O Plano divino através dos séculos - Caps.11- Fim

 

 

Capítulo 11

O século vindouro
 
A. A dispensação do governo divino - O Milênio.

A juntura destes "século" presente e o vindouro fornece um nítido exemplo de sobreposição das dispensações, isto é, que às vezes há um período transitório entre uma e outra. As suas fronteiras não são bem demarcadas. Assim vemos que certos prenúncios do Milênio apresentam-se pelo menos sete anos antes, servindo de introdução a este período. Uma boa parte da população da terra terá desaparecido durante os juízos divinos e terá havido muitas mudanças nas distinções entre as nações e bem assim os limites geográficos de suas terras. O próprio Cristo voltará literalmente a esta terra onde Ele esteve durante 33 anos e pessoalmente reinará sobre a mesma por um espaço de 1.000 anos, e consigo trará a Sua igreja dos redimidos que voltará dos céus onde foi levada na hora do arrebatamento e da primeira ressurreição. O plano de Deus para com o mundo é fazer "convergir nele (em Cristo) na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra". Ef 1.10. Havendo efetuado a redenção dos homens pelo sangue derramado na cruz, Deus também tem por propósito "mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus". Ef 2.7. Podemos dizer que a cruz. é o ponto central de todo este glorioso plano e propósito divinos. Anteriormente, tudo que passou teve a cruz em prospecto e tudo que acontece posteriormente tem a cruz em retrospecto. No Velho Testamento, sob a lei e suas sombras e tipos temos o reino de Deus em prospecto. Na dispensação atual, a da graça, já vemos o reino de Deus sendo estabelecido em seu aspecto espiritual. É verdade que Satanás ataca o reino de Deus, procurando corrompê-lo, como o vemos nas Parábolas de Mateus cap. 13, havendo certa mistura do bem e do mal. Convém esclarecer neste ponto que os termos "reino dos céus", em Mateus, e "reino de Deus", em Marcos e Lucas, sào idênticos quanto ao significado, e referem-se à presente dispensação do evangelho na qual o reino está sendo proclamado. Quem aceita a Cristo, entra no reino pelo novo nascimento. Contudo, Deus não está sendo glorificado na terra como devia ser e como ainda será. A Oração Dominical - "...Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu" - ainda será cumprida futuramente. O reino de Deus se manifestará de modo glorioso sobre toda a face da terra. Este período será a Dispensação do governo divino, dos mil anos de paz.

O termo "milênio" significa mil anos. É usado seis vezes na passagem Ap 20.1-7. É o tempo durante o qual Satanás será amarrado e lançado no abismo enquanto Cristo reina em poder e glória sobre a terra. Na visão de Daniel, em que viu a grande imagem e as bestas (Dn 2 e 7), ele viu uma sucessão de quatro grandes reinos ou impérios mundiais, seguidos pelo "reino da pedra". Dn 2.45; 7.13,14. Este último reino é o reino de Cristo a ser estabelecido quando Ele for revelado, vindo do céu, vingando-se do Anticristo que será destruído (II Ts 2.8), juntamente o Falso Profeta, e ainda efetuando o julgamento das nações. Jl 3.9-17.
 
Quando Cristo voltar à terra (Ap 1.7; Zc 14.4), Ele trará consigo os santos, revestidos de corpos gloriosos, pessoas essas que morreram em Cristo desde o tempo de Abel para cá. I Ts 4.16,17; Jd 14,15. Esses estarão com Cristo na administração dos reinos e governos da terra. Ap 11.15. Os judeus perderão grande parte de sua população durante a Grande Tribulação. Zc 13.8,9; Cf Gn 45. Tendo Cristo como seu Messias e Cabeça, Israel tornar-se-á a nação líder do mundo, e não mais a "cauda". Dt 28.13,44; Is 60.10-15; Zc 8.20-23. Assim sendo, os habitantes da terra, durante o Milênio, consistirão de Cristo como o Rei supremo, os santos ressuscitados, os judeus que abraçaram a fé em Jesus, e as nações simpatizantes.

1. A Forma de Governo. A terra será regida, não por monarquia, nem por democracia, nem por autocracia, mas sim por uma TEOCRACIA, isto é, o próprio Deus regerá o mundo na Pessoa do Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Lc 1.32,33; Dn 7.13,14. Certas passagens das Escrituras indicam que o rei Davi, de cuja linhagem veio Jesus, segundo a carne, tomará parte no governo de Israel já restaurado, servindo como príncipe ou co-regente. Os 3.5; Jr 30.9; Ez 37.24,25; Is 2.2-4. Cristo prometeu a Seus discípulos que se assentariam "em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel." Mt 19.28.

2. A Sede do Governo. A capital do mundo não será nem Washington, nem Londres, nem Tóquio e nem Paris, mas sim Jerusalém, a desprezada cidade tantas vezes pisada pelos exércitos invasores. Essa cidade será totalmente restaurada, vindo a realizar-se a visão do salmista que disse: "Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso Deus. Seu santo monte, belo e sobranceiro, é a alegria de toda a terra; o monte de Sião, para os lados do norte, a cidade do grande Rei. Nos palácios dela, Deus se faz conhecer como alto refúgio." SI 48.1-3; Cf. Is 2.2-4.
 
3. O Território de Israel. Há diferença de opinião quanto à extensão do território de Israel durante o Milênio. Sabemos que a terra prometida a Abraão em Gn 15.18, jamais foi totalmente ocupada por essa nação, nem mesmo durante os prósperos reinados de Davi e Salomão. A concessão original estende-se do "Rio do Egito", que na opinião de certos eruditos seria o Rio Nilo e de outros, dum pequeno rio chamado El Arish, procedente da Península do Sinai, perto do Egito, até o Rio Eufrates. Se entendemos que toda a extensão do Rio Eufrates é incluída como fronteira, então a promessa incluiria toda a península arábica. As referências Dt 11.24 e Ez 47.18, que mencionam "o mar ocidental" (o Mediterrâneo) e "ornar oriental", provavelmente não se referem ao Mar Morto, mas sim ao Mar Índico. "O ermo exultará e florescerá como o narciso". Is 35.1. Haverá grande aumento de população, tornando a nação forte. Is 60.22. Para cumprir essas profecias, seria necessário um território bem maior do que Israel atualmente possue (1974), isto é, aquela faixa entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão e mais os altos de Golã e o deserto do Sinai, tomada na Guerra dos Seis Dias em 1967.

4. A Cidade Milenial. Ez 48.1-35. Nesta passagem temos a repartição do território de Israel entre as doze tribos em largas faixas, estendendo-se do oeste ao leste, a partir da tribo de Dã no norte, e terminando com Gade no sul. Colocada entre as tribos de Judá e Benjamim, haverá uma área conhecida como a "região santa", um território de sessenta milhas (cerca de 100 km) quadradas, no meio da qual estará a cidade de Jerusalém, inclusive as terras dos levitas e sacerdotes. O templo judaico milenial, localizado no centro da terra dos sacerdotes, terá mais de uma milha quadrada de extensão. É notável que as tribos de Judá e Benjamim, que eram as mais leais a Davi no tempo da divisão do reino, agora achar-se-ão em lugar mais privilegiado quanto à proximidade da "região santa".
 
