Desamarre as minhas mãos

Desamarre as minhas mãos

 

 

 Abe Huber  

 

“E disseram-lhe: Descemos para te amarrar e te entregar nas mãos dos filisteus. Então Sansão lhes disse: Jurai-me que vós mesmos não me acometereis. E eles lhe falaram, dizendo: Não, mas fortemente te amarraremos, e te entregaremos nas mãos deles; porém de maneira nenhuma te mataremos. E amarraram-no com duas cordas novas e fizeram-no subir da rocha. E, vindo ele a Lei, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando; porém o Espírito do Senhor poderosamente se apossou dele, e as cordas que ele tinha nos braços se tornaram como fios de linho que se queimaram no fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos” (Juízes 15.12-14).

 

O texto acima mostra uma história tremenda da guerra espiritual que acontece entre Deus o diabo, entre nós e os espíritos malignos. O diabo oferece constante afronta contra Deus, e o faz atacando principalmente os santos, mas também a humanidade como um todo. Prova disso são os estupros, as torturas contra mulheres e crianças indefesas, a escravidão de seres humanos, etc..

 

No relato, os filisteus vieram com fúria contra Judá. Os filisteus dominavam sobre Judá. E assim 3000 dos homens de Judá foram ao encontro de Sansão numa caverna. Os líderes da tribo queriam evitar conflitos contra os filisteus, por isso decidiram lhes entregar Sansão. O inimigo queria Sansão, pois ele representava a ameaça, a força, o representante da unção de Deus contra eles, apesar de algumas debilidades de caráter naquele juiz de Israel.

 

Os filisteus simbolizam o mundo, o pecado. Cada vez que nós não compartilhamos os seus pecados, seus valores distorcidos, eles ficam contra nós. Neste sentido, não pode haver convivência pacifica entre os filisteus e o povo de Deus.

 

Os homens de Judá entregando um dos seus, seu próprio líder, denota falta de unidade, de companheirismo, de senso de trabalho compartilhado. Às vezes somos mais paralisados ou impedidos de avançar pelos de perto, pelos que deveriam ser amigos, suporte, apoiadores, do que pelos inimigos de fora.

 

Sansão estava contra os filisteus e estes contra ele. A luta é feroz. Se já entregamos a vida para Jesus, querendo ou não nós entramos numa guerra. Ela pode ser contras nós, diretamente, mas pode ser através dos nossos filhos, colegas de trabalho, de escola. Os homens de Judá eram os homens sobre quem Sansão presidia. Mesmo assim esses homens foram usados para amarrar e tentar entregar o seu líder. Mas uma coisa é certa: o diabo não dá conta de nos amarrar! Se estivermos cheios do Espírito Santo, nós vamos continuar sendo mais que vencedores.

 

Alguns reclamam de problemas financeiros.  Nem sempre é falta de dinheiro, mas é porque eles não sabem administrar o dinheiro que têm. Outros reclamam porque não têm nenhum dinheiro. Existe muito dinheiro e muitos bens por aí, apenas a espera que os crentes desenvolvam ideias criativas de como adquiri-los. Alguns reclamam porque trabalham demais e não tem tempo para nada. Outros reclamam porque não têm nada para fazer.

 

Quando o inimigo atacar, não devemos chorar. Devemos entender os princípios da guerra. A guerra não é justa, e o diabo não é justo com ninguém. E muitas vezes ele vai usar as pessoas bem próximas a nós. Os homens de Judá foram conversar, bater papo com o inimigo. Foi assim que Eva fez no Jardim do Éden. Não podemos evitar que o inimigo fique jogando pensamentos em nossa mente, mas não podemos entretê-los, alimentá-los.

 

Pais e mães, devemos checar o que os nossos filhos assistem ou acessam. Devemos saber com quem eles estão conversando. Devemos saber o que está ocupando o primeiro lugar nas suas mentes e corações.

