.16); cada cristão deve ser um exemplo de fé (I Pe 2.9) e embaixador do reino dos céus entre um povo contrário a Cristo (II Co 5.20; Ft 3.20), sendo que a "nossa cidadania está no céu."
13. Comparação da Dispensarão Eclesiástica com a Mosaica. Os Mediadores. É o propósito de Deus durante a presente dispensação extender a todo o mundo o convite para participar de Sua graça, como havia feito aos judeus durante o tempo da Lei. Esse convite é feito através do Mediador da Nova Aliança, que é Jesus, como Moisés o foi da Velha Aliança, tendo como propósito "chamar um povo para fora" do mundo, como indica o nome "eclesia". Os judeus foram chamados do Egito (Os 11.1) e a Igreja é chamada para fora do mundo. At 15.14. Israel como nação, foi o instrumento da expressão da obra de Deus no Antigo Testamento; de igual modo Ele opera na Igreja nos dias atuais.
As Revelações. Cada qual destes dois grupos, Israel e a Igreja, recebeu uma específica revelação de Deus, Israel através de Moisés, e a Igreja, através de Cristo e a Nova Aliança. É de se notar que ambos, Israel e a Igreja, eram: 1) separados de outros grupos. Êx 33.16; II Co 6.17; 2) um tesouro peculiar para Deus. Êx 19.5,1 Pe 2.9; 3) uma nação santa. Êx 19.6; I Pe 2.9; 4) reino de sacerdotes. Êx 19.6- I Pe 2.9; 5)"Deus era Quem sarava suas enfermidades. Ex 15.26; Tg 5.14,15. 6) obrigados a guardar Seus mandamentos. Êx 15.26; 19.5; Jo 14.21; I Jo 3.22. Ambos esses grandes Mediadores das duas alianças, a Mosaica e a Nova, comunicaram algo do seu espírito a outros que participariam com eles do ministério de comunicar essas alianças ao povo. Nm 11.14-17; At 1.8 e II Co 3.6.
Em ambas as dispensações, as Escrituras foram recebidas de Deus, preservadas e transmitidas; o Velho Testamento pelos profetas judaicos e o Novo Testamento pelos santos cristãos.
Em ambos os períodos houve a esperança da vinda de Cristo. Eles esperavam-nO em Sua primeira vinda, e nós, na segunda. Lc 2.38; Tt 2.13.
Tanto Israel como a Igreja, em suas respectivas dispensações, têm a incumbência de ser a luz para o mundo, através de sua presença no meio dos homens (Fl 2.15) e por seu sacerdócio em favor das nações. Êx 19.6; I Pe 2.9.
As falhas dessas dispensações são mui evidentes. As características distintivas de Israel logo se perderam e essa nação começou a cometer os mesmos pecados das demais nações. Como Israel se desviou, assim a Igreja também o fez, perdendo o poder de Deus e bem assim a sua mensagem para um mundo perdido.
Contudo, sempre houve um remanescente fiel, tanto na Dispensação da Lei como na Eclesiástica, de pessoas que mantêm sua fé firme em Deus, obedecendo-0 em tudo. Esses são aqueles que mantêm acesa a tocha da verdade. I Rs 19.18; Is 1.9; Lc 2.38; Ap 2.24; 3.4,20,21; Mt 22.14. Como houve apostasia geral no fim da Dispensação da Lei, assim está prevista uma apostasia geral para o fim da presente dispensação, II Ts 2.3.
Sendo que ambas as dispensações, a da Lei e da Igreja, fracassaram quanto ao exercício de suas oportunidades e responsabilidades, apostatando da verdade, é de se esperar que o juízo divino venha sobre a Igreja tal qual veio sobre Israel. I Pe 4.17; Mt 3.12; 24.50,51; Ap 2.5,23.
Cristo é a causa motivante, bem como o tipo das duas dispensações. Jesus estava no mundo justamente na hora quando essas duas dispensações estavam justapostas. Ele era a vida espiritual do remanescente fiel da velha dispensação e a Sua vida era um tipo de ambas, pois Ele também foi chamado do Egito, recebeu a maravilhosa revelação de Deus no princípio de Seu ministério, foi ao deserto, usufruindo um tempo de popularidade entre o povo para depois ser rejeitado, vindo comparecer a julgamento perante Pilatos. Ao ser pendurado na cruz, sendo julgado de modo especial pelos pecados dos "seus" - Israel e a Igreja - Ele estendia u'a mão em direção à Dispensação passada e a outra em direção à essa que assomava. Dava a Sua vida por ambas. Que ironia que Jesus, o Arquiteto maravilhoso que planejou os séculos (Hb 11.3), na cruz fosse esmagado bem no meio dos mesmos!
QUESTIONÁRIO
1. Que significa a expressão "reino dos céus"?
2. Explicar porque a Igreja se compara a uma casa.
3. Por que a Igreja pode ser comparada a um templo?
4. Descrever a comparação entre o corpo humano e a Igreja.
5. "Organismo" difere em que de "organização"?