5. O Rio Milenial. Ez 47.1-12; Zc 14.1-8. Esta passagem de Ez 47.1-12 costuma ser interpretada de modo espiritual a significar o rio da salvação, as águas do Espírito Santo, que começaram a fluir no dia de Pentecoste, em profundidade crescente, que veio a atingir com suas bênçãos toda a face da terra. Por muito bem que sirva como ilustração, o rio que o profeta descreve é um rio literal que sai debaixo do altar do templo restaurado, fluindo na direção oriental, desaguando finalmente no Mar Morto. As águas salubres deste rio transformarão esse mar, atualmente muito salgado, em mar de água doce. Então haverá peixe nesse mar. Hoje não há. Nas suas margens haverá terrenos frutíferos. O leito desse rio que fluirá na direção oriental (o que atualmente seria impossível), provavelmente será aberto por terremoto na ocasião em que Jesus descer sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14.4). O sismo fará o monte dividir-se em duas partes, uma deslocando-se para o norte e a outra para o sul, permitindo o rio passar entre ambas. Quem conhece a topografia dessa região, como o autor destas linhas a conhece, diria que tais acontecimentos jamais poderiam realizar-se. Só podia ser por meio de milagre e com Deus nada disso é impossível. As profecias cumprir-se-ão!
6. O Templo Milenial e seu Serviço. Ez 40.1 a 44.31. O profeta Ezequiel teve uma visão extraordinária sobre a ordem das coisas durante o Milênio, tanto civil como religiosa. Essa visão prove uma descrição detalhada do próprio santuário do templo, o ritual realizado no mesmo, o ministério dos sacerdotes e levitas, e as instruções minuciosas para sacerdote e povo quanto ao culto a Jeová. Em nossa opinião, esse templo será construído no início do Milênio, não concordando com a opinião de alguém que o mesmo seja o da visão do templo de Zorobabel reconstruído depois do cativeiro dos setenta anos, e nem tão pouco que seja o templo de Herodes, o Grande, os quais ja foram destruídos.
O Sacerdócio Arônico. Ez 44.13-31. Temos que ter em mente que a descrição dada nesta profecia não condiz estritamente com as coisas que conhecemos na presente dispensação da igreja. Deus aqui está tratando com o povo de Israel, a nação que foi afastada temporariamente das bênçãos da aliança, e que será novamente reintegrada a essa posição. Cremos que é por isso que vemos na dispensação milenial os antigos sacrifícios restabelecidos, sacrifícios esses que nós julgávamos passados para sempre. Escreve o pastor W.C. Stevens a respeito: "... estes sacrifícios podem ser considerados sob o ponto de vista retrospectivo; em ambos os casos seu valor consiste, em contemplá-los através da Pessoa de Jesus Cristo, discernindo os vários aspectos do Seu sacrifício por nós. Jesus deu a entender, por exemplo, que depois do Seu retorno, celebraria a ceia do Senhor, prometendo beber o novo vinho conosco no Seu reino. Semelhantemente, Jesus imprimirá uma nova significação a esses sacrifícios renovados, pelo fato dEle estar presente".
Não nos deve causar tanta estranheza que Israel, uma vez restaurada à sua terra, fato já concretizado, e gozando das bênçãos de Deus como nação, celebre novamente as festas da Páscoa e dos Tabernaculos. Ez 45.21; 45.52; Zc 14.16-19. Tais datas são para os judeus como o dia Sete de Setembro é para os brasileiros. A Páscoa continuará a ser uma lembrança da libertação do Egito e a Festa dos Tabernáculos, lembrança da preservação miraculosa durante a jornada no deserto. Contudo, haverá certas diferenças. Em Levítico o ano findou com uma expectativa de expiação futura. Em Ezequiel o ano começa com um memorial (45.18) duma expiação perfeitamente realizada. Em lugar dos sacrifícios duplos de Levítico na ocasião da Páscoa e dos Tabernáculos, haverá durante o Milênio a celebração de Sete Ofertas, simbolizando uma expiação perfeitamente revelada. Em Levítico havia um sacrifício pela manhã e outro pela tarde. Agora haverá um só sacrifício (holocausto), simbolizando que não há mais a noite moral e espiritual sobre Israel. Está com eles o próprio "Sol da Justiça" - Jesus, o Messias! Na ordem milenial também se nota a ausência dum sumo-sacerdote, e isso em razão de Jesus, o supremo Sacerdote, estar pessoalmente com Seu povo. Também não há menção da arca da aliança, na qual sempre esteve guardada, a lei de Moisés. A lei agora estará, não na arca, mas sim no próprio coração do povo. Jr 3.16-18; 31.33,34. Assimtambém o véu, os pães da proposição, e o candeeiro estão ausentes, pois esses memoriais do Messias ausente, perdem o sentido estando Ele presente. Pela mesma razão a Festa das Semanas (o Pentecoste) desaparece pelo fato de se ter realizado a colheita geral, isto é, o rapto da Igreja.
7. As Condições Espirituais. As condições espirituais em evidência durante o Milênio contrastarão fortemente com as prevalecentes nos dias atuais. Então terá sua plena realização a profecia de Joel 2.28,29, havendo um derramamento do Espírito Santo sobre Israel, nessa época renovado, e sobre as demais nações. Zc 12.10; Ez 36.25-27. O contexto da passagem Jl 2.28,29, mostra que tais bênçãos seguir-se-ão aos juízos do "dia do Senhor", dos quais o remanescente fiel de Israel será libertado. O derramamento do Espírito no dia de Pentecoste e o atual movimento pentecostal são da mesma qualidade daquela de Jl 2.28,29, permitindo Pedro dizer, "... ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel", At 2.16. Contudo, nenhuma dessas efusões do Espírito representa o cumprimento total ou a plena medida vista em Joel 2.28-32. Esse cumprimento ainda aguarda o início do Milênio. O povo pentecostal costuma errar na exegese desta passagem, atribuindo ao movimento atual o pleno cumprimento da profecia. Repetimos que em qualidade ou natureza é igual, mas em grau não o é. Dias gloriosos ainda esperam a Israel e às nações!
O Conhecimento do Senhor será Universal durante o Milênio. Zc 8.22,23; Is 11.9; Jr 31.34. Tal qual hoje prevalece o mal e muitas nações jazem nas trevas da idolatria, naquele tempo a justiça prevalecerá e todas as nações conhecerão o nome de Jeová. Ml 1.11.
A Glória "Shequinah" se Manifestará Continuamente sobre a Cidade de Jerusalém. Em sua visão, Ezequiel viu a glória de Deus afastando-se paulatinamente do templo e da cidade de Jerusalém, vindo a desaparecer de vez a leste do Monte das Oliveiras. Ez 9.3; 10.4; 10.18; 11.23. Esse fenômeno deu-se em razão das horríveis abominações idolatras e pecaminosas dessa nação. Mas o profeta viu quando novamente a glória do Senhor começou a voltar do oriente, vindo a encher o templo. Ez 43.1-5. Esta glória da presença do Senhor permanecerá continuamente sobre a Cidade Santa. Is 4.5,6.
Satanâs será Amarrado durante o Milênio. Esse inimigo, tanto de Deus como do homem, será algemado e lançado no "abismo", de maneira que ele ficará impossibilitado de exercer o seu nefasto programa de engano entre os homens. Que vitória empolgante será! Os céus, como também a terra, serão purificados de todas as influências maléficas de Satanás e suas hostes. Ap 12.7-12; 20.1-3; Jó 15.15.
Haverá Paz Universal durante este período em estudo. Não serão mais esmagados debaixo dos enormes orçamentos bélicos os habitantes da terra que durante séculos têm mantido essas forças armadas, com as quais ameaçam as demais nações. Is 2.4; Mq 4.3,4. A história universal é a história de guerras cada vez mais devastadoras. Só neste Século XX passamos por duas guerras mundiais, além de muitas outras de conseqüências desastrosas para todos nós. As Nações Unidas, organização mundial, que têm por alvo promover a paz entre as nações, também não consegue seu objetivo. As freqüentes conferências de paz também não o conseguem, por muito nobres que sejam esses esforços. Sabemos que a paz mundial será concretizada somente com o estabelecimento do reino de Cristo, que na Bíblia é conhecido como "Príncipe da Paz". Os estadistas esquecem-se de que as guerras só serão afastadas quando a causa das guerras, a iniqüidade no coração humano, for erradicada.
8. As Condições Físicas e Prosperidade da Terra da Palestina. Essa terra era uma vez a "terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel". Dt 8.8; 11.11. Mas a bênção do Senhor foi retirada por causa da desobediência do Seu povo, que resultou nas chuvas serem retidas) Durante séculos essa terra permanecia abandonada, sendo verdadeiramente arruinada. Mas agora, pelo restabelecimento de Israel a Palestina, e o emprego de métodos modernos e científicos de agricultura, a terra está novamente florescente. Com a canalização das águas do Jordão em direção sul até o deserto do Neguev, esse ermo agora está literalmente transformado em producentes fazendas de toda espécie. As chuvas "têmporas" e "serôdias" já voltaram a regar a terra, como o autor destas linhas em recente viagem a Israel pôde constatar. Cremos que tudo isso que hoje acontece em Israel é prenuncio das ainda maiores bênçãos que se evidenciarão ali durante os mil anos de paz sob o regime de Jesus Cristo. Jl 3.18; Am 9.13,14; Is 35.1; SI 67.6; Jl 2.23-26; Is 55.13; Ez 36.8-11.
A Ferocidade dos animais será removida e todas as espécies viverão em paz e harmonia entre si e "um pequenino os guiará". Is 11.6-8.
A Vida Humana será Prolongada. O homem outra vez viverá até alcançar idade provecta, de centenas de anos, como nos dias ante-diluvianos, registrados em Gênesis 5.1-32; Isaías 65.20-22; Zacarias 8.4. Isso pode ser atribuído a algumas mudanças climáticas ou ambientais e mesmo à remoção da influência maléfica de Satanás. Cf. Jó 119; Is 65.20.
Os Raios Benéficos solares serão acrescentados sete vezes em potência e a lua brilhará como o sol, segundo Isaías 30.26. Aparentemente, Jerusalém e as circunvizinhanças serão iluminadas, não apenas pelo sol e a lua, como também pela presença gloriosa de Deus. Is 45.5,6; Êx 13.21,22.
9. A Confluência de Alianças. Qual junção de vários rios para formar um só grande rio, assim no Milênio vemos a confluência de todas as alianças celebradas entre Deus e o homem. Ap 11.19. A Aliança Edênica, que restaurou a supremacia do homem sobre a criação animal e a própria natureza; a Aliança com Adão, com sua promessa de redenção; a Aliança com Noé, com suas provisões governamentais; a Aliança com Abraão, com a chamada do povo judeu e a restauração da Palestina; a Mosaica, com seu sistema de ritos e festas anuais; a Aliança com Davi, cujo cumprimento está em Cristo, o Filho de Davi; e ainda a Nova e Eterna Aliança da graça divina - todas essas contribuem para tornar esta dispensação milenial aquela em que Deus e os homens se aproximaram mais do que nunca sobre esta terra.
a. A Aliança Edênica. Jesus, o Filho do homem, cumpriu o lado humano desta aliança e, por conseguinte, tem o direito de abrir o livrou ou a "escritura" deste mundo e assumir o domínio sobre o mesmo, domínio que o primeiro Adão perdeu. Ap 5.1-7; Rm 8.19-23. A criatura não está mais sujeita ao usurpador que é Satanás e não seguirá mais o seu mau exemplo. Ef 2.2; Gl 5.15. Satanás, a velha serpente, é destituído de sua posição de "deus deste mundo". II Co 4.4; Ap 12.7-9; 20.1-3. No lugar dele reinará Cristo! Glória a Deus! Ap 11.15. Até a própria criação recebe a influência da presença de Cristo na terra. Tudo está em paz e tranqüilidade maravilhosa. Is 11.6-9; 65.25; Os 2.18; Is 35.1-10; 55.13.
b. A Aliança com Adão. A Aliança com Adão havia prometido que o Redentor esmagaria a cabeça da serpente, Satanás, e a primeira coisa que observamos nesta dispensação é a expulsão desse anjo das regiões celestiais e sua remoção de sobre a face da terra e seu confinamento no abismo. Ap 12.7-9; 20.1-3. A expressão "... um Cordeiro como tinha sido morto" (Ap 5.6) é prova de que esses acontecimentos são cumprimento dessa Aliança, pois foi no Calvário que o domínio de Satanás foi quebrado. Hb 2.14; Jo 12.31. Ouve-se o cântico dos redimidos no céu, anunciando-se o fato de que a muito esperada salvação já chegou! Ap 5.9,10; 15.3; I Pe 1.5; Ap 12.10. Assim no Milênio vemos a muito desejada esperança da redenção sendo realizada, e Cristo, o Redentor, pessoalmente assumindo a direção política de toda a terra. Os redimidos de todos os séculos estarão sobre tronos junto a Ele. Os judeus, agora convertidos, tornar-se-ão missionários para as nações. O mundo todo estará cheio do conhecimento do Senhor e Seu nome em toda parte será engrandecido. Is 66.19; Hb 2.14; Zc 8.20:23; 14.16-21; Is 61.5,6; Ml 1.11.
c. A Aliança com Abraão. Durante o Milênio a Aliança com Abraão cumprir-se-á em sua plenitude. Nesse tempo, como nunca dantes, o povo judaico será uma bênção para todas as nações. Gn 22.18; Zc 8.23; Is 66.19. Pela primeira vez em toda sua história, esse povo herdará as terras desde o Rio Nilo até o Rio Eufrates, e de mar a mar, como lhe foi prometido a Abraão em possessão perpétua. Gn 17.8; Ez 37.25-28. As várias tribos terão a sua própria faixa de terra, conforme descrito em Ez 48.
d. A Aliança Mosaica. Esta Aliança, naturalmente, tornou-se nula à cruz do Calvário, mas de qualquer maneira, além de ver todos seus princípios morais reincorporados na Nova Aliança, vemos também o sistema do ritual do templo e de festas anuais novamente utilizados no culto a Deus. O templo será reconstruído, sendo as instruções para a sua construção elaboradas em Ez 40.1 a 43.17. Os rituais que ali serão celebrados não significam que fosse restabelecida a antiga lei, mas que apenas servirão de "memoriais" do amor e da morte de Cristo, no mesmo sentido em que a Ceia do Senhor também tem e continuará a ter esse sentido. Lc 22.16,18,30; Mt 26.29; Mc 14.25.
e. As Alianças com Noé e Davi. Observamos que o arco-íris da Aliança com Noé envolve nesta época o trono de juízo, Deus lembrando-Se de Sua promessa de não castigar todo ser vivente. Gn 9.13-15; Ap4.3. As provisões desta aliança que afetam a natureza e o reino animal, naturalmente são incluídas na renovação da Aliança Edênica. A instituição de governo humano será perpetuada ea Aliança com Davi cumprir-se-á na íntegra no reino do Deus-homem, o Filho de Davi, Cristo, e Seus santos que com Ele reinarão. Lc 1.32,33; Dn 2.45; 7.13,14; Ap 5.10; 11.15; 12.5; 20.4,6. Pela primeira vez em toda a história, a justiça absoluta será aplicada a quem comete pecado, e isso imediatamente. Is 11.1-5; SI 2.9; Ec 8.11; Ap12.5. Jerusalém será capital desse governo mundial de Cristo e Davi será o príncipe da Palestina. Is 2.2-4; Ez 37.24,25. Durante este reino milenial não haverá guerra nenhuma em toda a terra. Mq 4.3,4.
f. A Nova Aliança durante o Milênio. Como já observamos, todas essas alianças fundamentam-se sobre a Nova ou a Eterna Aliança. Portanto, consideramos que tenham o seu cumprimento integral no período milenial, sendo elas realmente expressões ou partes integrais da grande Nova Aliança. É evidente que quando essa Aliança foi prometida, ela associava-se às condições mileniais descritas no Velho Testamento e prometidas especialmente aos judeus quando esses estariam restaurados à sua terra, a Palestina. Ez 36.19-28. É evidente que o derramamento do Espírito Santo, previsto por Joel (2.28-32), concerne de modo especial ao povo judeu no princípio do Milênio. Zc 12.10. Esse fato não contradiz nada que aprendemos a respeito da Dispensação da Igreja, isto é que a Nova Aliança é a Aliança vigente durante esse período. O Espírito Santo claramente ensina que a Nova Aliança cumpre-se verdadeiramente durante a atual dispensação. Contudo, um cumprimento ainda maior nos espera em dias vindouros. Hb 8.7-13; 10.16,17.
A Nova Aliança proveu purificação dos pecados, um coração novo e a presença do Espírito Santo, bênçãos previstas para o povo de Deus tanto durante a Dispensação da Igreja como para a Dispensação Milenial. Assim vemos que a Nova Aliança será plenamente operante, demonstrando em todo o mundo, e mui particularmente na Palestina, as suas bênçãos, resultando em que a grande maioria dos homens do mundo buscarão a Deus e aprenderão a justiça. SI 72; Is 11.9; 26.9; Zc 14.16-21; Ml 1.11.
10. O Fim do Milênio. O estado de depravação natural do coração humano é revelado pelos acontecimentos ao fim desse período de 1.000 anos, durante o qual o homem foi exposto às melhores influências espirituais possíveis. Satanás estava algemado e Jesus Cristo e o Espírito reinavam supremos em todo o mundo. Mas ao fim do Milênio Satanás será solto do abismo por "pouco tempo" (Ap 20.3,7-9), quando uma vasta multidão de gente o acompanhará em uma rebelião contra o Senhor Jesus Cristo em Jerusalém. Essa rebelião será fustigada imediatamente e dominada por Deus que enviará fogo do céu que os devorará. Esse será o verdadeiro e terminante fim da carreira de Satanás quanto a esta terra, quando então ele será lançado no lago de fogo, onde será atormentado para sempre. O fim do Milênio marcará também o fim de todas as dispensações terrestres e o fim do tempo. Havendo muitos fracassados durante esta derradeira dispensação em que se manifestou a presença do Senhor e Sua influência, que visava a salvação e a vida eterna, não resta mais nada para os tais a não ser a indignação abrasadora de Deus. Deus havia prometido a Noé que nunca mais destruiria a terra por água, e essa promessa Deus tem cumprido à risca. Portanto, esta vez a destruição será por fogo, como Pedro o revela em II Pe 3.7-12; Ap 20.9. Assim como os salvos da época ante-diluviana foram resguardados dentro da arca, assim Deus guardará os redimidos desta dispensação milenial enquanto a terra é renovada por fogo. Is 51.16. É nessa conjuntura que surgirá O GRANDE TRONO BRANCO, perante o qual todos os ímpios de todos os séculos terão que comparecer. Serão julgados por Deus, o todo Poderoso. Ap 20.11-15. Os justos das primeiras seis dispensações foram julgados durante a Grande Tribulação (Ap 11.18; II Co 5.10; I Co 3.10-15), e se algum justo aparecer em juízo perante o Grande Trono Branco, será desses que se converteram a Cristo durante o Milênio. Esse será o derradeiro julgamento de todos os tempos. As sentenças aqui entregues determinarão a sorte dessas almas para toda a eternidade.
11. O Estado Eterno. Depois do juízo do Grande Trono Branco e da destruição ou renovação do antigo céu e a terra, o Senhor outra vez "plantará os céus e fundará a terra, enquanto esconde os Seus na sombra da Sua mão". Is 51.16; 65.17; Ap 21.1-8. Nessa ocasião descerá dos céus a "Noiva", a esposa de Cristo, como a NOVA JERUSALÉM, sendo o próprio Jesus Cristo o eterno templo de Deus. Ef 2.19-22. Quem preparou esta cidade foi Jesus. Jo 14.2; Ap 21.16. A cidade será quadrangular, sendo suas dimensões cerca de 2.500 quilômetros de comprimento, e dimensões idênticas de largura e de altura. Se fosse dividida em ruas, haveria lugar para 8 milhões de ruas de Z500 quilômetros de comprimento cada uma! Em comparação com esta cidade celestial, a maior cidade atual do mundo seria como insignificante aldeia rural! Se o espaço do mesmo fosse dividido em lotes para residências haveria um lote para cada pessoa que já nasceu neste mundo em todos os tempos! As ruas serão transparentes e totalmente limpas. Nessa cidade "não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos". Ap 22.5. Que lar glorioso para residência dos fiéis do Senhor!
O curso da história da salvação do homem realmente tem o seu ponto final em Apocalipse 21.8. A passagem de Ap 21.9 a 22.5 serve de explicação mais detalhada sobre essa cidade santa que é a Nova Jerusalém. Enquanto os santos gozarão eternamente da presença de Deus, os incrédulos sofrerão o castigo eterno nas chamas do Lago de Fogo. Ap 20.11,13-15; 21.8. Assim Deus terá separado de Si para sempre todos os rebeldes e incrédulos, e trazido para a Sua presença todos os que aceitaram a Jesus por seu Salvador. Aleluia! Que o leitor seja um desses!
QUESTIONÁRIO
1. Que significa "sobreposição" de dispensações?
2. Que significa que no Velho Testamento os santos tiveram a cruz em "prospecto e hoje a temos em "retrospecto"?
3. Que tem a oração dominical a ver com o reino milenial de Cristo?
4. O termo "milênio" significa o que?
5. Identifica o "reino da pedra" na sucessão de governos mundiais visto em Dn cap. 2.
6. Qual será a posição de Israel durante o Milênio em relação às demais nações?
7. Que forma de governo haverá durante os 1.000 anos?
8. Em que cidade Jesus estabelecerá a sede do Seu governo?
9. Segundo as promessas a Abraão, quais os territórios que Israel possuirá durante o Milênio?
10. Descrever a distribuição de terras em Israel durante o Milênio. Onde será localizada a "região santa"? Onde será localizada a cidade de Jerusalém?
11. Descrever o rio Milenial que nascerá debaixo do altar.
12. Quando será construído o templo milenial? Tem alguma coisa a ver com o templo de Zorobabel ou o de Herodes Grande?
13. Por que os sacrifícios levíticos serão restabelecidos?
14. Por que a Festa dos Tabernáculos e a Festa da Páscoa serão restabelecidas?
15. Que simbolizam as sete ofertas?
16. Por que estará ausente qualquer sumo-sacerdote na celebração dessas ofertas?
