Pentecostalismo
Introdução
Para uma compreensão do significado de pentecostalismo, antes é importante saber como surgiu este nome.
O dia 14 de Nissan do calendário judaico cai no dia 02 de abril. A partir da noite deste dia até o dia dez de abril, os judeus de todo o mundo comemoram a festa de Pessach, conhecida como “a Páscoa judaica”.
Segundo a história descrita no livro de Êxodos, Pessach é a festa da liberdade, pois é realizada para comemorar a saída do povo judeu do Egito, onde eram escravos, para a terra de Israel.
Festa das Semanas - A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: sete semanas. O início da festa se dá cinquenta dias depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo Dt. 16:10; 34:22 – Nm. 28:26.
Como vimos cinquenta dias depois do final da Páscoa, enquanto a Páscoa era uma festa caseira, Colheita ou Semanas ou Pentecostesera uma celebração agrícola, originalmente, realizada na roça, no lugar onde se cultivava o trigo e a cevada, entre outros produtos agrícolas. Posteriormente, essa celebração foi levada para os lugares de culto, particularmente, o Templo de Jerusalém.
Os muitos relatos bíblicos não revelam, com clareza, a ordem do culto, mas é possível levantar alguns passos dessa liturgia: a cerimônia começava quando a foice era lançada contra as espigas Dt. 16.9.
É bom lembrar que deveria ser respeitada a recomendação do direito de respigar dos pobres e estrangeiros [apanhar no campo as espigas que ali ficaram após a colheita] Lv. 23.22; Dt. 16.11; a cerimônia prosseguia com a peregrinação para o local de culto Ex. 23.17; o terceiro momento da festa era a reunião de todo o povo trabalhador com suas famílias, amigos e os estrangeiros Dt. 16.11. Essa cerimônia era chamada de "Santa Convocação" Lv. 23.21.
Ninguém poderia trabalhar durante aqueles dias, pois era considerado um período de solene de alegria e ação de graças pela proteção e cuidado de Deus Lv. 23.21; no local da cerimônia, o feixe de trigo ou cevada era apresentado como oferta a Deus, o Doador da terra e a Fonte de todo bem Lv. 23.11.
Os celebrantes alimentavam-se de parte das ofertas trazidas pelos agricultores; as sete semanas de festa incluíam outros objetivos, além da ação de graças pelos dons da terra: reforçar a memória da libertação da escravidão no Egito e o cuidado com a obediência aos estatutos divinos Dt. 16.12.
Obs.: Era ilegal usufruir da nova produção da lavoura, antes do cerimonial da Festa das Colheitas Lv. 23.14.
O pentecostalismo começa a partir da Festa da colheita conforme o grifo acima.
Vamos para ATOS 2 quando tudo começou. Cristo havia ressuscitado, nesta ocasião ocorria esta festa da colheita e no dia de pentecostes, no sétimo dia depois do dia da Ascensão de Jesus; isto porque ele ficou quarenta dias após a ressurreição dando os últimos ensinamentos a seus discípulos, somando aos três dias em que ficou na sepultura somam quarenta e três dias, para os cinquenta dias que se completam da páscoa até o último dia da grande festa das Semanas [Pentecostes], sobram sete dias; e foram estes os dias em que os discípulos permaneceram no cenáculo até a descida do Espírito Santo.
1 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.
2 De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados.
3 E lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma.
4 E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.
No Cenáculo, lugar onde os Apóstolos se reuniram, pela primeira vez, à espera do Espírito Santo, é o mesmo lugar onde Cristo participou da ultima ceia com os discípulos, lugar este que eles estavam reunidos orando, quando ocorreu a vinda do Espírito Santo conforme o versículo 2 acima, prometida por Cristo.
O Cenáculo, a partir, deste momento passa a ser considerado um símbolo de sacralidade na ótica cristã, e até então era considerado pelos judeus apenas um lugar de reuniões.
Atualmente o 50.º dia após a Páscoa é considerado pelos cristãos o dia de Pentecostes.
Porque pentecostes? Justamente porque naqueles dias estava sendo realizada a Festa das Semanas [a Festa do Pentecostes], nada mais que isto.
A descida do Espírito Santo foi apenas uma parte do batismo que Cristo havia recebido quando foi batizado em águas por João Batista.
Os discípulos ainda não tinham recebido este batismo, por isto Cristo orientou-os, que não saíssem de Jerusalém para evangelizar antes de receber esta unção divina.
Lucas 24· 49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai porém, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.
Atos 1. 4. Estando com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes.
5 Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias.
Como ninguém sabia que tipo manifestação desconhecida era aquela, em que os discípulos falavam outras línguas e pareciam que estavam embriagados, além do que, apenas os discípulos de Jesus sabiam que haviam sido batizados, foi quando Pedro saiu do Cenáculo para explicar ao povo o que havia acontecido, onde mais de 3.000 outras pessoas também receberam aquela unção enquanto ele falava, e por não terem um nome propício [técnico] para definir aquela manifestação estranha, muitos anos depois, deram o nome de Pentecoste, por ter ocorrido nos dias em que esta Festa [das semanas] era comemorada, e que predomina até os dias de hoje.