6. A Igreja é "organismo" ou "organização"?
7. Qual foi o grande assunto debatido e resolvido no Concilio em Jerusalém? At 15.
8. Quando a Igreja foi visivelmente inaugurada?
9. Durante quanto tempo a Igreja foi constituída exclusivamente de judeus?
10. Quanto tempo levou para os gentios serem recebidos na igreja em pé de igualdade com os judeus?
11. Qual é o campo de operação da Igreja?
12. Qual é a mensagem da Igreja?
13. Sua visão é nacional ou internacional?
14. Em que constava o poder para proclamar a mensagem da Nova Aliança?
15. E o propósito de Deus converter o mundo todo durante esta Dispensação Eclesiástica?
16. Qual é o grande "mistério" da Igreja que foi revelado a Paulo?
17. Como se define "mistério", segundo a Palavra de Deus?
18. Mencionar seis dos principais mistérios da Bíblia. Citar referências.
19. Que significa o "mistério de Deus"?
20. Como se desenvolve o aperfeiçoamento da Igreja?
21. Quem era a "esposa" de Jeová no Velho Testamento?
22. Descrever o simbolismo do casamento de Isaque com Rebeca como típico de Cristo com a Igreja.
23. Dizer por que não crê que Pedro fosse o alicerce da Igreja.
24. Que significam as palavras gregas "petros" e "petra"? Qual delas se refere a Pedro e qual a Cristo?
25. Os santos do Velho Testamento pertencem à Igreja como entidade propriamente dita?
26. Qual a vinculação que a Igreja atual tem com esses grandes homens da fé, dos tempos Velho Testamentários?
27. Mencionar o que a Igreja não deve ser em relação à sua missão no mundo.
28. Mencionar seis pontos que demonstram a verdadeira missão da Igreja no mundo.
29. Comparar os judeus e a Igreja quanto à sua relação com o mundo.
30. Como se chamam as revelações que Deus deu aos judeus e à Igreja?
31. Comparar as alianças Mosaica e a Nova, em cinco pontos específicos.
32. Quais as duas partes da Bíblia concedidas nestas duas dispensações?
33. Mencionar sete coisas em que há semelhança entre as Dispensações Israelita e a Eclesiástica.
34. Demonstrar como a própria vida de Cristo foi um tipo das duas Dispensações.
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Capítulo 9
O século presente
A segunda vinda de Cristo
F. A Igreja e a Segunda Vinda de Cristo. (O leitor deve localizar este período no Mapa das Dispensações).
1. O Destino da Igreja rapidamente aproxima-se do seu glorioso desfecho, e bem assim o destino do mundo de modo geral, neste fim do "Século Presente'. O plano divino da redenção chegará à sua conclusão exatamente como Deus o havia planejado e do modo como está revelado nas Escrituras. Esse plano prevê que todos os crentes falecidos, em Cristo, serão ressuscitados dentre os mortos, e na mesma ocasião os crentes que estiverem vivos, serão trasladados ou raptados para se encontrarem com Cristo nos ares, ao soar da trombeta. I Ts 4.13-17; I Co 15.51,52. Em Sua palestra com Marta, na ocasião da ressurreição de Lázaro, Jesus indicou que haveria essas duas classes, ao dizer, "Eu sou a ressurreição e a vida". Para aqueles que já faleceram, possuídos da fé em Cristo, Ele é a RESSURREIÇÃO, i.e, o poder suficiente para libertá-los do reino da morte e, para aqueles que estiverem vivos e crentes no Evangelho, Cristo será a VIDA, a energia que transformará, num abrir e fechar de olhos, seus corpos materiais em corpos glorificados.
No Velho Testamento aconteceram dois casos de ar-rebatamento, de homens que, estando na terra, subitamente acharam-se no céu: Enoque, do.s tempos ante-diluvianos (Gn 5.24; Hb 11.5) e o profeta Elias (II Rs 2.11), que foi elevado num carro de fogo.
Em Lucas 9.28-31 encontramos uma espécie de ensaio quanto ao tempo em que Cristo voltará à terra em glória, ensaio esse pelo qual conhecemos o tipo de pessoas que integrarão o Seu reino. No Monte da Transfiguração, junto com Cristo, cuja deidade resplandeceu sobre a Sua humanidade nessa hora, foram vistos Moisés e Elias. Moisés representava aqueles que haviam falecido e Elias aqueles que não experimentarão a morte, ambos participantes da mesma glória que se há de revelar.
Quanto à ressurreição dos crentes Paulo informa em l Co 15.22-24 que "cada um, porém, (será ressuscitado) por sua ordem: Cristo, as primícias; depois os que são de Cristo, na sua vinda". A palavra "ordem" no original é "tagmati", que é um termo militar significando tropa militar formada com suas diferentes ordens, indicando, a nosso ver, que haverá distintos grupos de ressuscitados no dia da vinda de Cristo. Os santos ressuscitados após a ressurreição de Cristo (Mt 27.52,53), a grande multidão de salvos durante a Grande Tribulação (Ap 6.9-11) e a ressurreição e rapto das duas testemunhas mártires (Ap 11.7-11), são casos que ilustram essa verdade.