17. Por que desaparece a Festa do Pentecoste?
18. Descrever o pleno cumprimento de Joel 2.28,29 durante o Milênio em comparação com a efusão do Espírito nos dias atuais.
19. Que significa que o "conhecimento do Senhor" será universal?
20. Descrever a manifestação da glória "Shequinah" sobre a cidade de Jerusalém.
21. Que resultará do fato de Satanás ser algemado no abismo?
22. Esboçar as razões porque haverá regime de paz mundial durante o Milênio.
23. Descrever a futura prosperidade da terra da Palestina.
24. Haverá qualquer mudança na natureza dos animais?
25. Que revela a Bíblia sobre a longevidade durante o Milênio?
26. A cidade de Jerusalém, além dos raios solares, será iluminada por qual tipo de luz?
27. Que significa a "confluência" das alianças?
28. Em que sentido Cristo cumprirá a aliança edênica?
29. Explicar como Cristo cumprirá a aliança com Adão, especialmente na qualidade do "Cordeiro" que foi morto.
30. Quais os pontos principais do cumprimento integral da aliança com Abraão?
31. Qual a finalidade de serem novamente utilizados certos rituais da lei?
32. Que parte tomará Davi no regime de Cristo?
33. Qual das grandes alianças vigorará durante o Milênio?
34. 0 número de pessoas que buscarão ao Senhor será grande ou pequeno?
35. Explicar como poderia acontecer a revolta de Gogue e Magogue.
36. Por qual meio Deus destruirá o mundo?
37. Quem será o Juiz no julgamento do Grande Trono Branco?
38. Quem será julgado?
39. Descrever a Nova Jerusalém quanto às dimensões e o sistema de iluminação.
40. Em que ponto da Bíblia realmente termina a história da salvação do homem?
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Capítulo 12
As ressurreições e os julgamentos
I. AS RESSURREIÇÕES
As Escrituras ensinam três tipos de ressurreições: 1) Nacional, como é o caso de Israel que em nossos dias está ressuscitando, em cumprimento à profecia de Ezequiel 37 e Oséias 6.1-4; 2) Espiritual, que éo caso da pessoa que experimenta o novo nascimento, passando da morte espiritual para à vida eterna em Cristo. Ef 2.1-6; 5.14; Rm 6.11; e Jo 5.24; e 3) Física ou Material. Esta refere-se ao corpo que foi sepultado. O espírito do homem não morre, mas sim volta para Deus que o deu. Quando a pessoa morre, ocorre a separação entre o corpo e o espírito. Jesus e os apóstolos Paulo, João e Pedro ensinaram que à ressurreição unir-se-ão novamente o corpo e o espírito. Jo 5.28; Lc 20.35-37; At 24.15; I Co 15.22.
Os casos de Lázaro, a filha de Jairo e Dorcas e casos semelhantes, não são propriamente casos de "ressurreição", mas sim de restauração à vida natural. Todos esses tornam a morrer. A pessoa uma vez "ressuscitada" não morre mais. Rm 6.9; Lc 20.36; Ap 19.20. A ressurreição significa que o gérmen da vida física é revestido dum corpo glorificado e espiritual. I Co 15.35-55; M Co 5.1-4; Jó 19.25-27. Todos os mortos serão ressuscitados. Jo 5.28,29; Dn 12.2; I Co 15.22. Somente os justos receberão corpos glorificados, semelhantes ao corpo de Jesus após a Sua ressurreição. Fl 3.21; I Jo 3.2; Rm 6.5. Os incrédulos, na segunda ressurreição, receberão apenas um corpo, e esse não glorificado, no qual poderão sofrer durante a eternidade. Ap 20.5,10,12; 14.9-11; 21.8. O corpo glorificado é composto de ossos e carne, mas não de sangue. Lc 24.39-43.
A. A Primeira Ressurreição. A "primeira ressurreição" beneficiará a todos os justos que faleceram até o tempo da segunda vinda de Cristo. Ap 11.18; 20.6. Essa ressurreição realizar-se-á principalmente durante o período da Grande Tribulação e em grupos sucessivos. I Co 15.23; Lv 23.10,15-17,22. O termo "ordem" em I Co 15.23 significa literalmente uma fileira ou formação militar, sugerindo, portanto, que na ressurreição dos justos haverá vários grupos. Notemos agora três grupos específicos:
a. Cristo, as Primícias. Cristo é as "primícias" dos que dormem no Senhor. I Co 15.23; Cl 1.18. Também são incluídos como espécie de "primícias" os santos ressuscitados que estavam com Ele naquele dia em que ressuscitou. Mt 27.52,53.
b. Os "Vencedores". Esses representam "os pães das primícias", os "ressuscitados" "de entre" os mortos cristãos. Fl 3.11; Hb 11.35; Lv 23.17; I Co 15.51,52.
c. A Colheita Geral. Esta é a ressurreição quase total dos justos dentre os mortos. Lv 23.22; Lc 14.14; I Ts 4. 16,17; I Co 15.51,52.
d. As Respigas. As "respigas" da primeira ressurreição serão recolhidas durante a segunda metade da Grande Tribulação. Lv 23.22; Ap 14.13-16; 15.2; 20.4.
B. A Segunda Ressurreição. A "segunda ressurreição" abrangerá a todos os iníquos mortos de todos os séculos desde Adão, e realizar-se-á depois do Milênio, no tempo da renovação da terra por fogo. Ap 20.5; 11.15. Portanto, será 1.000 anos distante da primeira ressurreição.
(O leitor deve localizar essas ressurreições no Mapa das Dispensações.)
II. OS JUÍZOS
A opinião geral entre o povo é que o mundo será finalmente convertido pela pregação do Evangelho, fato que fará surgir o Milênio. Após esse período, os mortos, tanto justos como injustos, e de todas as épocas, serão submetidos sumariamente a um julgamento perante o trono de Deus. Em seguida, segundo essa opinião, o mundo será destruído por fogo.
Não podemos concordar com essa posição, pois ela carece de fundamento bíblico. A Bíblia fala de três tronos ou tribunais de juízo:
a) O Tribunal, ou "Berna" (grego) de Cristo, a realizar-se nas regiões celestiais. II Co 5.10. Comparecerão nesse julgamento somente os cristãos.
b) O Trono da Glória de Cristo, a realizar-se sobre a terra, quando Ele sentar-se-á como Rei, durante o Milênio, a julgar as nações. Mt 25.31,32: Lc 1.32.
c) O Grande Trono Branco, a realizar-se no céu, perante o qual comparecerão todos os mortos ímpios. Ap 20.11,12.
As Escrituras apresentam sete julgamentos, ou fases de julgamento que tratarão de todas as inteligências do universo quanto à sua responsabilidade perante Deus, isto é, "os vivos e os mortos", anjos e homens. Estes julgamentos são: o julgamento dos pecados dos homens, o auto-julgamento do cristão, o tribunal de Cristo, o juízo das nações, o juízo de Israel, o juízo dos ímpios mortos, e o juízo dos anjos.
Todo filho de Deus terá que passar por este tríplice julgamento: 1) como PECADOR, Cristo foi julgado em seu lugar na cruz do Calvário; 2) como FILHO da família, ele está sendo julgado ou disciplinado pelo Pai celestial; e 3) como SERVO, será julgado na presença do grande Senhor da seara, quanto à sua atuação no campo de trabalho. Em todos estes julgamentos há cinco itens a considerar: 1) as pessoas indicadas; 2) a época de sua realização; 3) o lugar onde realizado; 4) a base do julgamento; e 5) o resultado final.
A. O Julgamento dos Pecados. Jesus morreu crucificado no Calvário, em Jerusalém, no ano 30a.D., como o Cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo. Jo 1.29; I Jo 2.2. Foi uma obra perfeita, consumada, e completa. "Nessa vontade é que temos sido santifiçados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas". Hb 10.10. Na cruz. Cristo sofreu a penalidade que o pecador merecia, satisfez as exigências justas divinas contra o pecador, por esse ter violado a lei de Deus, dessa maneira abrindo a porta da justificação. Em razão dessa obra propiciatória, Deus agora pode "ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus". Rm 3.26.
Entra neste ponto a questão da atitude do pecador para com esse Sacrifício perfeito, que determinará se esse Sacrifício se tornará ou não efetivo no seu caso. Contudo, uma vez que o pecador se torna crente em Jesus, aceitando-O como o seu Substituto em juízo, o julgamento do seu pecado já se realizou. Rm 10.4; Gl 3.13; I Pe 2.24; Rm 8.1,2.
"Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida". João 5.24.
B. O Auto-julgamento do Cristão. Em I Co 11.31 e 32 Paulo menciona o princípio espiritual de auto-julgamento, por parte do cristão, dizendo: "Porque, se nós julgássemos nós mesmos, não seríamos julgados. Mas quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo". Esse princípio teve aplicação não somente a certos casos específicos na igreja de Corinto, mas aplica-se também à vida do crente individual enquanto está neste mundo. É o julgamento que ele aplica em si, como filho na casa do Pai. O crente às vezes é relapso na obediência à Palavra de Deus, ou deixou de confessar certos pecados diante de Deus e às vezes para com algum outro irmão. I Jo 1.9; 3.20-22; Tg 5.16. O Espírito Santo aplica a Palavra de Deus ao nosso coração à medida que nela meditamos em atitude de oração. Mas se deixarmos de seguir essa Palavra e recusarmos a luz do Espírito Santo, então podemos esperar a vara da correção do Senhor, nosso Pai amoroso. II Sm 7.14; I Co 5.5; Hb 12.5-11. Essas passagens revelam o princípio segundo o qual o Senhor trata com aqueles que são filhos de Sua casa. O castigo, e não a rejeição como filho, é o resultado se o egoísmo não for julgado pela própria pessoa.
O propósito de Deus em abrir para nós esta porta de auto-julgamento é que nós tenhamos progresso na graça do Senhor, que nós diminuamos e que o Mestre cresça. Jo 3.30. Quando o crente aceita a correção que o Espírito faz contra uma falta qualquer, então já está progredindo espiritualmente. A batalha contra o velho "eu" está sendo vencida! Muitas vezes esse progresso depende justamente de disposição para aceitar opinião e correção de outrem. E necessário ver-nos a nós mesmos como os outros nos vêem.
C. O Tribunal de Cristo. "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo". II Co 5.10.
Esse julgamento não foi estabelecido para determinar se as pessoas que diante dele comparecerem são culpadas ou inocentes, isto é, salvas ou perdidas, uma vez que este julgamento é exclusivamente para os salvos. A questão da salvação individual fá foi resolvida, há muito. Agora se trata da questão de recompensas, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do crente, como mordomo na casa do Mestre. I Co 3.11-15.
Na sua primeira epístola (2.28), João revela a possibilidade do crente sofrer grande vergonha nesse dia, dizendo: "Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, (para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda". Sem dúvida, muitos crentes, perante esse tribunal ficarão cabisbaixos, cheios de remorso e em pranto, pensando como durante seus poucos dias no mundo foram tão preguiçosos e negligentes em obedecer às ordens do Mestre. O Juiz será o próprio Senhor Jesus, Aquele cujo aspecto é descrito em Ap 1.13-17, o "Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus". Diante do Seu olhar coisa nenhuma será oculta. Bom será então que a pessoa hoje muito utilize o seu privilégio de auto-juízo! ,
Na antiga Grécia realizavam-se muitos jogos e corridas e outras provas desportivas. Ao término desses os atletas reuniam-se defronte ao palanque ou "tribunal", chamado "bema" na língua grega, onde estaria sentado o juiz, que então distribuía os prêmios aos vencedores. As coroas eram de folhas de louro, portanto "corruptíveis". Bem podemos imaginar o desapontamento dos demais atletas que não ganharam o prêmio e tiveram que presenciar a entrega dos lauréis aos competidores. I Co 9.24-27.
Na descrição de Paulo sobre este julgamento as obras do crente feitas por motivos indignos comparam-se a feno, palha, e madeira, substâncias de fácil combustão, enquanto as obras realizadas no amor de Deus e pelo amor às almas são como ouro, prata e pedras preciosas que resistem a prova de fogo. O sábio Salomão afirma em Ec 2.1-11 que as obras do homem são loucura ou vaidade, e isso em razão de tê-las realizado num espírito egoísta, "para si" e para sua própria glória. Faz parte do "feno, palha e madeira".
A Bíblia menciona as coroas reservadas para o povo de Deus. 1) A Coroa da Vida. Tg 1.12; Ap 2.10. É a coroa especial do mártir ou aquele que estiver tão consagrado ao Senhor que alegremente daria a sua vida na causa de Cristo. A palavra "testemunha" em Atos 1.8, no original grego, é "mártir", fato que ensina que a verdadeira testemunha de Jesus é aquele que está pronto a ser morto pelo nome de Cristo. 2) A Coroa de Glória, I Pe 5.2-4. Esta coroa está reservada para os servos fiéis que trabalharam não por amor ao lucro, nem para exercer domínio, mas trabalharam de boa vontade, pelo amor a Deus e às almas. I Ts 2.19,20; Fl 4.1; Dn 12.3; Pv 11.30. As próprias almas que ganhamos para Cristo são como "coroa". Fl 4.1. 3) A Coroa da Justiça. II Tm 4.8. Esta coroa está reservada para aqueles que amam a vinda de Cristo. 4) A Coroa Incorruptível. I Co 9.25-27. Esta coroa está reservada para aqueles que venceram a carne, não vivendo segundo as cobiças da carne, mas sim vivendo no Espírito. Gl 6.8. Que Deus nos ajude a nos esforçar para que ganhemos essas coroas de tão alto valor.
Apresentamos agora o "Sonho do Obreiro" que ilustra as verdades salientes do Juízo do Tribunal de Cristo. Esse tal obreiro do Senhor certa noite sentou-se no sofá, extremamente cansado dos seus muitos trabalhos. Muita gente havia se convertido. Oobreiro sentia realmente grande alegria em trabalhar para Jesus! O trabalho ia bem, e estava coeso debaixo da sua orientação. Seus sermões estavam fazendo grande efeito entre os ouvintes. A igreja estava superlotada. Cansado assim, o obreiro passou a dormir e sonhou que uma pessoa estranha entrou na sala sem se anunciar ou pedir licença. Ela trazia consigo vários instrumentos para medir as coisas, como certos químicos e aparelhos diversos, que lhe dava um aspecto deveras estranho. O estranho aproximou-se do obreiro a dormir, e, estendendo a mão lhe disse: "E como vai com o seu zelo?" O obreiro no momento pensou que o estranho estivesse falando de sua saúde. Mas não, a interrogação tinha a ver com o ZELO, a qualidade chamada "zelo", com o qual qualquer obreiro trabalha. Assim ele logo respondeu que o seu zelo era muito grande e não duvidou, nem por um minuto, que o estranho aprovaria na Integra a sua afirmação. Esperava ver aquele sorriso de aprovação total. No sonho o obreiro julgou que o zelo fosse uma coisa de qualidade física. Assim meteu a mão contra o peito e retirou de si esse objeto, o zelo, e o apresentou ao estranho para ele fazer um exame minucioso do mesmo. O estranho procedeu a colocar o "zelo" primeiramente na balança, dizendo, "o zelo do senhor pesa 100 quilos!" O obreiro logo sentiu uma certa satisfação ao saber que pesava tanto, mas então notou que o estranho mantinha um aspecto de pessoa um pouco atribulada. Ele não se definiu e se notava que logo em seguida faria outros testes e pesquisas. Foi então que ele dividiu o montante do zelo em átomos e pôs tudo isso num cadinho, o qual foi posto no fogo. Quando a massa toda se fundiu, então o retirou do fogo e deixou-o esfriar. Quando estava rio, notou-se que se havia separado em camadas ou estratos. Quando o homem da ciência bateu de leve com o martelinho, tudo se separou. Então cada camada foi novamente analisada e posta na balança para verificar o seu peso. O estranho fazia muitas anotações enquanto se processava a pesquisa. Quando terminada a pesquisa, o estranho entregou ao obreiro todas as anotações, estando o seu semblante marcado por certa tristeza e apreensão, e compaixão ao mesmo tempo. Contudo, não lhe disse nenhuma palavra a não ser: "Que Deus tenha misericórdia de você!" Com isso saiu da sala e desapareceu! As anotações diziam o seguinte:
ANALISE DO ZELO DO SENHOR JUNIO
Peso bruto                                     100 quilos
Intolerância religiosa                         11 quilos
Ambição pessoal                              22 quilos
Amor aos elogios                             19 quilos
Orgulho denominacional                   15 quilos
Orgulho dos talentos                        14 quilos
Espírito autoritário                            12 quilos
Amor a Deus                                       4 quilos
Amor ao próximo                                 3 quilos
Total                                                 100 quilos
Naturalmente, o obreiro levou um susto muito grande. Tentou encontrar algum erro nas anotações, mas convenceu-se que estava tudo certo. Serviu para provocar nele uma atitude realmente positiva, pois o estranho havia demorado um pouco no corredor. O obreiro soltou um grito, dizendo, "Senhor, salva-me" e na mesma hora ajoelhou-se ao lado do sofá, com o papel na mão, os olhos contemplando-o demoradamente. De repente o papel transformou-se em espelho e o obreiro viu no mesmo o seu próprio coração refletido. Estava tudo certo! Ele o reconheceu e o sentiu de perto. Confessou que foi verdade mesmo! Deplorou esse estado de coisas e buscou a graça de Deus, até às lágrimas, que Deus o ajudasse livrar-se do seu egoísmo. No meio daquela angústia profunda, o Sr. Junio acordou! Para livrar-se do inferno, ele já havia pedido ao Senhor, mas para se ver livre de si mesmo, essa foi a primeira vez que pediu tal coisa. Ele continuou em oração até que sentiu aquele fogo refinador ter feito a sua obra, queimando tudo que não é de Deus e transformando o coração para a obediência total a Cristo. Assim, irmãos, todos nós, lá no céu, estaremos aos pés de Jesus, o grande "Químico", para Lhe agradecer ter revelado a nós os nossos defeitos e as nossas falhas. Jesus, o nosso Mestre, espera de nós, Seus servos, uma mordomia fiel sobre as coisas a nós confiadas, conforme a revelação de Sua Palavra.
D. O Julgamento de Israel. A nação de Israel, os judeus, goza duma relação especial com Deus em razão do pacto com eles, por Ele ter escolhido essa nação como testemunha entre as nações da terra; Is 43.10; Rm 3.1,2. No plano de Deus ficou estabelecido que dela viriam a salvação e bênção pelo fato de que o Messias procederia de Israel e também, quando restaurado ao favor divino essa nação tornar-se-ia uma bênção. Por causa dessa relação pactuai, Deus os chama "meus filhos" e trata-os com castigo quando Lhe desobedecem. Is 43.6. Estêvão trata-os de "Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido; vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós como vossos pais". At 7.51. Era verdade. Conseqüentemente, a mão do Senhor pesou sobre eles. Jerusalém já foi cercada e destruída mais do que qualquer outra cidade do mundo. Os judeus foram espalhados para os quatro cantos do mundo em cumprimento das profecias.
De entre eles Deus tem separado "um resto, segundo a eleição da graça" Rm 11.5. Contudo, a grande maioria dos judeus permanece até hoje incrédula e apóstata. Rejeitaram a Deus e nos dias de Samuel pediram um rei como tinham as demais nações. Quando Cristo o Messias deles, e o Libertador da humanidade, chegou, eles disseram: "Fora com ele; não O queremos para mandar em nós!" Mesmo depois de completada a Sua obra redentora e estar aberta a porta da salvação para eles, recusaram a convicção do Espírito Santo, recusaram Seus mensageiros, Estêvão por exemplo, e trouxeram sobre si o juízo de Deus, a destruição de sua cidade pelos romanos no ano 70, e a subseqüente dispersão entre as nações.
Contudo, Deus prometeu recongregá-los, mais não sem arrependimento de sua parte. O movimento sionista do fim do século passado, iniciado por Teodoro Herzl resultou no regresso de cerca de três milhões de judeus para a Palestina, e o estabelecimento do novo Estado de Israel, sob os auspícios das Nações Unidas. O novo Estado já esteve envolvido em quatro guerras com as nações árabes, cada vez consolidando a sua posição entre as nações. Esse ressurgimento de Israel, após 1300 anos de dispersão, é claramente um sinal dos tempos, um indício seguro de que o fim desta dispensação se aproxima. Contudo, nesta altura temos que reconhecer que Israel, por enquanto, julga que tais vitórias são resultado de sua capacidade militar e política e que ele merece um lugar de destaque entre as nações em razão de seus feitos no mundo científico. Mas Israel passará ainda por um grande desapontamento, sendo que Deus não está em seus pensamentos. Serão enganados pelo Anticristo e sofrerão os horrores do tempo da "Angústia de Jacó", durante a Grande Tribulação. Jr 30.4-8. No momento em que seriam esmagados pelas nações invejosas, no fim desse período, passarão "debaixo do cajado" (Ez 20.37), que simboliza uma aproximação de Deus. Os justos clamarão no nome do Senhor em profundo arrependimento. Is 64; Zc 12.10 a 13.1. Os rebeldes entre eles serão destruídos e o remanescente fiel entre eles tornar-se-á o núcleo dum Israel renovado espiritualmente. Vede Jr 23.5-8; Is 19.23-25; 60.10-22; Ez 36.8-15; Am 9.11-15. Será nessa hora que a nação, em sua totalidade, reconhecerá a Jesus como o seu Messias, sendo por Ele convertida. Is 66.8.
E. O Julgamento das Nações. Este julgamento é descrito por Jesus em Mateus 25.31-46, como julgamento das nações. Certos eruditos têm considerado este juízo idêntico ao juízo predito em Ap 20.11-15, isto é, que se refeririam a um julgamento geral de todos os homens perante o Grande Trono de Deus. A seguinte comparação destes dois julgamentos demonstrará que não são idênticos.
Mt 25.31-46 Ap 20.11-15
 