Esta experiência passou a ser chamada de Batismo no Espírito Santo pela Igreja de Jerusalém e por todos aqueles que Lo receberam após ela.
Existem movimentos em toda a história do cristianismo, sendo enfatizado, especialmente, em meados do século XX com o surgimento das primeiras Igrejas Pentecostais que se destacaram nacional e mundialmente, as quais enfatizam ter os dons do Espírito.
A Renovação Carismática Católica (RCC) alega que estão seguindo esta doutrina nas diretrizes de sua Igreja, fazendo o mesmo que a Igreja Pentecostal, ou seja, sobre eles também o Espírito Santo vem como unção ou batismo. Este não é nem um típico exemplo de heresia, é simplesmente uma hipócrita mentira.
Isto não acontece em hipótese alguma. Esta unção em forma de batismo, não se recebe de qualquer forma, sob qualquer situação espiritual que a pessoa se encontra; há necessidade de um processo de santificação da vida cotidiana, depois de se tornar uma nova criatura, para que o Espírito do Senhor venha sobre ele habitar.
Eu chamo de mentiroso e hipócrita qualquer que disser que recebeu esta unção, sem que tenha mudado totalmente o seu modo de vida após se tornar cristão, sem abandonar inclusive, os antigos hábitos cotidianos, que são considerados por Deus, como pecaminosos.
A segunda e maior mentira, nasceu no berço da teologia, quando, denominaram de neo-pentecostalismo, algumas denominações que surgiram no Brasil depois dos anos 70, como por exemplo, as: Igreja Renascer em Cristo, Universal do Reino de Deus, Mundial do Poder de Deus, Internacional da Graça dentre outras, que eles dizem ser a segunda onda do pentecostalismo. Nos últimos 50 anos a única Igreja que surgiu que é verdadeiramente pentecostal, é a Igreja Pentecostal Deus é Amor, e muitas outras pequenas sem destaque nacional.
A unção do Espírito Santo sobre forma de batismo, não acontece de qualquer maneira, e não é nenhum tipo de fenômeno, é simplesmente a manifestação de Deus nas pessoas que se entregam a Ele, de corpo, alma e espírito, e santifica as suas vidas. Ela ocorre individualmente, na pessoa que purifica a sua vida através da santificação dos seus hábitos, do jejum e oração.
Se alguém fala línguas estranhas, tendo a sua vida espiritual ainda contaminada pelo mundanismo, ou seja, que ainda pratica e vive da mesma maneira como vive aquele que ainda não conheceu e não recebeu a Cristo como seu Salvador, este é um enganador de si mesmo, mentiroso e hipócrita, e se ele fala outra língua, não é a do Espírito Santo de Deus, o diabo também imita a Deus em tudo, especialmente neste batismo.
Concluindo, o batismo com o Espírito Santo é a descida ou vinda do Espírito de Deus sobre qualquer pessoa que esteja com a sua vida santificada diante dele.
Pentecoste foi o nome que deram a esta manifestação de Deus, não é fenômeno algum, foi apenas o envio do Espírito de Deus para dirigir a Igreja até a volta do Senhor, promessa feita por Jesus Cristo, antes de ser trasladado ao céu.
Qualquer outra versão além desta é mentirosa, eu recebi este batismo a mais de trinta anos atrás, e sei muito bem o que estou dizendo, e sei que estou diante dos olhos de fogo e da ira de Deus se estiver mentindo, ou publicando uma doutrina de Nicolaitas.
Poderia defender uma tese teológica, mas, não é como a teologia ensina através da Pneumatologia. Não é através de uma formação superior em teologia, que o acadêmico está apto para produzir qualquer teoria científico-religiosa sobre a manifestação do Espírito Santo de Deus na vida humana.
Se assim fosse já teria escrito um livro sobre este assunto. A teoria da primeira, segunda e terceira onda do pentecostalismo no Brasil, é pura tese teológica sem fundamento bíblico, produzidas por teólogos protestantes, que apesar de não serem pentecostais, também não crêem nesta unção como batismo espiritual; portanto, sem conhecimento de causa algum; e mesmo que tenham pós-graduação em pentecostalismo, não é possível através da Pneumatologia, descrever como ocorre este batismo espiritual; portanto, isto não lhes confere o direito de elaborar tese cientifica-acadêmica alguma sobre algo impossível de ser, conhecido, entendido, definido e explicado através do conhecimento empírico.
O homem através da ciência não e capaz de estudar o Espírito Santo ou Espírito de Deus; que é a Essência Subsistente da Trindade, e não foi nos dado poder, na terra e no céu, para conhecermos a sua origem.
Por Cornelio Dias