2. O Tempo do Arrebatamento da Igreja é um assunto de elevada importância. A Segunda Vinda de Cristo consiste de um só evanto, contudo, o mesmo se manifestará em duas fases. Primeiramente, ocorrerá o rapto da Igreja que será a trasladação dos crentes, tanto vivos como falecidos, para estarem na presença de Cristo, nos ares, como Paulo explica em I Ts 4.13-18. Após o rapto haverá um período de tempo que durará pelo menos três anos e meio ou mais provavelmente sete anos, durante o qual terá lugar 0 juízo da Igreja, no chamado "Tribunal de Cristo" (II Co 5.10; I Co 3,10-17), onde ela receberá os galardões do Senhor. Também estará presente às bodas do Cordeiro, no céu, na qualidade de "Noiva". Ap 19.6-10. Durante este período o Anti-cristo reinará sobre a terra e a Grande Tributação se desencadeará sobre Israel e as nações. Depois disso dar-se-á a "Revelação" de Cristo, em forma visível, sobre as nuvens do céu, quando Ele descerá à terra no Monte das Oliveiras, de onde ascendeu. At 1.11,12; Mt 24.30; Zc 14.4,5; Cl 3.4; I Ts 3.13; Jd 14; Mt 24.27-30. Essa será a Sua manifestação em poder e grande glória a Israel e às nações do mundo. O rapto será um evento secreto enquanto a revelação terá a mais ampla divulgação, todo o mundo tomando conhecimento da mesma. Logo em seguida, Cristo estabelecerá Seu reino de 1.000 anos de paz sobre a terra. (O estudante deve localizar esses eventos no Mapa das Dispensações, vendido em separado). Em Ap 19.8,14 está declarado que Cristo trará consigo "os exércitos que há no céu... com vestiduras de linho finíssimo branco e puro". Esses só podem ser os santos previamente arrebatados. Logicamente, esses san-tos não poderiam voltar com ele a não ser que fossem primeiro reunidos a Ele, fato que deverá ocorrer no momento do rapto da Igreja. Esses santos então reinarão com Cristo sobre a terra durante o período milenial. Nosso lugar nesse reino, sem dúvida, será estabelecido enquanto estivermos com Ele no céu, durante o período entre o Rapto e a Revelação. Contrário a esta opinião do rapto pré--Tribulação, alguns ensinam que a Igreja terá que passar pela Tribulação e ser arrebatada depois. Passamos a apresentar
3. As Razões Por Que Opinamos que a Igreja não Passará pela Tribulação.
a. Nenhuma passagem bíblica declara explicitamente que a Igreja passará pela Grande Tribulação. Israel, sim, está identificado com a Tribulação e bem como as nações e os ímpios em todo o mundo, mas a verdadeira igreja não é mencionada em conexão com a Tribulação.
b. O livro do Apocalipse trata em geral dos derradeiros sete anos do século atual, a "Septuagésima Semana" revelada a. Daniel. Dn 9.27. O apóstolo João, tendo registrado sua visão de Cristo glorificado, no cap. 1, e das sete igrejas, nos caps. 2 e 3, que representam a história da Igreja universal, desde o Pentecoste até ao Rapto, ele, a partir do capítulo quarto, começou a revelar o que aconteceria "depois destas coisas", (4.1), isto é, depois do período da Igreja. Os capítulos 9 a 19 descrevem os tempos da Grande Tribulação. É significativo que em todo esse trecho a Igreja não é mencionada uma só vez, direta ou indiretamente. No capítulo 4 os 24 Anciãos sentados sobre tronos em volta do trono de Deus, como representantes da Igreja arrebatada que já recebera seus galardões e que já se sentara com Cristo em tronos. Portanto, tudo isso indica que durante a Tribulação a Igreja estará com Jesus nos céus. No capítulo 19.8 vemos a Igreja voltando à Terra com Cristo para aqui reinar. Naturalmente, para poder voltar, seria necessário primeiro ter subido com Cristo.
c. A Promessa à Igreja em Tiatira esta: "... dar-Ihe-ei ainda a estrela da manhã". Ap 2.28. Jesus fez referência à Sua Pessoa como "a brilhante estrela da manhã". Ap 22.16. Não duvidamos que a promessa ao crente, neste caso, de receber a "estrela da manhã", significa ser recolhido à presença do Senhor antes do "levantar do sol", que neste caso representaria o início do reino milenial. A estrela da alva sempre é vista de madrugada, antes da aurora. Em Malaquias 4.1,2 encontramos uma promessa a Israel referente a esse período milenial, que diz: "Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas..." Esse "nascer do sol" ocorrerá justamente após a noite mais escura em toda a história do povo de Israel, a Grande Tribulação. Assim quando esse novo dia, o Milênio, despontar, a estrela da manhã já terá aparecido e a Igreja terá sido recolhida à presença de Cristo para participar com Ele da administração do reino que será inaugurado ao aparecer o "Sol da Justiça".
d. A Promessa à Igreja em Filadélfia, a cidade do "amor fraternal", a Igreja verdadeira dos últimos dias da presente dispensação. "Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra Ap 3.10. A expressão "hora da provação", da qual a igreja será guardada, a nosso ver, só pode ser a Grande Tribulação, pois trata-se de algo de âmbito internacional. O estudo do texto no grego original permite a interpretação no sentido de que a Igreja será literalmente "extraída' dessa hora, "guardada" de tal maneira que ela não estará envolvida nos eventos dessa hora difícil.