1- Nenhuma ressurreição mencionada                             1- E mencionada a ressurreição.
 
2- Serão julgadas "as nações".                                        2- Serão julgados "os mortos".
 
3 - O julgamento realizado na terra                                 3- A terra e o céu já fugiram
 
4 - Há classesde julgados: ovelhas, cabritos e "irmãos".    4 - Há uma só classe - os mortos.
 
5 - Nenhum livro é mencionado.                                      5 - Os livros serão abertos.
 
6 - Ocorrerá antes do Milênio.                                          6 - Ocorrerá depois do Milênio

Esta comparação prova claramente que um desses juízos terá lugar na terra enquanto o outro terá lugar nas regiões celestiais e que serão separados por um espaço de 1.000 anos. O julgamento de Mateus 25 não concerne a Igreja, pois ela estará associada com Cristo neste julgamento (I Co 6.2,3). Nem tão pouco concernerá o povo judeu, pois o julgamento desse será em separado como acabamos de notar nos parágrafos anteriores. Não é contado entre as nações. Nm 23.9.
Portanto, este julgamento não concerne a indivíduos, mas sim às nações. Conseqüentemente, a cena descrita em Mt 25 é representativa, um exemplo entre muitos casos que serão tratados. Seria impossível as nações em sua totalidade comparecer perante o trono de Cristo, a não ser na forma descrita, representadas. As "ovelhas" representam uma classe de nações e os "cabritos" representam outra classe. Os "irmãos" de Jesus (segundo a carne), na opinião de eruditos, são os judeus. A base do julgamento será então a maneira pela qual essas nações trataram Israel. Mt 10.6; Jo 1.11; Rm 9.5. O propósito é determinar quem entrará no reino (Dn 7.9-14,22; Ap 11.15) e a dar aos mansos a terra como prometido. SI 37.11; Mt 5.5. Este princípio de relações divinas com as nações foi estabelecido há muitos séculos passados, na ocasião do pacto com Abraão. Gn 12.1-3. "... abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem." Essa promessa refere-se, não somente a Abraão, como também à sua posteridade.
Os eventos desenrolar-se-ão na vizinhança de Jerusalém, no Vale de Josafá. Jl 3.2,9-17; Zc 14. Embora o Vale do Cedrom tenha sido identificado como o Vale de Josafá desde o quarto século da nossa era, nenhum vale em Israel teve esse nome nos tempos antes de Cristo. Talvez em razão do rei Josafá ter conseguido uma grande vitória sobre Amon e Moabe no deserto no sul da Judéia, essa vitória se tenha tornadofigurativa do juízo que Deus aplicará contra os adversários de Israel. Em Jl 3.9-17 Deus desafia as nações a oporem-se contra Ele e Seus propósitos para com Israel. Vemos então como as hostes ajuntam-se contra Jerusalém em desrespeito blasfemo contra o Altíssimo. Zc- 14.1-3. Mas o local dessa última batalha decisiva, a de Armagedom, será nas planícies de Megido, na Galiléia. Ap 16.13-16; 19.11-21. O nome Armagedom (Hebraico: har Megiddo) significa outeiro ou alto de Megido. Localizava-se no Vale de Esdraelom e desde tempos remotos era o grande campo de batalha da Palestina. Ali se deram duas grandes vitórias: de Baraque contra os cananeus (Jz4.15) e de Gideão contra os midianitas (Jz 7), e ali também registraram-se duas grandes derrotas: a morte de Saul (I Sm 31.8) e de Josias (II Rs 23.29,30; II Cr 35.22). Por conseguinte, o nome Armagedom tornou-se uma expressão simbólica de conflito terrível e final. Na visão de Patmos o Armagedom serviu de tipo da grande batalha a travar-se no fim dos tempos, à vinda de Cristo, quando os judeus estarão sendo sitiados pelos poderes gentílicos sob o reino do Anticristo (Ap 13.1-10) e o Falso Profeta. Ap 13.11-18. Aparentemente, as forças inimigas, cujo ataque contra Jerusalém é tipificado em Isaías 10.28-32, e que é de inspiração demoníaca (Ap 16.13-16; Zc 12.1-9), voltaram para Megido após os eventos descritos em Zc 14.2. Ali começa a sua dizimação que é depois completada em Moabe e Iduméia. Is 63.1-3. Esta última grande batalha dos "tempos dos gentios" e do presente século, tem seu cumprimento na profecia da "pedra (cortada) sem auxílio de mãos" (Dn 2.35,45) que esmiuçará a grande estátua e que inaugurará "o dia do Senhor", quando Deus de modo visível manifestará o Seu glorioso poder na destruição dos Seus inimigos. (Dicionário de Merrill F. Unger). Haverá muitos sinais na terra e nos céus quando o Senhor virá em defesa do Seu povo com que mantém o Seu pacto. Cf. Mt 24.29-31. O remanescente de Israel será então recongregado de entre as nações em toda a terra e o reino milenial de Cristo terá início, em que Israel será "a cabeça" e não a "cauda" entre as nações. O resto das nações (as ovelhas"), reconhecerão a Deus e ao lado do povo israelita honrarão ao Senhor. Zc 14.16.

F. O Julgamento dos ímpios Mortos. Ap 20.11-15. Este julgamento terá lugar ao fim do Milênio, mil anos depois do julgamento das nações, realizando-se, não sobre a terra, como foi o caso do julgamento das nações, mas sim nas regiões celestiais onde Deus habita. Provavelmente terá lugar simultaneamente com a renovação da terra por fogo. II Pe 3.7,12,13. A primeira ressurreição (Ap 20.6) ocorrerá antes do início do Milênio e será para os mortos justos pertencentes a todas as dispensações, à Igreja, e ao grupo salvo durante a Grande Tribulação.

Sendo que os participantes da primeira ressurreição são descritos como "bem aventurados e santos", naturalmente os demais mortos que não viveram até ao fim do Milênio, não o são. Por essa razão cremos que perante o Grande Trono Branco comparecerão somente os mortos ímpios.
A menção do "Livro da Vida" poderia levar à conclusão de que alguns justos também estivessem presentes para serem julgados. Se é o caso, só poderiam ser alguns que, morreram durante o Milênio, mas nos parece mais provável que os justos viverão durante todo o período do Milênio, sofrendo a morte, e alcançando a inauguração do novo céu e da nova terra. A presença do Livro da Vida explica-se como necessário na condenação daqueles que alegarão os méritos das suas boas obras, quando deveriam ter aceitado a JESUS Cristo como seu Salvador, fato que teria colocado seus nomes nesse "Livro do Cordeiro".

Haverá vários graus de punição, como também haverá de recompensa. Os ímpios serão julgados segundo as suas obras e perante este tribunal terão que comparecer todos os ímpios desde o princípio do tempo até ao fim do Milênio. O registro de suas obras será aberto e lido para determinar o grau de castigo. De qualquer maneira será uma coisa horrível ter que comparecer perante o Juiz de toda a terra e por Ele ser condenado.
O Lago de Fogo será para todos os ímpios o lugar final de separação de Deus. Para este lugar serão removidos para sempre a morte e o Hades. O universo será purificado da presença de todo o mal e a justiça prevalecerá na terra e no céu, que serão renovados.
 