 

Não podemos acreditar que o diabo cuida da turma dele melhor do que Deus cuida dos Seus. Por exemplo, os traficantes, ladrões, donos de motel, estão movimentando muito dinheiro. Por que os filhos de Deus não podem ser abençoados, prósperos e saudáveis?

 

Não aceite que você foi feito para viver sempre na favela, ou que você nunca vai vencer determinados pecados. Eles dizem que não vai dar certo. Você deve cercar-se de amigos que vão encorajar sua fé, que vão estimulá-lo, colocá-lo para cima, dizerem que vai dar certo e contribuírem para isto. Não aceite as mentiras do diabo que o colocam para baixo ou que tentam fazê-lo enveredar por caminhos errados.

 

Podemos encontrar um exemplo de pessoas amarradas no meio do fogo nos três amigos de Daniel. O fogo nem os chamuscou, apenas queimou as amarras, e eles passeavam livres dentro do fogo. Mesmo que sejamos jogados dentro da fornalha acesa, ela servirá para realçar a bênção e a presença do Quarto Homem, Jesus, o Filho de Deus.

 

Lázaro estava todo enfaixado. Quando ele ouviu a voz de Jesus na entrada do túmulo, um milagre aconteceu na sua vida – ou talvez melhor seria dizer, na sua morte. Ele ressuscitou imediatamente. Mas ele ainda estava enfaixado. Ainda estava amarrado nas faixas e panos. Que disse Jesus para os parentes e amigos? “Desatai-o e deixai-o ir!” (João 11.44).

 

Quando Sansão, todo amarrado, viu os filisteus vindo contra ele, veio sobre ele a unção de Deus e as amarras caíram por terra como se estivessem queimadas, como nada. A unção foi tão grande que ele pegou uma queixada de jumento e com ela matou 1000 homens. A unção de Deus sobre a vida de um homem Seu servirá para desamarrar as suas mãos, trazer revelação e desvendar possibilidades de recursos infinitos.

 

O verso 16 de Juízes 15 fala de “montões sobre montões…” Sansão não matou todos de uma vez. Com certeza ele foi abatendo-os aos poucos. E à proporção que ele lutava, os montões iam se acumulando atrás dele. O grande segredo era que o Espírito do Senhor se apoderava dele.

 

Cheio do Espírito Santo, você entende que a guerra é sobrenatural. Não é contra as pessoas que nos rodeiam, mas contra as hostes espirituais da maldade. Não devemos pagar mal por mal, nem nos vingar das pessoas. Talvez a derrota dos mil não durou cinco minutos. Talvez foram horas e horas, mas ele venceu.

 

Paulo e Silas também estavam presos e amarrados no cárcere. Era meia noite, o momento mais escuro. Mas esse é o momento de louvar a Deus, de glorificar a Jesus. E quando eles o fizeram, as correntes caíram, a cela toda tremeu, todas as portas se abriram, e as mãos e os pés de todos os prisioneiros foram soltos! (Atos 16.26).

 

Hoje podemos fazer diferente dos homens de Judá. Em vez de amarrar as mãos e os pés de nossos líderes, de nossos liderados, de nossos discípulos, devemos desamarrá-los. Isto significa ajudá-los a cumprir o seu papel no Reino. Significa ajudá-los a vencer suas dificuldades, pecados e limitações. Significa lutarmos juntos, e não contra. Significa não fazer acordos e alianças com o inimigo. O discipulado é uma das maneiras mais poderosas e eficientes de desatar mãos e fazê-las aptas para o combate e para a vitória.

 

Não podemos aceitar pacificamente o domínio do mal, do pecado, do diabo e seus ditames sobre a nossa vida, nossa família, nossa igreja e sobre a sociedade ao nosso redor. Deus pode nos “armar” com as armas mais inusitadas e improváveis, como uma queixada de jumento. Isto prova que a vitória não vem da arma que temos nas mãos, mas do Espírito que move o nosso coração e ativa as nossas mãos.

 

 

Imagem:  1 https://www.avoiceformen.com/feminism/government-tyranny/the-secret-war/

 

http://www.revistamda.com/desamarre-as-minhas-maos/