e. A Grande Tribulação representa um período de juízo ou ira sobre um mundo ímpio, a "igreja" apóstata e Israel em rebeldia. Os juízos mais terríveis desse período são justamente os sete "flagelos". Em Ap 15.1 e 16.1,19 nota-se as seguintes fortíssimas expressões: "flagelos... com estes se consumou a cólera de Deus". "Derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus". "Lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira". Em contraste com esse castigo que Deus manda sobre a terra, temos a pro-messa de Jesus em João 5.24 que "Quem ouve a minha palavra... não entra em juízo..." "Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação..." 1 Ts 5.9. "Sendo justificados pelo seu sangue seremos por ele salvos da ira." Rm 5.9. Paulo declara que "Jesus... nos livra da ira vindoura." I Ts 1.10. O ímpio está destinado a sofrer o flagelo de Deus, mas o crente dele escapará.
f. A Grande Tribulação, embora afetando o mundo inteiro tem a ver especialmente com Israel. Jr 30.4-9; Dn 12.1; Mt 24.15,21.
g. A Promessa à Igreja concernente o a r rebata-mento não dispõe de nenhum sinal pelo qual podemos determinar a hora exata da vinda de Cristo. Jesus disse que ninguém sabe em que hora o Filho do homem há de voltar. Por outro lado, há vários sinais de medidas cronológicas que se aplicam a Israel, como sejam "semanas", "tempo", "tempos" e "metade de tempo"; "quarenta e dois meses"; "1.260 dias"; "2.300 dias", etc. Mas tais expressões não se referem à Igreja nem ao seu destino. Outra razão por que cremos que o Apocalipse se refira à Grande Tribulação é a menção de tantos sinais e simbolismos nitidamente judaicos, e bem assim esses elementos cronológicos nele encontrados.
h. O Período da Igreja é o período entre a 69a. e a 70a. "semana" (de anos) mencionada em Dn 9.25-27. A morte de Cristo (o Ungido) deu-se depois da 69ª. "semana" (vers. 26). Neste ponto teve início a Igreja, o povo "chamado para fora" de todas as nações, como foi falado no Concilio em Jerusalém. At 15.14-17; Am 9.11,12. A 70a. "semana" (7 anos) é o período da Grande "Tribulação de Jacó", Dn 12.1; Jr 30.7; Ap 12.7-9. Sem dúvida, quando se iniciar essa "semana", a Igreja já terá sido arrebatada para estar com o Senhor.
i. O Ensino de Jesus em Lucas 21.25-36 deixa bem claro que o destino de Sua Igreja é escapar do castigo que o mundo sofrerá. No vers..28 diz: "Ora, ao começarem estas coisas (os sinais no sol, na luz, e nas estrelas, a angústia entre as nações, a perplexidade, o terror, etc.) a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças; porque a nossa redenção se aproxima." Esta "redenção" refere-se à "redenção do corpo" mencionada em Rm 8.22,23, que é a trasladação do crente no momento do arrebatamento.
j. O Ensino de Paulo também enfatiza que a salvação da Igreja inclui o ser salva da ira vindoura. I Ts 1.10; 5.9. Conseqüentemente, devemos esperar a vinda de Cristo e não a vinda da Tribulação. Para o mundo, a vinda de Cristo será uma surpresa, como a chegada dum ladrão. I Ts 5.1-8. Notemos o contraste entre os homens do mundo e os crentes pelo uso das expressões "mas vós" e "nós, porém", nos versículos 4 e 8.
I. A Trombeta de I Co 15.52 e a Sétima Trombeta de Ap 10.7 e Ap 11. 15-19 não são idênticas. A "trombeta" de I Co 15.52 tem a ver com o mistério do arrebatamentc da Igreja, assunto que Paulo tratou ao escrever a primeira carta aos Tessalonicenses 4.16,17. O soar dessa trombeta é coisa instantânea, ao passo que a "trombeta" mencionada em Ap 10.7 e 11.15-19 é uma "trombeta" de juízo sobre a terra. É relacionada ao "mistério de Deus", de amplitude muito vasta, abrangendo até o desfecho final do grande plano milenar de Deus, que reúne o reino milenial de Cristo, o juízo das nações, o galardão dos crentes, a ressurreição dos últimos grupos de ressuscitados durante a Grande Tribulação, e mesmo a ressurreição dos incrédulos, ou seja "a segunda ressurreição". O que se nota a respeito dessa "trombeta" é que ela representa um período de tempo e não apenas um toque instantâneo como é o caso da outra "trombeta" em I Co 15.52. A referência Ap 10.7 diz: "... nos dias da voz do sétimo anjo..." Esses "dias" incluem realmente as sete "taças" da ira de Deus e levam-nos até ao cap. 20 do Apocalipse. Mas a "trombeta" de I Co 15.52 soa antes da Grande Tribulação. O grande comentador Adam Clarke sugere que Paulo, ao descrever a ressurreição, lançou mão duma fraseologia puramente judaica, pois os rabinos ensinavam que a ressurreição realizar-se-ia numa série de toques de trombeta. O sétimo seria o último quando os mortos levantar-se-iam revestidos de corpos celestiais.