G. O Julgamento dos Anjos. Jd 6. O tempo quando os anjos serão julgados não está definitivamente estabelecido nas Escrituras, mas nos parece que provavelmente ocorrerá na mesma ocasião do Grande Trono Branco, ao fim do Milênio. Satanás e algumas de suas hostes, pelo menos, estão em liberdade agora para operarem os seus desígnios, dentro dos limites estabelecidos por Deus, enquanto alguns dos anjos (Jd 6), por causa de pecados especiais, estão algemados nas trevas, aguardando o juízo daquele grande dia. Satanás será primeiramente algemado ao início do Milênio e então, ao fim desse período, será banido para sempre ao Lago de Fogo.
QUESTIONÁRIO
 
1. 0s três tipos de ressurreição de que as Escrituras falam são:
 
1)...............................................................

2)................................................................

3)................................................................

2. A ressurreição física é a reunião do ................................ e do .......................................

3. Qual é a diferença entre a "ressurreição" de Lázaro e a ressurreição de Cristo?

4. Na segunda ressurreição receberão um corpo? De que qualidade é?

5.Quais os três grupos incluídos na primeira ressurreição?
 
1)..................................
 
2)..................................
 
3)...................................
 
6. Que percentagem de ímpios serãojulgados na Segunda Ressurreição?
 
7. Por que não concordamos com a opinião generalizada que no fim do tempo haverá um só julgamento de bons e maus, seguido da destruição do mundo por fogo?
 
8. Quais são os sete juízos?
 
9. Quais os três juízos em que todo filho de Deus figura?

10. Quais são os cinco itens a considerar em cada um dos julgamentos?
 
11. Explicar o julgamento a que o pecador foi submetido na cruz do Calvário.

12. Explicar o "auto-julgamento" do cristão.

13. Qual é o propósito de Deus em prover para nós este "auto-julgamento"?

14. 0 tribunal de Cristo determinará se a pessoa julgada irá para o céu ou para o inferno?
 
15. Este tribunal é exclusivamente para ............................................................................
 
16. Qual o assunto que este juízo resolverá?
 
17. Quem será o juiz?
 
18. Em que época se realizará?
 
19. Quais as obras que se comparam a ferio, palha e madeira? Quais se comparam a ouro, prata e pedras preciosas?
 
20. Quais as quatro coroas reservadas para os crentes e qual o significado de cada uma?
 
21. Contar o sonho do Sr. Júnio.
 
22. É verdade que existe um pacto especial entre Deus e o povo de Israel?

23. Por que a cidade de Jerusalém foi destruída tantas vezes?

24. Que significa o restabelecimento de Israel em sua terra em nossos dias?

25. A quem essa nação atribui as vitórias conquistadas?
 
26. Que significa o "remanescente" de Israel?
 
27. Como e quando Israel será julgado e qual será o resultado? 28 Onde e quando terá lugar o julgamento das nações?
 
29. Dar as seis razões porque este julgamento não é idêntico ao Julgamento do Grande Trono Branco.
 
30. Que representam as "ovelhas", os "cabritos" e os "irmãos" mencionados em conexão com este julgamento?

31. Onde se desenrolarão os eventos desse juízo?
 
32. Quando terá lugar o Julgamento dos ímpios Mortos?
 
33. Por qual razão concluímos que a este julgamento comparecerão somente os ímpios?
 
34. Que pode inferir a menção do "Livro da Vida" nesse julgamento?
 
35. De que maneira funcionará esse livro para condenar aqueles que deixaram de crer em Cristo?

36. Haverá graus de punição e de recompensa?

37. De quais épocas da história humana comparecerão essas pessoas?

38. Qual será o destino final da morte e do Hades?
 
39. Quando provavelmente serão julgados os anjos decaídos?
 
40. Que será o destino eterno de Satanás e seus anjos?
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Capítulo 13
O mundo dos espíritos
Introdução

Tendo estudado os sucessivos estágios da existência da própria terra e dos grandes períodos no desenvolvimento do plano divino da redenção do homem decaído, vamos agora examinar, à luz da Palavra de Deus, aquele mundo misterioso habitado durante os séculos pelos espíritos.
 
Sendo esparsas as informações que a Bíblia nos fornece sobre certas áreas deste estudo, o nosso comentário também será breve. Esta informação, de modo geral, divide-se em três seções: Espíritos Bons, Espíritos Maus, e Espíritos de Seres Humanos Falecidos.
I. ESPÍRITOS BONS
A. Origem. Os anjos não são eternos, pois foram criados (Cl 1.16; Ne 9.6) em um tempo antes da criação do mundo, evento ao qual estiveram presentes e no qual regozijaram-se. Jó 38.7. Eles não morrem e nem se casam. Lc 20.35,36; Mt 22.30. São inumeráveis (Hb 12.22; II Rs 6.17; Ap 5.11) e ministram geralmente ao redor do trono de Deus (Dn 7.10; Mt 22.30; Ef 3.10; Jo 1.51; Lc 2.13, 15), mas ministram também aos santos em qualquer lugar, às ordens de Deus. Hb 1.13,14; I Rs 19.5-8; Mt 4.11; Lc 22.43; SI 91.11,12; Dn 6.22; II Rs 6.15-18; Mt 26.53; Gn 19.11; Mt 18.10; At 5.19; 12.8-11; 8.3-6; Lc 12.22; Mt 24 31; SI 103.20; Lc 1.11-13,19; Mt 2.13,19,20; 1.20; II Rs 19.35; II Ts 1.7.
 
A palavra "anjo" significa "mensageiro". A lei foi dada pelos anjos. Hb 2.2; Gl 3.19; At 7.35. Eles acompanharão a Jesus na Sua volta aterra. Mt 25.31,32; II Ts 1.7,8. São executores da ira de Deus. Mt 13.24-30, 39-42, 47-50. São mais poderosos do que os homens. II Pe 2.11; SI 8.4,5; At 5.19; 12.7,23. São muito inteligentes (Dn 10.13; Mt 24.36) mas não são oniscientes e nem onipotentes. As prerrogativas de onisciência e onipotência só a Deus pertencem. Mc 13.32; Ef 3.10,11; I Pe 1.12. Não são dignos de adoração (Hb 1.6; Ap 22.8,9), apesar de serem gloriosos, Lc 9.26; Mt 28.2,3.

B. Categoria de Anjos. A Bíblia fala de serafins, querubins, arcanjo, anjos, tronos, principados, poderes e governadores, todos sujeitos a Cristo. Hb 1.6; Ef 1.21.
 
1. Serafins. São mencionados só uma vez nas Escrituras. Is 6.1-8. Aparentemente, proclamam a santidade de Deus e providenciam a purificação para os santos, preparando-os para servir a Deus.

2. Querubins. São mencionados muitas vezes. Gn 3.22-24; Êx 25.17-20; Ez 1.5-25; 10.1-22; Ap 4.6-8. Dada a sua posição como guardas à porta do Jardim do Éden, sobre o lugar expiatório da Arca da Aliança, e em Ap 4.6-8, entendemos que o ministério deles seja o de vindicar a santidade de Deus contra o orgulho presunçoso dos ímpios, que, apesar de serem pecadores, desejam comer da árvore da vida. Gn 3.22-24. Em sua posição sobre a Arca contemplavam o sangue aspergido, o qual simbolicamente falava da justiça divina, provida pelo sacrifício de Cristo.
A palavra "querubim" aparentemente significa "guardar" ou "cobrir". Entendemos que esses seres angelicais representam a glória da redenção. A glória do querubim, à porta do Jardim do Éden, relembrou Adão da glória perdida e ao mesmo tempo, daquela que Cristo restabeleceria. Entendemos também que as "criaturas viventes" de Ap 4 e as de Ez 1 são idênticas. Essas passagens indicam que o número de querubins é quatro. Contudo, esse número pode ser representativo. SI 68.17. Em algum tempo do passado houve mais um, o "querubim que cobria" - Satanás. Ez 28.14. Em razão do seu grande pecado, Satanás não está mais incluído ria categoria de "querubim".

3. O arcanjo Miguel. Existe só um arcanjo, Miguel, mencionado por nome nas Escrituras. Jd 9; Dn 10.13,21; 12.1; I Ts 4.16; Ap 12.7. Ele tem um ministério relacionado com o povo de Israel, na qualidade de guerreiro, e com a ressurreição dos mortos.
 
4. Gabriel. É outro anjo cujo nome é mencionado na Bíblia. Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26,27.
 
5. Tronos, Principados, Poderes, e Governadores. Sem dúvida esses nomes significam diversas ordens ou categorias de seres angelicais, I Pe 3.22; Cl 1.16; Ef 1.21.
II. ESPÍRITOS MALIGNOS
A. Satanás. Muitos negam a existência de Satanás, como fazem por exemplo os adeptos da seita falsa "Ciência Cristã", declarando que ele é simplesmente um "princípio mau" ou um erro que penetrou no pensamento humano. Satanás é geralmente representado em forma de caricatura, como tendo chifres, patas, rabo e garfos na mão e presidindo ao reino do fogo e enxofre. Os homens costumam envolver seu nome em pilhérias, enquanto outros o encaram como um ser intangível, mais parecido com os micróbios causadores de doenças.
 
1. Que dizem das Escrituras?
 
a. Satanás não é apenas um princípio, mas sim uma pessoa. I Pe 5.8; Ap 13.1-3.
 
b. Satanás tem muitos nomes. Ele é chamado "Satanás" (hebraico - adversário); Diabo (grego - caluniador ou acusador); deus deste mundo e chefe das potestades do ar, etc. Ele é mencionado de diferentes maneiras 177 vezes na Bíblia.
2. Ele é um grande dominador celestial. Ef 1.21; 6.10-12; II Co 4.4. Satanás não é deus do universo, nem da terra, pois, "A Jeová pertence a terra e a sua plenitude; o mundo e os que nele habitam". Contudo, ele é o "deus deste século", "o príncipe deste mundo", da presente ordem de coisas, e dos sistemas mundiais, incluindo as atividades comerciais, sociais, políticas e até religiosas. Vide Mt 4.8. Ele é também o autor da morte e reina sobre a mesma. Hb 2.14; Jo 12.31; 14.30: 16.11; Lc 4.5,6.
 
As passagens Ef 6.10-12 e Dn 10.12 e 11.1 indicam claramente que o reino de Satanás é organizado à base de principados e poderes, pois o anjo Gabriel foi impedido pelo príncipe do reino da Pérsia (Dn 10.13) de trazer a revelação de Deus a Daniel. Gabriel então foi auxiliado pelo anjo Miguel, o arcanjo, em sua peleja com aquele príncipe. Miguel também informou que teria que pelejar contra o príncipe da Grécia. Dn 10.20. Essas passagens provam que existe uma satânica oposição organizada contra Deus e o cumprimento das profecias. Satanás ocupa uma posição tão elevada que nem o próprio arcanjo Miguel tem coragem de proferir-lhe insultos. Jd 9.

3. A Origem de Satanás. Pelo "Oratório da Criação" de Jó 38.1-7 e passagens paralelas sabemos que as hostes angelicais foram criadas antes da criação do mundo material. Cl 1.16; Gn 1.1,31. Os anjos presenciaram essa criação. Jó 38.7. Em seguida foi criado o homem. Gn 1.26,27.
 
4. Chamado "o querubim ungido que cobre". Ez 28. 11-19. Um estudo minucioso desta passagem revela que o "rei de Tiro" mencionado aqui não pode ser um mero homem mortal, mas sim um ser angelical descrito como possuindo "a perfeição da sabedoria e da formosura". “O Éden” mencionado não é o Éden do tempo de Adão, em que Satanás entrou como rebelde e usurpador, mas sim um "Éden" anterior ao qual ele presidia. E interessante comparar as pedras mencionadas aqui com aquelas de Ap 21.11-21. Esse esplendor talvez indique algo da glória do palácio em que Satanás residia, em que provavelmente recebia altas honras da parte dos demais anjos. A descrição no versículo 14 indica que Satanás ocupava um lugar de destacada honra e que tinha acesso à glória divina. Vide Êx 24.10-17; Ez 1.15,22,26; Jó 1.6; Zc 3.1,2.

5. A Queda de Satanás. Ezequiel 28.15-1G revela que a queda de Satanás foi provocada pelo pecado de orgulho, ambição pessoal, e soberba de espirito. Is 14.13,14. Provavelmente teve inveja de Jesus, o Filho de Deus, que ocupava uma posição ainda mais elevada. I Tm 3.6. Segundo a opinião de certos eruditos, Ez 28.16 poderia ser assim traduzido: "Pela abundância da tua calúnia encheu-se de violência o teu interior". Assim se verificou a queda. Satanás até a presente data continua sua obra de caluniar a Deus perante os homens e caluniar os homens perante Deus. I Tm 3.6; Ap 12.10. Seu nome em grego é "ho diabolos", o caluniador. Jó 1.6-9; Gn 3.15.

Quanto à época em que se deu sua queda, certamente foi em algum tempo antes da restauração da terra presente, pois logo no início do estágio presente da terra, Satanás penetrou o cenário terrestre para exercer a sua malícia. Gn 3.1-5. Certos eruditos consideram a queda de Satanás e dos anjos que o acompanharam como o fator principal da grande ira de Deus contra a terra original, resultando disso sua ruína, descrita em Gn 1.2. Essa opinião naturalmente pressupõe que Satanás e seus anjos eram os habitantes originais da terra. Ez 28.13.
 
6. A Obra de Satanás. Em Gn 3.15 lemos: "Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente é a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar". À luz desta profecia, vemos a razão de muitas coisas que de outra forma dificilmente se explicariam. As atividades de Satanás através dos séculos sempre visaram "A Semente da mulher", o Messias, por Quem o mundo seria redimido. János dias ante-diluvianos Satanás quase conseguiu corromper toda a raça humana, sendo fiel a Deus apenas a família de Noé. Gn. 5,7. Outra vez ele quase conseguiu conduzir toda a humanidade no caminho da idolatria, no caso da Torre de Babel. Gn 11. Ainda procurou arruinar a linhagem escolhida de Abraão, tentando corromper Sara. Gn 12.14-16. Felizmente, não o conseguiu. Depois ele tramou um plano para Abraão ter um filho fora do plano de Deus. Esse foi Ismael, filho de Hagar, o qual quase chegou a ocupar o lugar destinado ao filho da promessa, que era Isaque. Gn 17.18. Em outra ocasião Sara esteve em sério perigo de ficar envolvida com Abimeleque, rei de Gerar. Gn 20.7. Com o nascimento de Isaque (Gn 21.1-3), observamos como Satanás persistiu em seus ataques contra a descendência desse homem, por meio de Esaú, o qual procurou matar seu irmão Jacó, portador do direito de primogenitura. Gn 27.41-45.