Por essas razões opinamos que seria forçar a interpretação dessas passagens dizer que a "última trombeta", mencionada por Paulo em I Co 15.52, seja a mesma "trombeta" de que fala João em Ap 10.7 e 11.15-19, ensino que teria como alvo indicar que o arrebatamento da Igreja e a ressurreição dos mortos crentes (a primeira ressurreição) realizar-se-iam no meio da Tribulação ou mesmo depois da mesma.
m. O Ensino Típico do Velho Testamento apresenta José como tipo de Cristo. Ele casou-se com Asená, uma gentia, durante o tempo de sua rejeição por parte dos seus irmãos e antes dos sete anos de fome. Gn 41.45. Semelhantemente, Cristo receberá a sua "noiva", que na sua maioria também é gentílica, durante o tempo de sua rejeição por parte dos seus irmãos segundo a carne, isto é, Israel, e acontecendo isto antes dos sete anos da Grande Tribulação.
Enoque sempre foi considerado como tino dos crentes arrebatados antes da Tribulação, pois a sua trasladação deu-se antes do Dilúvio. Jd 14-16; Gn 5.24.
Em Lucas 17.26-30 Jesus fez a analogia entre os dias de Noé no tempo do Dilúvio e os dias de Lõ quando Deus subverteu as cidades de Sodoma e Gomorra. Esses juízos não ocorreram enquanto os seus servos de Deus não estivessem em lugar seguro, Deuis considerou tanto um homem como Ló, um crente relativamente fraco, certamente Ele usará de misericórdia para com Seus verdadeiros santos no fim do tempo, não permitindo que a Noiva de Cristo receba o castigo destinado a um mundo ímpio. Jr 30.7; Ap 7.4-8; 14.1-5. A Igreja é o "sal" preservante do mundo. Quando for tirado do meio dos homens, como é previsto em II Ts 2.7-10, então é que o mundo entrará em estado de "putrefação" moral e espiritual. Então será revelado o mistério da iniqüidade, o Anti-cristo, e toda sua operação do erro, que culminará com o juízo direto de Deus sobre esse homem e sobre Satanás que lhe dará esse estranho poder.
QUESTIONÁRIO
1. Qual é o destino previsto para os crentes falecidos "no Senhor"?
2. Qual é o destino previsto para os crentes que estiverem vivos na hora do arrebatamento da Igreja?
3. Que significam as palavras de Jesus a Marta "Eu sou a Ressuneição e a Vida"?
4. Citar dois casos acontecidos no Velho Testamento de homens que foram arrebatados?
5. Quais os grupos de fiéis que Moisés e Elias representam?
6. Na "primeira ressurreição" haverá uma só ocasião de ressurreição, ou haverá várias?
7. A vinda de Cristo consistirá de um só evento ou haverá mais de um? Explicar.
8. Quando e onde se realizará o "Tribunal de Cristo" ? Quem será julgado ali?
9. Descrever a "Revelação" de Cristo.
10. Como será o "Rapto" da Igreja?
11. Que significa que Cristo trará consigo "os exércitos que há no céu"?
12. Qual a posição que os santos terão junto com Cristo durante os 1.000 anos de paz?
13. Qual é a passagem que explicitamente determina que a Igreja passará pela Grande Tribulação?
14. De que trata o livro do Apocalipse?
15. Que significa os 24 anciões?
16. Explicar o simbolismo da "estrela da manhã" em Ap 2.28?
17. Que significa a expressão "Sol da justiça"?
18. Que significa a expressão "a hora da provação" em Ap 3.10?
19. Por qual razão cremos que a Igreja será afastada dessa "hora"?
20. A Grande Tribulação representa juízo sobre quais grupos?
21. A Grande Tribulação afetará especialmente qual povo?
22. Mencionar certas expressões cronológicas ou simbolismos que são nitidamente judaicos. '
23. Relacionar a Igreja à 69a. e à 70a. "semana" de On 9.27.
24. Que conclusão podemos tirar do ensino de Jesus em Lc 21.25-36 quanto à possibilidade da Igreja passar pela Tribulação?
25. Qual o ensino de Paulo quanto ã Igreja passar pela Grande Tribulação?
26. Demonstrar a diferença entre as "trombetas" de I Co 15.52 e Ap 10.7 e 11.15-19, quanto à ocasião em que soam, e quanto ao período de tempo que abrangem. 27 Demonstrar como o casamento de José com Asená serve de tipo de Jesus e as Bodas do Cordeiro.
28. Como Enoque serve de tipo dos crentes arrebatados à Segunda Vinda de Cristo?
29. Mostrar como Noé e Ló servem de ilustração do tempo da Vinda de Cristo.
30. Explicar como o "sal" serve de figura da Igreja e do arrebatamento da Igreja.
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Capítulo 10
O século presente
A grande tribulaçào
G. A Grande Tributação
1. O Fato da Tributação. (O estudante deve localizar a Grande Tribulaçào no Mapa das Dispensações).
Em Seu discurso no Monte das Oliveiras, respondendo às interrogações dos discípulos, Jesus mencionou a vinda dum período de tributação sem paralelo em toda a história do povo de Deus. Mt 24.21,22. Não devemos confundir essa profecia com os sofrimentos dos habitantes de Jerusalém por ocasião da queda dessa cidade no ano 70, provocada pelos exércitos romanos sob o general Tito. Há várias coisas que não aconteceram em 70 que deverão acontecer em algum tempo futuro, por exemplo, a vinda de Cristo logo depois dessa tribulação. Mt 24.30.
O profeta Jeremias teve uma visão profética concernente a Israel em que viu como essa nação ficou liberta do jugo das nações gentílicas, sendo restaurada ao favor divino. Mas antes que isso acontecesse, ele viu que Israel passou por um tempo de "tribulação" sem igual. Jeremias o chamou do "tempo da angústia para Jacó". Jr 30.4-9.
O profeta Ezequiel teve a mesma revelação, vendo Israel trazido de novo para a sua terra, procedente das nações gentílicas para onde fora espalhado. Israel, segundo esta visão, será purificado, sendo os rebeldes contra o Senhor separados do seu meio, "passando debaixo do cajado" do Senhor, como um pastor de ovelhas separa o seu rebanho. Ez 20.33-44. Em Ez 22.17-22 o mesmo processo de purificação é repetido sob a figura do fogo do refínador. Ml 3.1-3.
Daniel recebeu do Senhor uma revelação especifica sobre este tempo de tribulação no fim deste "século" presente em que temos um vislumbre da relação entre as regiões celestiais e as terrestres. As hostes celestiais, sob o comando de Miguel, o arcanjo, entrarão em choque com os inimigos de Israel, tanto os visíveis como os invisíveis, conseguindo libertar os israelitas fiéis.
Em várias profecias do Velho Testamento encontramos a expressão "o dia do Senhor" (ou Jeová) que se refere ao juízo de Israel e das nações gentílicas e ao tempo da Grande Tribulação de modo geral. Is 2.10-22; Jl 1.15; 2.1; 3.14; Am 5.18-20. Estas profecias às vezes referem-se a algo que ia acontecer em futuro imediato, no tempo do profeta, mas, no entanto o contexto revela que muitas vezes se referem também a um juízo muito remoto e que precede por pouco o tempo da restauração de Israel. Sem dúvida a expressão "o dia do Senhor" refere-se à Tribulação. No Novo Testamento também encontramos semelhante expressão, "o dia do Senhor". I Co 5.5; II Ts 2.2,3, e "o dia de Cristo" (I Co 1.8; II Co 1.14; Fl 1.6-10), expressões que se referem ao período de tempo entre o Rapto da Igreja e a Revelação de Jesus Cristo. Será nesse "dia" em que a Igreja receberá o seu galardão e será unida com Cristo nas Bodas do Cordeiro. Encontramos ainda no Novo Testamento a expressão "o dia de Deus", a qual evidentemente se refere à renovação da terra por fogo e o início do perfeito estado eterno. II Pe 3.12.
2. A Duração da Tribulação. A duração deste período é calculada pelo estudo da passagem em Daniel 9.24-27. Foi revelado a Daniel na ocasião de sua fervorosa oração em favor do seu povo, Israel, que "Setenta Semanas" (ou seja "setes" de anos e não de dias, como o versículo 2 indica) foram determinadas (ou "marcadas") sobre o seu povo e a cidade santa, Jerusalém. Nesse período seriam realizados os seguintes seis importantes eventos: 1) "fazer cessar a transgressão" (vers. 24), isto é, por fim à rebelião secular de Israel contra Deus. Israel crucificou o Messias quando Ele chegou ao mundo, e conseqüentemente foi castigado. Sua incredulidade será transformada em fé à segunda vinda de Cristo, quando essa nação aceitar Jesus como Messias. Toda a nação "nascerá de novo". Rm 11.25-29; Is 66.7-10; Ez 36.24-30. 2) "dar fim aos pecados" (vers. 24), isto é, por um ponto final aos muitos pecados e à rebelião de Israel, evento que se realizará depois da Tribulação. Ez 36.24-30; 37.24-27; 43.7; Zc 14.1-21. 3) "expiar a iniqüidade" (vers. 24), isto é, realizar a expiação em favor desse povo espiritualmente perverso. Isso aconteceu na cruz do Calvário em favor do mundo todo, mas Israel, como nação, até hoje não se valeu dessa maravilhosa providência divina. Mas à vinda de Cristo, Israel se arrependerá dessa atitude. Zc 13.1-7; Rm 11.25-27. 4) "trazer a justiça eterna" (vers. 24), isto é, a justiça que Cristo proveu pela morte na cruz. Is 9.6,7; 12.1-6; Dn 7.13,14,18,27; Mt 25.31-46; Rm 11.25-27. 5) "selar a visão e a profecia" (vers. 24), isto é, chegar ao cumprimento das profecias concernentes a Israel e Jerusalém. Todos conhecerão ao Senhor, desde o menor até ao maior deles. Jr 31.34; Is 11.9. 6) "ungir o Santo dos Santos" (vers. 24), isto é, a purificação do lugar santíssimo do templo dos judeus e a cidade de Jerusalém dos efeitos da "abominação da desolação" e demais sacrilégios praticados pelos gentios durante a Tribulação. Incluirá também a consagração do templo milenial previsto em Ez 40-43; Zc 6.12,13.