Acompanhando a história de Israel, agora multiplicada em grande nação, vemos a mão de Deus na preservação de José no Egito (Gn 50.20), na chamada de Moisés para ser o libertador do povo (Êx cap. 2), e na preservação de Israel na travessia do Mar Vermelho. Êx 15.1-14. Revelando a mais tenaz perseguição, Satanás tentou acabar com essa nação, visando impedir a vinda ao mundo do Redentor. Junto ao Monte Sinai (Êx 32), Satanás conseguiu corromper a nação de Israel, e se não fossp a oração intercessória de Moisés, que se interpôs entre o povo e Deus, Ele teria eliminado todos os israelitas.
 
A história dessa luta continua através do deserto, durante os quarenta anos de perseguição, e já na própria terra prometida, e até ao tempo dos juizes e dos reis. Especialmente contra Davi, com quem Deus renovou a aliança, Satanás lançou alguns dos seus ataques mais ferozes. (Considerando este fato, talvez poderemos ter mais complacência para com Davi, apesar do seu grande pecado.) Em certa ocasião a casa de Davi ficou reduzida a um só herdeiro, Joás, um menino. Contudo, a linhagem real foi maravilhosamente preservada pela fidelidade de Jeoiada, e o príncipe Joás chegou ao trono, a despeito das maquinações de Atai ia.
 
Muito poderíamos relatar da luta de Satanás contra o plano da salvação através do período do Cativeiro, do regresso para a Palestina, e até contra a própria vida de Jesus Cristo, por exemplo, Herodes e sua matança dos inocentes. Na vida de Jesus muitas vezes Satanás O atacou, mas graças a Deus Jesus venceu, sendo a Sua maior vitória a da cruz no Calvário e a ressurreição ao terceiro dia. Assim a redenção, prometida à raça humana em Gn 3.15, veio a concretizar-se integralmente! Glória a Deus!
 
7. O Caráter de Satanás. Verificamos que o nome Satanás (Heb. Satan; Grego - Satanás) revela não só a sua personalidade como também o seu caráter. Significa que ele é o inimigo, e o adversário. O nome Diabo (grego - diabolos) significa o falso acusador. Ele é o pai da mentira, o homicida, e o ímpio. É a causa primária dos pecados e é muito astuto. Ap 12.7-11; II Co 2.11; Ef 6.11,12; II Co 11.14; Jo 8.44; I Jo 3.8. Satanás é maligno. Lc 8.13; I Pe 5.8; II Co 4.4; I Jo 5.19. Ao mesmo tempo ele é covarde. Tg 4.7. Satanás é conhecido pelos nomes: dragão, o maligno, o anjo do poço do abismo, o príncipe deste mundo, o príncipe das potestades do ar, o deus deste mundo, apoliom, abadom, Belial e Belzebu.
 
8. Os ardis de Satanás. Imbuído de inveja, Satanás conseguiu dominar os nossos primeiros pais, e com eles toda a raça humana. Somente pela regeneração poderá o homem livrar-se do poder de Satanás. E mesmo depois de se converter, a pessoa ainda passará por muitas tentações que têm por objetivo fazê-la cair novamente. Parece que quanto mais o crente se esforça para fazer a vontade de Deus, mais severos ficam os ataques do inimigo. Satanás não somente ataca o indivíduo, como também a coletividade, inspirando a maior parte das religiões do mundo, justamente para enganar os homens. Jesus quando veio ao mundo não veio como inventor de religiões, mas sim para dar a Sua vida para nos prover da vida eterna! Glória a Deus!

a. A diversão. II Co 4.4; I Tm 3.7. Satanás sempre procura ocupar os pensamentos dos homens com as coisas temporais, com os prazeres da carne que passam logo, para evitar que pensem em Deus, na eternidade e nas coisas espirituais. Ele nega o caminho da redenção pelo sangue e substitui essa verdade pelas atraentes teorias falsas.
 
b. Ilusão. Gn 3.4; Ez 13.22; II Ts 2.9-11. Satanás faz o homem pensar que poderá estabelecer a sua própria justiça através de boas obras e rituais religiosos.

c. Vacilação. Mt 6.24; II Co 6.14,15; 7.1. Muitas pessoas, pelo ardil satânico, julgam que podem andar com Deus e com o mundo ao mesmo tempo. A Bíblia afirma que isso é impossível. O homem terá que escolher, ou Deus ou o mundo.
 
d. Ceticismo. Rm 14.23. Por suas sutis insinuações, Satanás semeia dúvidas nos corações. Sua maliciosa interrogação no Jardim do Édem "E assim que Deus disse?" serviu para envenenar o clima espiritual do mundo desde então. Gn 3.1-6.
 
e. Trevas. Is 50.10; Rm 1.21; II Co 4.4. O "príncipe das trevas" não somente subjuga os ímpios em trevas, como também procura ofuscar a experiência do próprio crente. Mesmo os mais ilustres homens de Deus têm passado por esses repetidos ataques do maligno.
 
f. Desânimo. Hb 6.1; 9.14. Às vezes é pelo desânimo que o inimigo procura vencer o crente. Mesmo a fraqueza ou enfermidade física pode enfraquecer um servo de Deus, se não estiver bem firmado sobre a Rocha. At 10.38; Lc 13.16. Não raras vezes Satanás se utiliza de acusações falsas para provocar desânimo.
 
g. Procrastinação. At 24.25; 26.28; Êx 8.25-28, 10.24,25. Este ardil é um dos mais perigosos para qualquer pessoa, sendo responsável pela destruição no inferno de milhões de incautos que alimentavam o desejo de, algum dia, aceitar a Jesus por seu Salvador. Mas a morte os surpreendeu privando-lhes da oportunidade, e jamais serão salvos. É triste!

h. Transigência com o mal. O Diabo procura de toda maneira levar o crente a transigir e tolerar o mal. Uma parte deste trama satânico é o movimento ecumênico que visa unir todas as religiões, sob uma só bandeira. Ap 3.9; II Co 11.14,15.
 
9. Como o Crente Poderá Defender-se contra Satanás.

a. Revestir-se da armadura de Deus. Ef 6.10-18.
 
b. Perceber as maquinações e espertezas dele. II Co 2.11.
 
c. Não dar lugar a Satanás. Ef 4.27. (Note o contexto, vers. 26, a referência à ira).
 
d. Resistir-lhe. Tg 4.7.

e. Ser sóbrio e vigilante. I Pe 5.8.
 
f. Vencê-lo (Ap 12.11) pela: 1) PALAVRA (I Jo 2.4), a espada do Espírito. Hb 4.12; 2) pelo SANGUE, e pela palavra do testemunho (Cl 2.14,15); e 3) EM CRISTO. Ef 1.19-22; 2.6; I Jo 5.8; Cl 1.13; Jo 10.28,29. A vitória de Jesus sobre Satanás é nossa também, mas é imprescindível que permaneçamos nEle e que o poder do Espírito Santo opere em nós.

10. O Destino de Satanás. Satanás já foi deposto do seu elevado estado que outrora ocupava. Ez 28.16; Lc 10.18; Jo 8.44. Jesus o viu cair. Durante a Grande Tribulação ele será lançado por terra. Ap 12.9-12. Como foi predito em Gn 3.15, Satanás já é um inimigo vencido, vencido por Cristo durante a Sua vida (Mt 4.1-11; Jo 14.30) e na Sua morte no Calvário. I Jo 3.8; Hb 2.14; Cl 2.15; Jo 12.31; I Co 15.55; Rm 16.20.
 
a. Será algemado por 1.000 anos no poço do Abismo. Ap 20.1-3. (Confira no Mapa das Dispensações, observando a linha ondulada da Grande Tributação ao Abismo).

b. Depois de 1.000 anos será solto. Ap 20.7,8. Esse espaço de tempo será curto, mas suficiente para ele sair enganando as nações da terra para fomentara rebelião de Gogue e Magogue, citada na referência acima.
 
c. Será lançado para sempre no Lago de Fogo. Ap 20.10. Isso acontecerá depois do levante de Gogue e Magogue. Mt 25.41; Is 14.17,18; II Ts 2.8. (O estudante deve seguir a linha ondulada referente a Satanás, no Mapa das Dispensações, verificando que ela sai do Abismo, vai para a terra e depois para o castigo eterno no Lago de Fogo). 11. Por que Deus tolera Satanás aqui no Mundo? Oferecemos as seguintes três razões: 1) Para desenvolver o caráter do cristão, e bem assim a sua fé. Lc 22.31; Rm 8.28. Adão foi provado a fim de que a sua inocência passasse a ser santidade, que é algo mais perfeito do que a simples inocência. 2) Prover um conflito, para que os santos possam ser vencedores e receber recompensa. Jó 1.2; I Jo 2.13. Essa vitória não será de nós mesmos. 1 Jo 4.4; II Co 12.7,8. 3) Demonstrar nos decaídos seres humanos que o poder de Deus é muito maior do que o poder de Satanás.
 
B. Os Anjos Decaídos.

1. Os anjos atualmente associados com Satanás. Estes são os instrumentos de Satanás no seu domínio sobre o mundo. Ocupam posições de autoridade sobre,as nações e os povos. Dn 10.13,20; Is 20.21. O "príncipe do reino da Pérsia" resistiu ao mensageiro/de Deus por 21 dias e o "príncipe da Grécia veio contra ele, na volta. Parece que o único anjo santo que tem jurisdição sobre uma nação é Miguel, o grande príncipe que se levanta a favor dos filhos de Israel. Dn 12.1; 10.21. Os anjos lutarão ao lado de Satanás contra Miguel e seus anjos na grande guerra nos céus descrita em Ap 12.7-9. Serão lançados na terra. (Sendo que o fogo eterno foi preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41), concluímos que este será o destino eterno desses seres decaídos.
 
2. Os Anjos Atualmente Algemados nas Trevas. Esta classe de anjos, mencionada emJd6ell Pe 2.4, está reservada em cadeias e trevas, ou no lugar chamado Tártaro (Tártarus em grego), classificado por alguns ruditos como sendo um lugar separado do Hades, ou, como é mais provável, o próprio Abismo. (Verificar no Mapa das Dispensaçõss). A razão por que D&us não lhes permite liberdade certamente é porque o seu pecado, o de deixar o seu próprio domicílio (ou reino de vida e de ministério) foi muito grave. Jd 6. Pode ser também que sejam revestidos de tanto poder que Deus julga inconveniente estarem em liberdade. Serão julgados certamente na ocasião do Grande Trono Branco. Os crentes ajudarão a julgar os anjos. I Co 6.3.

C. Demônios. É necessário fazer distinção entre "demônios", "anjos decaídos" e o "Diabo". O Diabo chama-se "diabolos" em grego, e só há um Diabo. Não se usa o nome no plural. Ap 12.10; 20.2. Os demônios chamam-se "daimonia" em grego, sendo a palavra usada 56 vezes no Novo Testamento. A palavra "daimon" é usada cinco vezes. Os demônios também se chamam "espíritos" em Mt 8.16; 17.18; Mc 9.25; Lc 8.23; 10.17,20.
 
A diferença entre demônios e anjos decaídos é que os primeiros são espíritos descarnados, sem corpo, enquanto os outros possuem um corpo espiritual, Lc 20.35. É evidente que os demônios não possuem corpos porque estão constantemente procurando entrar nos corpos dos homens a fim de usá-los como se fossem seus. Mc 9.25; Mt 12.43-45. Em Mt 8.31 notamos que eles aceitaram até os corpos dos porcos. Um missionário da índia relatou-nos um caso de um demônio que entrou num veado, o qual logo demonstrou os mesmos sintomas da pessoa de quem fora expulso o referido demônio.

a. Personalidade. Os demônios têm personalidade, pois Jesus dialogou com eles, interrogou-lhes e dos mesmos recebeu respostas. Lc 8.26-33. São dotados de grande inteligência, conhecendo que Jesus é o Filho de Deus e que serão finalmente encarcerados no lugar de tormento. Mt 8.29.

b. O Poder dos Demônios sobre o Corpo Humano.
Os demônios podem causar mudez (Mt 9.32,33), cegueira (Mt 12.22), loucura (Lc 8.26-35, cólera e homicídio (I Sm 18.10,11; 19.9,10), mania de suicídio (Mc 9.22) e de ferir-se (Mc 9.18), e outros defeitos e deformações. Possuem força sobrenatural. Uma vez de posse dum corpo, podem sair e entrar à vontade deles. Lc 11.11-26.

c. O Caráter dos Demônios. Nota-se o caráter maligno desses espíritos nas suas doutrinas falsas (I Tm 4.1), nas heresias destruidoras (II Pe 2.1), nas orgias, festas e cultos pagãos. I Co 10.20,21. Sem dúvida alguma, as falsas doutrinas modernas, como sejam; a Ciência Cristã, Novo Pensamento, Baiísmo (com sede em Haifa, Israel), Teosofismo, Espiritismo, Telepatia, Esoterismo, Necromancia, e semelhantes são todas de origem e inspiração demoníaca. São falsas porque todas elas negam que Cristo veio em carne e que a redenção da raça humana seja efetuada pelo sangue de Cristo. I Jo 4.1; I Co 12.3.

d. São os Espíritos Familiares da Antiga Feiticaria.

O povo de Israel foi proibido por Deus, sob pena de morte, de ter qualquer comunicação com espíritos familiares, como os cananeus e outros povos pagãos costumavam fazer. Lv 20.6,27; Dt 18.10,11; Is 8.19. No moderno espiritismo eles personificam os mortos. Os médiuns são pessoas endemoninhadas como era a moça pitonisa que Paulo libertou em Filipos. At 16.16-18. Erapossessa dum espírito adivinhador.