Este período de "Setenta Semanas", ou seja setenta vezes sete anos, corresponde, portanto, a 490 anos sacros de 360 dias em cada ano. O período teria início com um decreto para reconstruir a cidade de Jerusalém. Tal decreto foi realmente expedido por Artaxerxes, rei da Pérsia, no "dia 4 de março do ano 445 antes de Cristo. Na profecia ficou revelado a Daniel que esse tempo de 490 anos seria dividido em três períodos da seguinte maneira: 1) Sete "setes", ou seja 49 anos sacros. Dn 9.25. Reinaram sobre a Pérsia os reis Ciro, Xerxes e Artaxerxes. Foi este último rei que lavrou o decreto ao qual se refere a profecia, em 445 a.C, que é mencionado em Neemias 2.1-6.19. A profecia cumpriu-se com a restauração de Jerusalém no tempo de Neemias, 49 anos depois, quando havia terminado o cativeiro babilônico. 2) Sessenta e dois "setes", ou seja 434 anos sacros. Este período teve início logo após o primeiro período de 49 anos é continuou sem interrupção até ao tempo quando Jesus, o Messias foi morto. Dn 9.26. A palavra hebraica "karath", traduzida "tirado" (Almeida) refere-se à crucificação de Cristo, fato que se deu no dia 10 de Nisan, do ano 30 a.D. que corresponde ao dia 6 de abril do nosso calendário. Com esse acontecimento haviam decorrido exatamente as "Sessenta e nove Semanas", ou seja 483 anos sacros. Isso deixa ainda "uma semana" de anos, ou seja sete anos, a se cumprir depois da crucificação de Cristo. 3) Um "sete" de anos sacros, ou seja um período de 7 anos sacros que completará o período de 490 anos previsto na profecia de Dn 9.24-27. Com a morte de Cristo por crucificação, que significou a recusa total do Messias por parte de Israel, Deus também suspendeu suas relações com esse povo. Israel ficou "quebrado" na sua incredulidade. Rm 11.17. Temos esperado por dezenove séculos para o início deste último período de 7 anos da profecia. Agora que Israel está novamente na posse de sua terra, parece iminente a realização desta "semana" que ainda está faltando. Estes sete anos serão o fim da Dispensação da Graça e durante este período haverá um pacto entre Israel e o Anti-cristo e todos os eventos previstos em Ap 6.1 a 19.21 terão então seu cumprimento. Esta "semana" terá seu início logo depois do Rapto da Igreja, à segunda vinda de Cristo. O período de intervalo que tem havido entre a 69a. e a 70a. "semana" tem sido o período da Igreja, du-rante o qual Israel é rejeitado. O plano de Deus foi este que as nações gentilicas tivessem a sua grande oportunidade de encontrar a salvação em Cristo, o Messias.
Agora, o que acontecerá durante a Grande Tributação, este período de sete anos? Vamos considerar Dn 12.1 e as profecias que a antecedem. No fim do capítulo 11, vers. 36 a 45, está prevista a chegada ao poder, nos últimos dias, de um imponente governante que é "o rei" (vers. 36). Esse personagem é o Anti-cristo (II Ts 2.3-10), que proferirá blasfêmias e se exaltará muito num regime o mais autocrático possível. Não respeitará as leis estabelecidas e nem as religiões, vers.37. Por meio de suas conquistas militares e sua riqueza (vers. 38,39), ele terá o domínio do Oriente Médio (Síria, Egito e Palestina) e se colocará como rei em Jerusalém, vers. 40-45. Certos judeus apóstatas (Dn 12.10) aliar-se-ão a ele, mas um remanescente permanecerá fiel a Deus. Em favor desse grupo Deus agirá por meio do anjo Miguel. Dn 12.1. Isso ocorrerá durante a segunda metade desse período de sete anos (Dn 12.7), que o profeta denominou "tempo, tempos e metade dum tempo", significando três anos e meio.
O apóstolo João em sua visão na ilha de Patmos (Ap 12) tomou conhecimento do mesmo período da grande Tribulação concernente a Israel. Na visão, Israel era representado simbolicamente como uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça. Ela deu à luz um "filho varão", que por alguns é tido como sendo o grupo dos 144.000 israelitas. Ap 7.1-9; 12.5; 14.1-5. O mesmo arcanjo Miguel vem proteger Israel nos últimos dias (Ap 12.7), por ocasião da guerra nos céus. Nota-se que as passagens Ap 12.6,14 e Dn 12.7 são cronologicamente idênticas. Esta peleja espiritual tem por alvo vencer Satanás e preservar a "mulher", para que ela não seja destruída nesta derradeira investida do Diabo visando destruir o povo de Israel. Esse esforço da parte das nações, de inspiração satânica, para destruir os judeus, será para esse povo "o tempo da angústia de Jacó". Durante a Segunda Guerra Mundial o ditador alemão Hitler ordenou o massacre de 6 milhões de judeus. Foram asfixiados em câmaras de gás e seus corpos cremados. O autor destas linhas teve oportunidade de visitar um desses campos de concentração em Dachau, na Alemanha, onde centenas de milhares dessas pobres vítimas pereceram. Não duvidamos em dizer que essa perseguição anti-semita de tão tremendas proporções constitue ao menos uma parte do cumprimento das profecias a respeito do povo de Israel.
Os Eventos que acontecerão durante a Tributação. No princípio deste período de sete anos o Anti-cristo fará uma aliança com o povo de Israel que na maioria será um povo apóstata. Dn 9.27. No meio da semana, ou seja depois de três anos e meio, ele quebrará a aliança cujas cláusulas certamente permitiriam o restabelecimento da antiga religião judaica e a reconstrução do Templo no mesmo lugar onde Salomão o construiu. Por enquanto o local é ocupado pela Mesquita de Ornar, um dos mais sagrados lugares da religião muçulmana. O Anti-cristo então erguerá no Santo dos Santos desse Templo reconstruído o que Daniel e Jesus chamaram "a abominação da desolação". Dn 9.27; Mt 24.15. Isso bem pode ser uma imagem de si próprio, como os antigos imperadores romanos costumavam fazer, a qual seria obrigatoriamente adorada por todos. Veja Ap 13.15. Assim, a segunda metade da septuagésima "semana" de Daniel será a GRANDE TRIBULAÇÃO propriamente dita. Mt 24.15,21.
Em resumo, vemos então como a Grande Tributação concerne diretamente a Israel e constitue o juízo de Deus sobre essa nação em face de sua prolongada apostasia e negligência para com seu Rei, Jesus Cristo, o Messias. A Grande Tribulação será ao mesmo tempo um processo de refinamento para preparar alguns para receber Cristo e expurgar os rebeldes entre eles. A Tribulação também afetará o mundo todo, pois o problema do povo judeu é um problema mundial. O novo Estado de Israel foi reconhecido em 1948 pela Organização das Nações Unidas. As quatro guerras entre Israel e as nações árabes, em 1948, 1956, 1967 e 1973, têm sido causa de agitação e preocupação em todos os meios políticos em todo o mundo. Não deixam de ser sinais dos tempos da Tributação que estão chegando. A Guerra do "Yom Kippur" em outubro de 1973 teve repercussões as mais intensas, provocando a crise mundial do petróleo, que também ameaça lançar toda a civilização moderna na maior depressão deste século. Já se nota as características dos dias descritos no livro do Apocalipse. Aparentemente, o início da Grande Tribulação será um tempo de grande prosperidade quando todos estarão proclamando "paz e segurança" (I Ts 5.3), por terem alcançado o estado muito deseja o de "Utopia" sob o governo do "superhomem", o grande dirigente político universal que a Bíblia chama de Anti-cristo.
Na segunda parte da Grande Tribulação Deus derramará seus juízos, cada vez mais severos (V. Ap 16) e a terra sofrerá grandes pragas como o Egito sofreu as pragas nos dias de Moisés. Esses juízos virão porque os homens serão mais depravados ainda do que os homens nos dias de Noé e Ló. Gn 6; Mt 24.37-39; Lc 17.22-37; II Tm 3.1-12. Os homens rejeitarão a verdade ao ponto de acreditar no "engano de injustiça" propagado pelo Anti-cristo, que resultará em sua condenação. II Ts 2.8-12; II Pe 3.1-9. Mesmo depois que se iniciaram esses juízos terríveis sobre os homens, esses desafiarão ao próprio Deus. Ap 9.20,21, 6.2-11; 17.1-18; 18.1-24. Não há palavras para descrever a rebelião e a iniqüidade praticadas pelos homens durante este período da derradeira luta entre Deus e Satanás pela posse da Terra. Ap 11.15; 12.7-12; 19.11-21; 20.1-3. No fim deste período, quando Jerusalém estiver cercada pelos exércitos nas nações aliadas sob o Anti-cristo (Zc 14.1-4; Jl 3.9-17), e quando Israel não dispuser de mais nenhum meio de resistência, e quando parecer que Israel desaparecerá como nação e sendo totalmente destruído, nesse momento esse povo se arrependerá, invocando o nome do Senhor, pedindo-lhe socorro. Is 64; Zc 12.8-10. O Senhor se manifestará do céu, vindo como seu Libertador e vingando-se dos seus inimigos. Ele julgará as nações e implantará seu glorioso governo de 1.000 anos de paz sobre a terra. A capital desse governo será a própria cidade de Jerusalém. Mt 24.27-31; 25.31-46.
QUESTIONÁRIO
1. Qual a passagem da Escritura em que Jesus mencionou a Tribulação?
2. Provar que a destruição de Jerusalém em 70 a. D. não foi a Tribulação.
3. Mencionar três passagens do Velho Testamento que descrevem a Grande Tribulação final.
4. Qual a outra expressão muitas vezes encontrada no Velho Testamento que também se refere à Tribulação? Citar exemplo.
5. No Novo Testamento encontramos semelhante expressão, que também se refira à Tribulação? Dar referência.
6. Demonstrar por Dn 9.24-27 de que maneira a duração da Tribulação é calculada cronologicamente.
7. Quais são os seis eventos que aconteceriam até ao fim das "70 semanas"? Explicar o significado de cada evento.
8.Que significa "ungir o Santo dos Santos"?
9. Como se dividem as 70 Semanas? Quantos anos haverá em cada período?
10. Explicar o significado do intervalo entre a 69a. e a 70a. Semana.
11. Mencionar os eventos principais que acontecerão durante a Tribulação.
12. Que significa a expressão "tempo, tempos e metade dum tempo"?
13. A qual nação a Tribulação concerne diretamente?
14. Como é Israel representado simbolicamente em Ap cap. 12?
15. Mencionar certos acontecimentos nestes últimos anos, que demonstram estar próximo o período da Tribulação.
16. Que significa "a abominação da desolação"?
17. 0 início da Tribulação será marcado por prosperidade ou por crise financeira?
18. Qual será a situação do Anti-Cristo durante a Tribulação?
19. Descrever os juízos divinos sobre o mundo durante a segunda metade da Tribulação, isto é, os três anos e meio.
20. Descrever os eventos em relação a Jerusalém e Israel bem no fim da Grande Tribulação.