O rei Saul, quando desesperado por não ter conseguido nenhuma comunicação com Deus, nem por sonhos ou visões, nem pelo Urim e o Tumim e nem pelos profetas (Samuel morrera cerca de dois anos antes), de noite procurou a feiticeira de Endor. Antes ele mesmo havia destruído os feiticeiros, agora ele mesmo ocupou uma tal pessoa, fato que denuncia o quanto estava desviado dos caminhos do Senhor. I Sm 28.6-25. A mulher, pelo poder dos demônios, enganou a Saul fazendo-o pensar que realmente havia tido comunicação com o falecido profeta Samuel. Tudo não passou duma personificação que só serviu para a condenação do rei angustiado. Apresentamos as seguintes nove razões porque NÃO foi Samuel que subiu. 1) Uma vez que Deus, antes disso, recusou comunicar-se com Saul pelos meios normais (sonhos, visões, Urim e Tumim, e profetas) e havia retirado o Seu Espírito dele (I Sm 28.6,15,16; 16.13-23; I Cr 10.13,14), certamente não iria comunicar com esse rei por meios condenados, isto é, por um espírito enganador, fingindo ser Samuel. 2) Saul propositadamente procurou a feiticeira, portadora de espírito familiar, sabendo que a prática da feitiçaria era proibida por Deus. Vers. 7.3) À Bíblia declara que tais pretensas comunicações com os mortos, podem ser na realidade, casos dos demônios personificando os mortos. Vers. 7-19; Dt 18.11,1 Cr 10.13,14; Is 8.19. 4) Tais comunicações são proibidas em dezenas de passagens. (Lc 12.29). Por conseguinte, Deus não permitiria a Saul tentar tal comunicação. 5) A aparição de Samuel perante a feiticeira foi simplesmente o caso dum espírito familiar personificando e fingindo ser Samuel. Quem falava não era Samuel mas sim o espírito que conhecia tanto a Saul como a Samuel e as relações anteriores entre ambos. Esse espírito era capaz de fazer predições. Dt 13.1-3. Isaías avisou-nos que a pessoa que procura comunicar-se com os mortos é enganada por espíritos familiares. Is 8.19. 6) O espírito praticamente se denunciou quando disse que Saul e seus filhos estariam com ele no dia seguinte. De fato, Saul, ao morrer, foi para o lugar de sofrimento no Seól ou Hades. Samuel estava no Seol, mas no lado do conforto, junto com Abraão. 7) Não há nenhum caso registrado na Bíblia em que Deus tenha interceptado uma comunicação entre os demônios e os homens. Saul inquiriu através de um demônio e por um demônio foi respondido. Deus sempre comunica Suas mensagens pelo Espírito Santo, mesmo que utilize várias maneiras de fazê-lo. 8) Está declarado em I Cr 10.13,14 que Saul morreu por causa dos seus pecados anteriores bem como por esse pecado contra a Palavra do Senhor, de consultar a feiticeira e os espíritos familiares, coisa proibida por Deus. Assim, somos obrigados a concluir que foi desse espírito e não de Samuel que obteve Saul as informações. 9) Jesus ensinou que é impossível aos mortos se comunicarem com os vivos aqui na terra. Todas as demais passagens bíblicas confirmam esse ensino. Havia um abismo intransponível entre as duas partes do Hades, de forma que Lázaro não podia ir para o outro lado onde estava Dives. Lc 16.26-31. O único caso duma pessoa saindo do seu lugar após a morte, e antes da ressurreição, é o caso de Moisés a quem Deus trouxe por uma legítima razão, ao Monte da Transfiguração. Mt 17.1-8. Neste caso, contudo, trata-se dum ato de Deus e não dum feiticeiro. Moisés e Elias vieram à terra a fim de conferenciarem com Jesus a respeito de Sua morte na cruz, na qualidade de representantes do Velho Testamento, "a Lei e os Profetas". Portanto, não existe nenhuma base nesse acontecimento para as falsas suposições espíritas.
 
A história do Rico e Lázaro revela que não somente é proibida a comunicação entre os vivos e os mortos, mas também que não é necessária essa comunicação, pois os vivos têm Moisés e os Profetas, isto é, as Escrituras para sua orientação espiritual. Lc 16.19-31. Portanto, qualquer pessoa que se envolve com o espiritismo corre enorme perigo de ter o seu "entendimento endurecido" e de passar a ficar sob o domínio dos demônios. Ef 4.17-19.

e. A Relação dos Demônios com o Abismo: Evidentemente os demônios têm qualquer afinidade com o Abismo, pois eles rogaram a Jesus que não os lançasse ali. Lc 8.31. Em Ap 9.1-3 notamos que é do Abismo, durante a Grande Tribulação, que sai um grande número de demônios encarnados como gafanhotos.
f. O Destino Final: Quanto ao seu destino final, sabemos que serão encarcerados num lugar de tormento (Mt 8.29), que evidentemente é o Lago de Fogo. Mt 25.41; Ap 20.10-14.
III. O HADES, O MUNDO INFERIOR, O LUGAR DOS FALECIDOS.
Em Mt 16.18 Jesus mencionou "as portas do inferno" (Hades no grego), lugar que merece um estudo profundo dentro das Escrituras. Este lugar vamos chamar de "o mundo invisível".
Tanto o Velho como o Novo Testamento falam deste "inferno", sendo em hehraico "Seól" e em grego "Hades". Ambas as palavras significam o "mundo invisível", o lugar para onde vão os espíritos dos falecidos. Nunca são usadas estas palavras em referência ao lugar final de detenção desses espíritos, e nem para significar a sepultura do corpo, cujo termo hebraico é "queber".
O testemunho total das Escrituras, dos livros Apócrifos, dos escritos patrísticos e mesmo livros de autores pagãos, é que o Hades (ou Seól) é o lugar onde, à morte, são recolhidos os espíritos dos falecidos, quer dos justos, quer dos injustos. Is 14.9; Lc 16.23.
A razão da grande confusão reinante sobre este assunto e mesmo entre as heresias é porque às vezes as palavras gregas e hebraicas referentes ao assunto foram mal traduzidas, por exemplo, "Hades", que às vezes é confundida com o Lago de Fogo; "queber", que somente tem a ver com cadáver, confundem com "inferno" que é lugar de espírito; "Abussos", que é tradução do hebraico "Abaddon", é o "abismo", mas lugar este diferente do Hades.
A. Onde Está o Hades? Quem o Habita? Os mortos, é evidente, dividem-se em duas classes: os justos e os injustos. Dn 12.2; Jo 5.28,29. Em estudo anterior consideramos a ressurreição dos corpos, mas agora pesquisaremos acerca da habitação de seus espíritos enquanto aguardam o juízo final. A Bíblia ensina que, à morte, a alma é o espírito do homem, no caso do injusto, não seguirão imediatamente para o lugar final de castigo, mas sim que irão a um lugar temporário, à espera do juízo do Grande Trono Branco, depois do qual irão para o lugar de suplício eterno, ou seja, o Lago de Fogo.
1. Os Mortos - Justos. Todos os justos, de Adão até à ressurreição de Cristo ao morrerem, suas almas (com a possível exceção de Enoque e Elias), desciam ao "Paraíso", que naquele tempo constituía um "compartimento" do "Seól" (Hades no grego). (Veja o Mapa das Dispensações). Entre esse lugar e o lugar dos injustos, no mesmo "Seól", havia uma separação. Lc 16.26. "O Seól ou Hades, como descrito nas Escrituras, é um mundo sombrio, um lugar de detenção e espera, até para os mais santos". Dr. Seiss. No Velho Testamento a morte dum patriarca é descrita como sendo "reunido" ao seu povo. Gn 25.8; 35.29; Nm 27.13. É o que significa a expressão em Lc 16.22, quando os anjos conduzem Lázaro para o "seio de Abraão". A morte dum santo era uma "descida" da alma a certo lugar para baixo. Is 5.14; Gn 37.35; 42.38; Nm 16.33. Em Is 5.14 os ímpios descem à boca aberta do "Seól" (não "cova ou sepultura", como traduzida em Almeida). Nas passagens de Gênesis temos Jacó pensando em sua morte, dizendo: "... descerei a meu filho à "sepultura" (a palavra no hebraico é "Seól" e não "queber", outro caso de má tradução!) Jacó cria que seu filho José estivesse no Seol. Em Nm 16.33 Coré, Data e Abirão "desceram vivos ao abismo", a terra literalmente os tragando. Nesta passagem a palavra "abismo", no original é "Seól". Conseqüentemente, concluímos, pela leitura destas e outras correlatas passagens, que o Seól, ou Hades,
0 mundo invisível, está localizado em algum ponto abaixo da superfície da terra. Cf. Ez 31.16,18; 32.18. O suposto profeta Samuel, na cena de I Sm 28.13-15, é descrito como "subindo" da terra,
A parte do Seól em que estavam Abraão e Lázaro é o "Paraíso" de que Jesus falou ao ladrão crucificado ao seu lado (Lc 23.43), dizendo que ali estaria com Ele naquele dia. A palavra "Paraíso" é de origem persa e significa uma espécie de jardim, usada simbolicamente quanto ao lugar dos justos mortos. No Paraíso Lázaro podia conversar com o rico que ali sofria o tormento dos ímpios, havendo entre eles um "abismo" intransponível. Lc 16.18-31. Depois de Sua morte Jesus esteve "três dias e três noites no coração da terra". Mt 12.40; At 2.27; V. Ez 31.15-17. Paulo descreve esse lugar como "as regiões inferiores da terra". Ef 4.9. Portanto, concluímos que o Paraíso em que Jesus e o malfeitor entraram estava no coração da terra. Nesta descida ao Hades Cristo efetuou uma grande e permanente mudança na região dos salvos, isto é, nas condições dos justos mortos. Ele "anunciou" a Sua vitória aos espíritos ali retidos. E o que significa a expressão de Pedro, que "Cristo... pregou aos espíritos em prisão..."
1 Pe 3.18-20. A palavra usada no original implica em anunciar, comunicar; não pregar, como se entende em homilética.
“Mas quando Cristo subiu às alturas” levou cativo o cativeiro, isto é, uma multidão de cativos, os quais eram as almas dos justos que estavam em descanso no Paraíso. Ef 4.8-10. Assim Cristo transferiu o Paraíso, do Seól ou Hades, para as regiões celestiais. Muitas dessas pessoas libertas foram até ressuscitadas nessa ocasião, segundo Mt 27.52,53. Cristo havia dito que as portas do Hades (ou seja, esse lugar de detenção em que estavam guardados os justos mortos) não prevaleceriam contra a Sua Igreja. Mt 16.18. E não prevaleceram mesmo! "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" I Co 15.55; Ap 1.18.
O Paraíso continua sendo o lugar para onde vão os espíritos dos justos que ora morrem, só que agora não acha-se mais no Seól e sim no terceiro céu (II Co 12.1-4). O Paraíso está "na presença de Cristo". II Co 5.8; Fl 1.23. Sendo que Cristo está sentado à dextra do Pai, concluímos que agora o Paraíso também está na presença imediata do Pai. Hb 12.2; Ap 3.21; 6.9. Os justos não "dormem" no Paraíso no sentido de estarem inconscientes. Lá eles são "confortados" (Lc 16.25), permanecendo num estado de perfeita felicidade, em contraste com o sofrimento horrível que experimentam os ímpios lançados no Hades. Lc 16.24. Os mortos justos podem clamar em alta voz, fato que indica consciência e a posse das faculdades mentais. Ap 6.9,10. Paulo descreve o seu estado como "incomparavelmente melhor" a este nosso, da presente vida. Fl 1.23.
Quando Cristo voltar, Ele trará consigo as almas dos que "dormem" (seus corpos apenas) no Senhor. I Ts 4.14. Essas, unidas aos corpos ressuscitados, seguirão para o Tribunal de Cristo onde receberão seus galardões. Participarão das Bodas do Cordeiro e depois reinarão com Cristo durante o Milênio de paz. A Nova Jerusalém, o lugar que Cristo foi preparar para o Seu povo (Jo 14.2), será o seu lar por toda a eternidade e provavelmente durante o Milênio também. Ap 21 e 22.
2. Os Mortos ímpios. Desde o tempo de Adão até ao tempo do Julgamento do Grande Trono Branco, as almas dos ímpios seguem para o "Mundo Invisível", ou seja o "Seól" ou "Hades", aguardando o julgamento final quando serão lançados no Lago de Fogo. Infelizmente, estes nomes "Seól" e "Hades" têm sido.traduzidos incorretamente em certos casos, em algumas versões das Escrituras, por exemplo como "inferno", "sepultura" e "abismo". A palavra hebraica "Seól" consta sessenta e cinco vezes no Velho Testamento. (O autor se dispõe a fornecera lista completa a quem a pedir).
A palavra grega "Hades" consta onze vezes no Novo Testamento. Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At 1.18; 6.8; 20.13; I Co 15.55.
 
Exemplos do uso da palavra "Seól": o rei da Babilônia encontrado no Seól, Is 14.4-20; o Egito degradado ao Seól, Ez 32.21; tanto os justos como os injustos "descendo ao Seól", Is 5.14; Gn 37.35; 42.38; Nm 16.30,33; a alma no Seól, SI 30.3; 89.48; 16.10; 86.13; At 2.27,30; conversação no Seól, Ez 32.21; Is 14.9-20; Lc 16.19-31; cadeias, II Sm 22.6; tristeza, tributação e angústias, SI 116.3; mais profundo do que o Seól, Jó 11.8; profundezas do Seól, Pv 9.18; Seól em baixo, Pv 15.24; portas do Seól (Hades), Mt 16.18; descerem vivos ao Seól, Nm 16.30,33. Depois da ressurreição de Cristo somente os ímpios são enviados ao Seól ou Hades.
A palavra "Queber" (hebraica) usada no Velho Testamento é corretamente traduzida por "sepultura", "cova", e "túmulo". Embora haja grande diferença de sentido entre a palavra "queber" e a palavra "Seól", certas versões das Escrituras têm feito confusão entre as mesmas. A fim de esclarecer o verdadeiro sentido, faremos uma comparação do uso destes dois vocábulos. "Queber" é usada na forma plural 29 vezes (Êx 14.11), enquanto "Seól" é sempre usada na forma singular. Existe só um "Seól", mas há muitas "québeres". "Queber" abriga ou recebe cadáveres 37 vezes (I Rs 13.30), enquanto o "Seól" jamais recebe cadáver (salvo se o caso de Core for considerado uma exceção). "Queber" é localizado sobre a superfície da terra 32 vezes, enquanto o Seól é localizado abaixo da terra, nas profundezas. II Sm 3.32; II Cr 16.14. Há um "queber" para cada indivíduo, 44 vezes. II Sm 3.32; II Cr 16. 14. O Seól é sempre o lugar onde há muita gente. O homem coloca corpos no "queber", 33 vezes (II Sm 21.14), mas somente Deus envia o homem ao Seól. Lc 16.22,23. O homem escava o "queber", 6 vezes, mas jamais escava o Seól. O homem apalpa o "queber", 5 vezes, mas jamais apalpa o Seól. Gn 50.5. Concluímos, afirmando que o uso ,da palavra "queber" prova que ela significa sepultura, que acolhe o cadáver, enquanto Seól acolhe o espírito do homem.
As Escrituras mencionam mais um lugar do "Mundo Invisível", chamado "Abaddon", no hebraico, e "Abussos", no grego. Em alguns lugares no Velho Testamento esse vocábulo é traduzido "destruição". É traduzido "Abismo" no Novo Testamento. Jó 26.6; 28.22; 31.12; Pv 15.11; 27.20; SI 88.11; Lc 8.31; Rm 10.7; Ap 9.1-11; 17.8; 20.1-3. O erudito Dr. Seiss comenta sobre este assunto: "Abaddon e o Abismo parecem ser a morada de demônios, uma espécie de abismo ainda mais profundo do que o Hades, lugar em que os espíritos dos mortos os mais ímpios, e outros espíritos imundos das ordens mais baixas, são prisioneiros melancólicos, aguardando o dia do juízo. O termo "Tártaro" (Tartarus no grego), traduzido "inferno" na Versão Brasileira e em Almeida, em II Pe 2.4, que versa sobre anjos decaídos serem lançados nos "abismos" (Edição Revista e Atualizada) de escuridão, provavelmente refere-se a este mesmo "Abussos" ou "Abismo".
Na ocasião do Julgamento do Grande Trono Branco, a morte e o Hades entregarão os que neles estiverem retidos. Serão lançados no Lago de Fogo, que é o lugar final de suplício. Ap 20.13-15; 21.8. Os mortos ímpios retidos no Hades serão ressuscitados na Segunda Ressurreição para comparecerem perante o Julgamento do Grande Trono Branco, revestidos novamente de corpos. Mas não são corpos glorificados como os que os salvos receberam na Primeira Ressurreição, pelo menos mil anos antes. Após o julgamento, esses ímpios serão lançados no Lago de Fogo. Este é o terceiro dos grandes "infernos" mencionados nas Escrituras e deve ser considerado como O VERDADEIRO INFERNO FINAL E ETERNO. A palavra hebraica que descreve este lugar, como usada no Velho Testamento, é "Tofete". Is 30.33; Jr 7.31,32. A palavra grega é "Geena". Mt 5.22,29,30; 10,26; 23.14,15,33. "Geena" refere-se literalmente ao "Vale de Hinom", vale este fora da cidade de Jerusalém que servia de lixeira da cidade e onde queimavam os cadáveres de criminosos e de animais. Ali sempre havia fogo aceso, servindo desta maneira para figurar o Lago de Fogo que arde eternamente. No Vale de Hinom os israelitas apóstatas queimavam seus filhos em sacrifício a Moloque, o deus pagão. Jesus empregou o termo "Geena" 11 vezes, sempre no sentido literal. Uma vez que o Hades é lançado no Lago de Fogo, e que os anjos decaídos serão julgados no grande dia de julgamento, concluímos que o Abismo também será lançado no Lago de Fogo, formando desta maneira um só inferno eterno. Mt 25.41 confirma este pensamento porque vemos os homens e os anjos sofrendo juntos.(Os primeiros seres a serem lançados no Lago de Fogo são a BESTA, isto é, o Anticristo, e o FALSO PROFETA. Em seguida será o DIABO ali lançado. Ap 19.20; 20.10.  Depois serão os homens que rejeitaram a salvação em Cristo que ali serão encarcerados. Mt 25.41. Lago de Fogo terá duração eterna, pois os ímpios sofrerão tanto tempo quanto os justos terão de regozijo e enquanto existir o próprio Deus, que é o Deus eterno! Ap 14.9-11; 19.3; 20.11; Mt 25.46; Ap 10.6; 14.9-11. Amém!
QUESTIONÁRIO
1. Quais as três secções em que se divide este estudo?
2. Os espírito bons sempre existiram?
3. Eles morrerão?
4. Quantos são?
5. Qual é o centro de sua atividade?
6. Mencionar sete categorias de anjos.
7. Quantos querubins há atualmente?
8. Originalmente quantos haviam?
9. Quem era o "querubim que cobria"? Que aconteceu com ele?
10. Qual é o nome do único arcanjo?
11. Qual é o ministério dele?
12. Qual é o nome dum outro anjo mencionado na Bíblia?
13. Satanás sempre existiu?
14. Quantas vezes é mencionado nas Escrituras?
15. Descrever suas atividades como "dominador celestial".
16. Por que o anjo Miguel não teve coragem de proferir-lhe insultos?
17.Que revela Ez 28.11-19 sobre a posição que Lúcifer ocupava no Éden original?
18. Que revela essa passagem quanto à razão de sua queda?
19. Essa queda deu-se antes ou depois da restauração da terra?
20. Onde está Satanás hoje? Qual é seu domínio?
21. Explicar as atividades de Satanás durante o curso da história quanto à sua perseguição da "Semente da Mulher".
22. Quem se interessou na destruição de Israel às mãos de Faraó?
23. Que significam os dois nomes principais de Satanás, Satanás e diabo?
24. Que inspirou a maior parte das religiões do mundo?
25. Descrever a "diversão" como um dos ardis de Satanás.
26. Por que a procrastinação é um ardil tão perigoso?
27. Quais os três grandes meios à disposição do crente para conseguir a vitória sobre Satanás?
28. Satanás já é um inimigo vencido ou ainda será vencido em época futura?
29. Quando será ele algemado?
30. Será solto alguma vez?
31. Quando será lançado no Lago de Fogo?
32. Quais as três razões por que Deus tolera Satanás no mundo?
33. Quais as duas classes de anjos decaídos?
34. Qual o anjo que tem jurisdição sobre Israel?
35. Descrever uma futura guerra entre anjos maus e anjos bons.
36. Como passarão a eternidade os anjos aliados a Satanás?
37. Em que lugar está guardada a outra classe de anjos maus?
38. Qual foi o seu pecado?
39. Que será o seu destino?
40. Qual o outro tipo de espíritos maus que existem?
41. Distinguir entre eles e o Diabo.
42. Qual a diferença entre esses e os anjos decaídos?
43.  Provar que os demônios têm personalidade.
44. Que relação têm os demônios com as doutrinas falsas tão difundidas no mundo atual? .Qual a religião que opera a poder dos demônios?
45. Provar que foi a personificação por meio de espírito familiar e não o próprio Samuel, que a feiticeira de Endor apresentou ao rei Saul. 46. Que diz a Bíblia sobre a necromancia, ou a comunicação com os mortos?
47. Que afinidade têm os demônios com o Abismo? Qual será o destino final?
48. Quais as classes em que se dividem os seres humanos falecidos?
49. Para onde vão as almas dos que morrem?
50. Onde estava o "Paraíso" antes da ressurreição de Cristo?
51. Mencionar os nomes de dois homens do período do Velho
52. Testamento que estavam nesse Paraíso.
53. Aonde foi Jesus no período entre Sua morte e Sua ressurreição?
54. Que aconteceu com o Paraíso quando Jesus "subiu às alturas"?
55. Demonstrar pelas Escrituras o lugar atual do Paraíso.
56. Como será o lar eterno dos que atualmente estão no Paraíso?
57. Quais são as palavras hebraicas e gregas comumente traduzidas "infernos"?
58. Descrever o estado das almas dos ímpios retidas no "Seól". .Qual a palavra hebraica traduzida "sepultura, túmulo ou cova"?
59. Qual a diferença entre "queber" e "Seól". .Que outro lugar existe no mundo invisível?
60. Que significa "Tártaro"?
61. Quais as palavras hebraica, grega e portuguesa que significam o inferno final? Quais os primeiros a serem lançados ali?
62. Que significa o fato "a morte e o Hades foram lançados no Lago de Fogo"?
63. Por quanto tempo durará este inferno?

Dedicatória
Dedico esta singela obra, fruto dos meus primeiros esforços literários em prol da causa do Mestre no Brasil, à minha esposa, Alice Olson, que tão carinhosamente tem servido ao meu lado durante quarenta e dois anos de trabalhos no Evangelho, sempre disposta e dedicada a enfrentar qualquer dificuldade e a sacrificar-se a si mesma no desejo de ver prosperar a obra do Senhor.
Da terceira edição
Muito sensibilizado pela aceitação geral nos meios pentecostais que as primeiras edições deste livro gozaram, resolvi aprimorar ao máximo esta terceira. Por conseguinte, ocupei-me durante vários meses na sua total revisão, no intuito de torná-la a mais didática possível.
O leitor observará que ao fim de cada capítulo encontra-se um questionário relativamente completo. Este foi preparado tendo em mente que o livro estará servindo como livro-texto no estudo das Dispensações, nos Institutos Bíblicos e na Escola Bíblica Bereana, recentemente fundada, que funciona por correspondência e extensão.
As obras consultadas na preparação desta matéria tão palpitante para os crentes em Jesus, vivendo nos dias atuais que precedem o iminente regresso de Jesus Cristo à terra, são: "Dispensational Studies", por Ralph M. Riggs, e "Ages and Dispensations", por Frank M. Boyd, autores que eram meus professores na matéria, no Central Bible College em Springfield, Est. de Missouri, E.U.A. Outras obras incluem "Dake's Annotated Bible", "The Schofield Bible", "Strong's Concordance", "Bible Dictionary", por Merrill F. Unger, e "Dispensational Truth", por Clarence Larkin. N. Lawrence Olson Rio de Janeiro, Maio, 1974
O Autor
Pastor e escritor apreciadíssimo, com algumas de suas obras reeditadas várias vezes, o irmão Lourenço está no Brasil desde 1939. Inicialmente radicado em Lavras, fundou naquela cidade mineira a Assembléia de Deus. Veio para o Rio de Janeiro e inaugurou, no dia 2 de janeiro de 1955, o programa radiofônico "Voz das Assembléias de Deus", que tem prestado valiosa colaboração â evangelizaçáo do Brasil. Em 1962, fundou o Instituto Bíblico Pentecostal, entidade que tem treinado centenas de obreiros para melhor servirem â causa do Mestre. A Obra
Neste livro, cujo valor tem sido atestado pelos milhares de leitores das várias edições anteriores, o pastor Lourenço analisa com muita segurança a criação original, as dispensações, o século presente, as ressurreições, os julgamentos, o mundo dos espíritos e outras doutrinas bíblicas de grande interesse de todos os cristãos.
 
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CIP-Brasil. Catalogaçâo-na-fonte
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Olson, Nels Lawrence, 1910- O Plano divino através dos séculos : estudo das dispensações / N. Lawrence Olson. - 6. ed. – Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1981.
1. Dispensações 2. Escatologia I. Título
Código para Pedidos: EB-101
Casa Publicadora das Assembléias de Deus
Caixa Postal, 331
20001, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
1943/ 2.500 – 2º Edição
1974/ 5.000 – 3ª Edição
1977/10.000 – 4ª Edição
1979/10.000 – 5ª Edição
1981/10.000 – 6ª Edição
1983/ 5.000 – 7ª Edição
5.000/1986 – 8ª Edição
5.000/1987 –9ª Edição
1989 – 10ª Edição
1990 - 11ª Edição
l2ª Edição 1991
13ªEdição l992
14ª Edição/1994
 
NELS LAWRENCE OLSON
Natural dos Estados Unidos da América, recebeu a graduação na Escola Superior, estudando no Central Bible College, em Springfield, Missouri. Pastoreou a igreja de Applenton e fundou uma outra em Portage.
Sentindo a chamada de Deus para o Brasil, aqui aportou em 7 de setembro de 1938, acompanhado de sua esposa Alice Olson e dois filhos, Lourenço Jr. E Carolyn. Passou um ano em Belo Horizonte, estudando o idioma português.
Nasceu em lar cristão. Quando os pentecostais abriram um trabalho em Kenoscha, Wisconsin, a família Olson foi a primeira a aceitar o pentecoste. Foi num domingo à tarde que, com apenas 11 anos de idade, resolveu aceitar a Jesus como Salvador. Dois anos depois foi batizado no Lago de Michigan. Aos 16 anos, recebeu o batismo com o Espírito Santo, depois de um culto de oração, numa ocasião em que uma onda de avivamento estava passando pela igreja.
Lawrence Olson, após seu período de adaptação e estudo da língua portuguesa, em Belo Horizonte, mudou-se para Lavras, onde já se encontrava Hilário José Ferreira. Durante muitos anos ele cooperou na evangelização dessa cidade, abrindo trabalhos em São João Del Rei, Ribeirão Vermelho, Perdões, Cana Verde, Américos, Nepomuceno, Andrelândia, Campo Belo, Boa Esperança e em outros lugares. Para atingir essas regiões, viajava de trem, carro, bicicleta ou a pé. Durante o ano de 1947 trabalhou em Araraquara. Dali foi para o Rio de Janeiro, atendendo o convite para ajudar na organização da CPAD, onde permaneceu durante um ano, montando as máquinas impressoras vindas dos Estados Unidos. Em 1949, voltou a Lavras, onde desempenhou eficiente trabalho evangelístico e iniciou a Escola Bíblica, que tão bons resultados têm trazido.
Em 1947, fundou seu primeiro programa radiofônico na Rádio Cultura de Lavras. Em 1955, essa atividade evoluiu bastante: no primeiro domingo de janeiro foi lançado o seu programa “Voz das Assembléias de Deus”, na Rádio Tamoio. Muitas almas têm sido salvas através da mensagem poderosa disseminada por esse programa, que passou pelas Rádios, Tamoio, Mayrink Veiga e Tupi, além das Rádios: Relógio, Copacabana, Boas Novas e Universo de Curitiba. Em 1961, fundou o Instituto Bíblico Pentecostal, no Rio de Janeiro.
O missionário Lawrence Olson foi um homem de elevada cultura, grande intérprete das Escrituras e escritor, tendo publicado vários livros de profundidade teológica, como “O Plano Divino Através dos Séculos”, “A Bomba Atômica Precursora do Armagedom”, Mil Anos de Paz”, “Enoque – Arauto da Vinda de Cristo”, “O Mapa das Dispensações”, “O Servo de Jeová”, “O Batismo nas Águas”, Profecias da Bíblia”, “O Alinhamento dos Planetas”. Traduziu os livros: “Consultando a Bíblia”, “Através da Bíblia, Livro por Livro” e “Conhecendo as Doutrinas da Bíblia”. Também foi colaborador do jornal “Mensageiro da Paz” e da revista “A Seara”.O pastor Lawrence Olson já descansa no Senhor.
Informações Extraídas: História das Assembléias de Deus no Brasil, CPAD, 2ª edição, 1982. Fotos: História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil – CPAD – 1º edição – 2004.
 

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